Capítulo 5 - A descoberta do amor

45 9 0
                                    


Carlie

No dia seguinte, não tive notícia do anjo. Nenhum telefonema, nenhuma invasão em meus sonhos. Era como se ele nunca tivesse existido, como se nada daquilo tivesse acontecido realmente e comecei a me questionar se voltaria a vê-lo.

O segundo dia iniciou e ao que tudo indicava, não seria diferente do anterior. Tentei seguir com minha rotina. Precisava ocupar minha mente com algo que não fossem as lembranças de Johnatan Fallen e seus irresistíveis beijos. Escolhi a seção de um filme que havia entrado em cartaz e que despertou meu interesse, quando assisti o trailer. Era uma história leve, que misturava romance e aventura, bem do jeito que eu gosto. Desliguei o computador e fui para o closet. Precisava ser prática se não quisesse perder o horário do cinema.

Coloquei uma calça jeans bem justa, que modelava meu corpo e fazia o bumbum parecer um pouco maior do que realmente era. Uma camiseta simples de malha e uma sandália alta eram suficientes para completar o visual. Peguei a bolsa, que estava sobre o sofá e saí.

Não foi problema encontrar uma vaga disponível, já que naquele horário o shopping não costumava ter muito movimento.

A tarde se foi rapidamente. O filme cumpriu bem sua função e me distraiu por duas horas. Mas, bastou sair do cinema para minha mente me levar de volta ao meu querido anjo. Aquela sensação de vazio que me acompanhava desde ontem, voltou ainda mais intensa. Não havia imaginado que podia sentir tanto a sua ausência. Queria encontrá-lo de novo ou, ao menos, ouvir sua voz.

Só então me dei conta de que não sabia nada sobre ele. Não tinha como fazer contato. Não sabia onde morava e sequer tinha um número de telefone. Ou seja, não podia fazer nada, além de esperar que ele voltasse a me procurar.

Já estava duvidando que isso acontecesse, quando senti o celular vibrar dentro da bolsa. Peguei o aparelho e mesmo antes de atender meu instinto disse que era ele.

― Boa tarde, minha linda Carlie! Como você está?

Meu corpo inteiro reagiu ao som daquela voz. Como era possível alguém causar aquele efeito com um simples telefonema?

Controlei minhas emoções e tentei responder da forma mais natural possível.

― Estou bem. E você? O que tem feito?

― Estava resolvendo uns problemas de ordem pessoal, mas não quero ocupar sua bela cabecinha com isso, meu amor. Você está em casa?

― Não. Na verdade, estou no shopping. Acabei de sair do cinema.

― Então, tenho que fazer uma pequena mudança em meus planos. A que horas acha que consegue estar pronta para mim?

― Depende do que você tem em mente, John.

Podia ouvi-lo sorrindo do outro lado da linha, enquanto me respondia:

― Bem, tinha planejado passar muitas horas a seu lado, mas você já eliminou o primeiro programa da minha lista, que era o cinema. Só me restou um jantar e depois sair para dançar. O que acha?

― Para mim, parece ótimo.

― À que horas passo para pegá-la?

― Deixe-me ver... Pode ser às nove. Está bom para você?

― Está perfeito. Às nove horas em ponto estarei lá, minha pequena.

Assim que ele desligou, corri para o estacionamento e arranquei com o carro. Queria voltar logo para casa e ter tempo de me preparar para encontrar meu anjo.

Era exatamente nove horas quando ele chegou. Não sei como conseguia ser tão pontual com o trânsito dessa cidade, mas eu já estava pronta à sua espera e desci para encontrá-lo na recepção do prédio.

M.A.D.E. Primeira Geração - série Mais Além da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora