Capítulo 20

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  - Acorda, filha!- já era a terceira vez que Paula chamava Luiza.

  Haviam voltado de Bogotá há alguns dias e iniciariam novamente a rotina escola e trabalho.

  - Não quero ir hoje- a jovem resmungou.

  - Filha, levanta- a balançou.

  Luiza suspirou e decidiu levantar da cama de uma vez por todas. Quando a menina foi para o banheiro, Paula saiu do quarto dela e foi até o de Gabriel que já estava sentado na cama coçando os olhos.

  - Bom dia, filho!- ela deu um beijo no rosto dele.

  - Bom dia, mamãe!

  - Preparado pra começar na escola nova?

  - Sim!- ele disse animado.

  - Então levanta e vamos vestir uma roupa.

  Gabriel levantou da cama e começou a se vestir com a ajuda da mãe. Quando estava pronto eles desceram as escadas encontrando Pablo já tomando café da manhã.

  - Achei que iriam se atrasar já- o jovem falou.

  - Sua irmã é terrível!- Paula beijou a cabeça do filho e preparou o café dela e de Gabriel logo se sentando.

  - Eu gostei muito de Bogotá, mas não tem nada mais confortável que dormir na nossa caminha- Pablo comentou.

  - Concordo! Aquela cama era muito macia, eu chegava até a ficar com dor nas costas.

  - Isso é a idade, mãe!- Luiza desceu as escadas.

  - Como você é engraçada- a morena olhou pra a filha ironicamente.

  - Eu só falo verdades.

  - Hoje eu não vou ir na academia e vou trabalhar mais cedo, se vocês saírem antes do horário normal me avisem que eu pego vocês lá.

  - Vai ficar com o corpo todo caído- Luiza amava provocar a mãe.

  - Eu me seguro muito pra não dar maus exemplos porque a minha vontade é te mostrar o dedo do meio- Paula fala e Luiza começa a rir.

  - Segundo o vô Luiz, você era igual a mim quando era da minha idade.

  - Coitados deles, é tudo que eu posso dizer.

  Eles terminam de tomar café e então foram para o carro.

  - Se cuidem e qualquer o coisa me liguem- ela beijou o rosto dos filhos.

  - Acompanhem o Gabe, por favor, porque eu tenho que chegar lá as 8:00 e já to quase atrasada- pediu para os filhos mais velhos- Pequeno, depois me conta tudo, tá bom?

  - Tá bom, mamãe!- ele beijou o rosto de Paula e os três saíram do carro.

  A morena foi para a empresa que trabalhava o mais rápido que podia e isso incluía ultrapassar sinais vermelhos e cortar a frente de vários carros e levar várias buzinadas, coisa que já era comum no seu cotidiano.

  - Bom dia!- ela disse para o porteiro enquanto entrava.

  - Bom dia, senhorita!

  Paula foi até seu andar e entrou na sua sala rapidamente já batendo o ponto. Ligou todo o sistema e então começou o seu trabalho.

  Ela havia se formado em ciências contábeis aos 21 anos, então trabalhava como contadora há um bom tempo, inclusive naquela empresa onde havia começado como uma estagiária e passou a ser o cargo mais importante depois do dono da empresa que era o chefe.

  - Essas pessoas não sabem organizar os dados- olhou indignada para os dados apresentados das empresas das quais fazia a contabilidade.

  Ela terminou uma empresa e então deu a hora do almoço e decidiu que ficaria na sala mesmo comendo um sanduíche que havia levado. Enquanto comia, Paula resolveu checar suas redes sociais. Em uma delas pôde ver um post de um dos poucos amigos que tinha em comum com Breno onde mostrava o loiro abraçado com uma mulher e mais outras pessoas na foto, mas Paula sabia que não era só uma foto e a boca vermelha do loiro denunciava isso.

  - Descobri o porquê de não me procurar até hoje- ela riu sem humor- E eu bem idiota dei ouvidos àquele papinho de cafajeste- por mais que não tivesse nada com o loiro, a morena se sentia desconfortável em pensar nele com outra mulher.

  Desde que voltaram para o Brasil os dois não tiveram o mínimo contato que fosse. Breno foi curtir sua vida nas baladas e Paula ficou com os filhos curtindo os últimos dias de férias, e como Paula havia bloqueado o loiro alguns dias antes da viagem, nem contato por WhatsApp eles tinham.

  A morena respirou fundo e decidiu voltar ao trabalho para não pensar mais nisso. Depois que terminou tudo que conseguia no dia e seu expediente acabou, ela se atirou no sofá que tinha em sua sala e ficou um tempo com os olhos fechado por conta da dor de cabeça que sentia.

  - Quem é?- ouviu batidas na porta.

  - Senhorita Paula?- era a voz da secretária de seu chefe.

  - Entra!- se levantou do sofá.

  A mulher abriu a porta.

  - Tem uma pessoa que está lhe esperando lá embaixo.

  - Quem?- perguntou estranhada e pensando quem poderia ser.

  - Ele não quis se identificar, disse que era uma surpresa para a senhorita.

  - Ok, obrigada!

  A mulher saiu da sala e Paula foi arrumar suas coisas. Depois que tudo estava desligado e de ter batido seu ponto, ela pegou a bolsa e desceu.

  - Quem tá me esperando?

  - Ele disse que lhe esperaria no estacionamento- o porteiro informou.

  - Obrigada!

  Paula foi até o estacionamento e ficou olhando para os lados, porém não encontrou nada. Desistiu de procurar e foi até seu carro. Quando passou na lateral direita para acessar o lado esquerdo, sentiu um olhar e se virou vendo a janela do carro ao lado do seu aberta e se surpreendendo com quem estava dentro.

  - Breno?

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