Capítulo 10

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- Nove dias sem beber. É um recorde!- Breno constatou enquanto conversava com Bruna sentados no sofá.

- Pra mim também- a irmã disse- Mas eu não vejo qual é o problema de a gente beber aqui.

- Eu não quero ficar bebendo na frente dos meus filho, você sabe muito bem que nunca é só "uma cerveja", a gente sempre perde a mão- o loiro constatou.

- É, mas mesmo assim eu não vejo problema.

Luiza, Pablo e Gabriel haviam ido dar uma volta do centro de Bogotá com Maria Olívia e Sérgio, ficando apenas Bruna, Breno e Paula na casa.

- Por que será que essa mulher não sai de casa?- ele perguntou curioso para a irmã quando avistou uma peça de roupa da morena no sofá. "Bagunceira", pensou ele.

- Acho que devido a rotina dela acabou se desacostumando a programas diferentes. A Luiza sempre diz que ela só vive em função deles e do trabalho.

- Eu também faço isso, mas sei equilibrar as coisas.

- Acho que a perda recente do marido dela deve ter traumatizado.

- Recente? Já fazem três anos!- ele a olhou incrédulo.

- Mas tem gente que demora mais pra superar as coisas.

- Tanto faz, só não entendo como ela aguenta tanto tempo sem beijar na boca e sem sexo.

- A maioria das mulheres costumam ter mais autocontrole que os homens- Bruna constatou.

- Ajuda ela a sair da seca- disse para a irmã, mas na verdade ele queria ser a pessoa a tirar a morena da seca.

- Vou levar ela pra uma festa hoje.

- Que festa?

- Sei lá, a gente acha uma por aí.

Nesse momento Paula desceu as escadas vestindo um short curto e uma regata preta atraindo toda a atenção de Breno para as coxas bronzeadas e definidas.

- Vai sair?- Bruna questionou.

- Vou ir no mercado comprar coisas para o almoço- a morena explicou.

- Você vai cozinhar? Me avisa antes pra eu não comer, vai que eu morra envenenado- Breno nunca perdia a oportunidade de implicar com Paula.

- Sim, querido, eu vou cozinhar- ela o encarou- E não se preocupe que eu não envenenaria o restante das pessoas. Só você!- ela seguiu andando.

- Vai fazer algo hoje à noite, Paulinha?- Bruna perguntou.

- Acredito que não.

- Por que você pergunta se sabe que ela nunca faz nada?- Paula se limitou apenas a revirar os olhos quando ouviu a frase do homem loiro.

- Que ir numa baladinha comigo?

- Sabe há quanto tempo eu não vou em uma balada? Mais de anos!

- Bora matar a saudade então.

- Eu vou ver se as crianças não quererem fazer nada a noite e te aviso- Paula sorriu para Bruna e saiu pela porta.

Breno seguiu a morena com os olhos até ela sair da casa. Depois de tê-la visto nos trajes íntimo, ele não conseguia parar de imaginar o corpo dela. Nunca havia sentido algo tão avassalador como agora. Sua sede pela morena aumentava a cada vez que ele botava os olhos nela, mas sabia que beijar aquela boca seria uma missão difícil pois Paula não suportava nem olhar para a cara dele, quem dirá deixar um contato mais íntimo.

- O que tá pensando?- Bruna reparou que o loiro ficou olhando para a porta.

- Se vocês foram hoje eu vou junto- ele olhou para a irmã e deu um sorrisinho.

- Breno, Breno, não quero saber de você aprontando com ela- a irmã o olhou o repreendendo.

- Eu não sou esse monstro que você imagina, Bruna.

Depois de um tempo a morena voltou com as comprar e foi direto para a cozinha esperar os filhos com o almoço pronto.

- Você sempre cozinha em casa?- Bruna e Breno haviam ido para a cozinha fazer companhia para Paula, mesmo que o loiro tenha fingido que não queria ir.

- Sim, almoço, janta e refeições intermediárias. A única pessoa que trabalha lá em casa é uma moça que limpa de quinze em quinze dias, o resto sou eu mesma que faço- a morena explicou.

- Sempre foi assim?

- Desde que eu me casei e parei de morar com os meus pais. O Joaquim me ajudava bastante, era ele quem limpava a casa, aí depois da morte dele tive que contratar uma ajudante porque não daria conta de fazer tudo sozinha- pela forma que Paula falava sobre o falecido marido ficava nítido que ela já havia superado de alguma forma o ocorrido, pois em suas palavras não haviam tristeza e nem nada.

- Meu sonho é ir morar sozinha- Bruna constatou.

- Por que você não vai?- Breno se meteu na conversa.

- Tá tentando me expulsar?- o loiro riu- Eu não tenho estrutura psicológica ainda pra morar sozinha.

- Eu achei que não tinha também- Paula falou- Mas tive que me acostumar.

- Imagina ter filho então, Bruna! A responsabilidade é enorme e quando vem de surpresa é pior ainda- Breno disse com expressão de susto.

Paula olhou rapidamente para o loiro e negou com a cabeça ao ouvir tais palavras, mas preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Breno falava como se ele tivesse sido responsável desde o início, o que não foi verdade já que ele nem queria assumir a paternidade e até acusou a morena de "tentar dar o golpe", sendo que a família dela era rica e a dele não.

- Eu não quero nem imaginar! Eu to muito feliz só com meus sobrinhos amados.

- Ter filho é bom. Por mais que tenha as responsabilidades, eles te trazem muita alegria- Paula disse.

- Eu não me imagino mais sem meus filhos- era a coisa mais sensata que Paula havia ouvido o loiro falar desde que o havia conhecido.

- Mudando de assunto. Você vai querer ir na festa hoje ou não?- Bruna olhou para a morena.

- Eu não falei com as crianças, mas eu vou sim. To precisando dar uma espairecida.

- Isso, tem que largar um pouco esse ofício de mãe, dona de casa e contadora, se joga na noite!

- Eu só não posso beber muito- Paula falou e Breno deu um sorrisinho de lado por saber o porquê da fala.

- Por quê?- Bruna perguntou curiosa.

A última vez que Paula bebeu de verdade e chegou a 'Carolina' em seu corpo, ela acordou no outro dia na cama de Breno com o loiro todo nu ao seu lado e com um pacote de camisinha aberto entre os travesseiros indicando o que havia acontecido mesmo que ela não lembrasse.

- Não gosto de perder o controle- desconversou.

Breno se surpreendeu com seus pensamentos, pois o único que passava por sua cabeça era o quanto ele queria que ela perdesse o controle para ele poder controlá-la.

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora