Passou-se seis meses desde o nascimento de Vítor. Gabriel já havia completado seus seis anos de vida que foram comemorados com uma festa do 'Procurando Nemo' que ele amava, e os gêmeos completaram os seus dezesseis, indo apenas jantar fora na presença dos pais, familiares e amigos.
- Tenho que levantar- Breno resmungou não querendo tirar seus braços do entorno da morena.
- Eu também- ela enterrou o rosto no peito dele.
- Noite passada você tava que tava que hein?- ele cutucou a barriga dela.
- Lógico, um homem gostoso desses na minha cama, queria que eu fizesse o que?- ela encarou o rosto do namorado o fazendo rir.
- Tava mais terrível que o normal- ele começou a beijar o pescoço dela.
- Não começa, amor- ela resmungou sentindo os beijos.
Breno parou o que fazia e a encarou.
- Eu ouvi direito?- ele sorriu.
- O que?
- Você me chamou de 'amor'.
- Pode ser mesmo, to com o impulso de fazer isso há um tempo já.
Breno não se aguentou e começou a distribuir beijos pelo rosto dela.
- Linda. Linda. Linda- ele repetia a cada beijo.
- Sai que a gente tem que levantar- Paula o empurrou para o lado rindo.
- Fala de novo- ele pediu a encarando e mordendo o lábio inferior.
- Levanta logo, amor- ela falou já se levantando.
Aquela palavrinha de quatro letras já fez o dia de Breno se iluminar e isso que ele mal tinha começado.
A rotina do casal havia mudado um pouco de uns tempos para cá. Breno dormia muitas vezes na casa de Paula, mas não era sempre, porém se encontravam todos os dias pra resolverem as "pendências" que a morena vivia dizendo que tinham.
Ambos trocaram de roupa e então Paula foi até o quarto de Vítor arrumando o menino enquanto Breno acordava os outros filhos. Quando todos estavam prontos eles tomaram café e foram para a garagem.
- Se cuidem na escola, amo vocês!- Paula falou para os filhos que iriam com Breno e mandou um beijo para o mesmo.
Paula sempre levava seu pequeno filho para o trabalho pois o mesmo era muito quietinho e não tinha quem cobrar isso dela e muito menos quem ficasse com seu pequeno em casa.
Depois de largar as crianças na escola, Breno partiu para o seu escritório.
- Alô?- ele atendeu o celular já sentado em sua mesa.
- Oi, meu amor- a voz de Paula soou do outro lado o fazendo sorrir.
- Oi, mor, aconteceu algo?- ele perguntou ainda bobo pela forma como ela o chamou.
- Só queria saber se você chegou bem.
- Cheguei- ele estranhou já que ela nunca ligava.
- Desculpa ligar assim do nada, mas eu queria ouvir sua voz- ela admitiu fazendo o loiro se derreter por dentro.
- Você pode me ligar quando você quiser, mor! Sou todinho seu.
- Acho bom mesmo!- ela brincou.
- Como que tá nosso pequeno?
- Tá bem- ela falou olhando para o menino que dormia dentro do carrinho ao lado de sua mesa- Dormindo, pra variar.
- Esse menino só dorme!- Breno brincou.
- Mas é uma boa companhia e ótimo ouvinte!
- Imagino que sim- eles riram.
- Vou desligar, já ouvi sua voz e matei a saudade. Beijo!- ela fez o som do beijo e desligou o celular em seguida.
Breno ficou um tempo trabalhando em seu escritório até que chegou a hora de uma reunião que teria com outra empresa de arquitetura que gostaria de uma parceria em um projeto. Quando deu a hora ele saiu de sua sala e foi para a sala de reuniões acompanhado de seu secretário.
- Boa tarde, senhores!- ele falou entrando e todos presentes se viraram para ele.
Ele se surpreendeu com a presença feminina que havia no local. Rebeca era uma arquiteta renomada que trabalhava para outra empresa de arquitetura e coincidentemente a ex esposa de Breno.
Ele apertou a mão de todos e se sentou na mesa para ouvir sobre o projeto. Vez ou outra ele conseguia sentir o olhar da mulher, que explicava o projeto lá na frente, em si e devolvia ainda surpreso por ela querer fazer parceria com sua empresa.
- Bom, senhores, esse é o nosso esboço e gostaríamos da ajuda de vocês para realizar esse grande projeto.
Ficou combinado que a empresa de Breno pensaria no assunto e daria a resposta dentro de uma semana e então a reunião encerrou. Todos saíram e ficaram apenas Breno e Rebeca na sala.
- É muito bom saber que você deixou nossos problemas pessoais de lado- ele falou para ela.
- As pessoas amadurecem- ela sorriu.
Rebeca era uma mulher alta, cabelos tingidos de loiro, seios e bumbum bastante fartos e uma barriga sarada.
- Bom, vou voltar ao trabalho. Foi um prazer revê-la!- ele apertou a mão dela e saiu do local.
Quando terminou o seu expediente ele foi buscar os filhos e então partiu para a casa de Paula. Pouco tempo depois a morena chegou com Vítor e eles tomaram café da tarde em família. Cada um foi para o seu quarto e Paula e Breno levaram Vítor para o da morena.
- Que dia cansativo, viu?- ela falou tirando a sandália e massageando o próprio pé.
- Nem me fala- ele começou a abrir os botões da camisa- Veio uma empresa com proposta de parceria- seu tom de voz não era muito bom.
- E isso é ruim?- ela olhou para ele.
- Na verdade é ótimo!- ele tirou a camisa- O projeto é bem grande e o prédio se localizará no centro, e ainda daria mais visibilidade a empresa.
- Então o que é que tá te deixando inseguro?- ela abriu os botões da blusa, mas não a tirou.
- Ah, é que a arquiteta responsável que tá a frente da empresa que quer fazer parceria com a gente é a Rebeca.
- Rebeca sua ex?- ela perguntou descendo o zíper da saia e tirando a mesma.
- Essa mesma- Breno ficou olhando para a namorada e esperando alguma reação negativa, que não veio.
- E qual o problema?
- Você não ficaria chateada se eu aceitasse a parceria?- ele mordeu o lábio nervoso enquanto terminava de tirar a calça.
- Amor, é seu trabalho! E outra, eu confio em você- foi tudo que ela disse.
- Então eu posso aceitar?
- Claro- ela respondeu rindo.
Breno se aproximou e a abraçou apertado.
- Obrigado por ser compreensiva, mor- ele acariciou as costas dela.
- Eu já falei, eu confio em você, Breno!
VOCÊ ESTÁ LENDO
All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.