18 - Kartódromo - Parte I

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Elisa tinha convidado todo mundo para ir à pista de kart. Nós fomos depois do almoço, no sábado à tarde. Fui de carona com o John e quando chegamos vi Isabel e Pedro de mãos dadas bem na entrada.

— Acha que eles têm seguro? — Isabel perguntou quando os alcançamos.

— Seguro? — John respondeu sem entender.

— É que é pouco provável eu devolver os carros inteiros como vou pegar. — ela esclareceu.

— Isi, Isi. — Pedro riu, assim como John e eu. — Você é um perigo para a sociedade!

Isabel não era muito jeitosa no volante. Ela daria algum trabalho para a autoescola no ano seguinte.

— Acha que eu vou ser expulsa da autoescola? — Isabel perguntou para o namorado enquanto entravamos.

— Não sei, amor, mas talvez o seu instrutor possa ficar um pouquinho traumatizado. — o riso era natural e alegre entre eles.

— Mas não é para isso que ele é pago? — ela falou como se fosse óbvio.

— Que má Isabel! — falei atrás dela.

Lá dentro Elisa esperava conversando animadamente com Natan. Seis pessoas. Eu achava que seriamos sete. Será que ele ainda não tinha chegado?

— Prontos para uma das melhores tardes que já passaram na vida? — Natan perguntou.

Elisa deu um pulinho de animação. Nós todos respondemos afirmativamente, com exceção de Isabel, que não tinha muita certeza do que estava fazendo ali.

— E o Gael? — a minha amiga perguntou. A minha curiosidade foi instantaneamente aguçada. Uma pergunta que eu não faria de jeito nenhum, mas estava morrendo para saber a resposta. — Achei que ele viria.

— Ele teve um compromisso de última hora em casa. — Elisa respondeu lançando um olhar de relance para o primo.

Identifiquei preocupação no rosto deles, mas só durou um segundo e eles logo disfaçaram. Eu queria fazer milhares de perguntas, mas se a palavra Gael saísse da minha boca, Elisa com certeza me faria passar vergonha.

— Mas que pena! — John sorriu de forma maldosa. Ele não gostava nadinha do Gael.

— Vamos lá então! — Natan esfregou as mãos e puxou a fila rumo às garagens dos karts.

Elisa pulou entre mim e John que se afastou à força. A garota alegre e sorridente se enlaçou no meu braço ignorando total e propositalmente a cara feia que o meu amigo fez.

Não se preocupe, ele vai voltar logo. — ela cochichou no meu ouvido. Senti um calor anormal subindo pelo meu pescoço. Nem tive tempo de negar. — Não precisa admitir para mim, eu sei que você queria saber. — o olhar dela era de pura confiança. Eles realmente eram irmãos, não tinha como negar.

— Saber o que? — John perguntou desconfiado ao lado dela.

— Coisas de garota. — Elisa respondeu com o semblante inalterado, sem se dar ao trabalho de olhar para ele. — E não vou contar para ninguém que você está perdidamente apaixonada pelo idiota do meu irmão! — ela sussurrou outra vez no meu ouvido.

— Que coisa mais ridícula! — disparei indignada.

— E especialmente não vou contar para ele. Ele não merece saber! — ela deu uma risada um pouco sádica e saiu, meio dançando, meio saltitando, como uma fada, e agarrou o braço forte do primo.

— O que foi que ela falou pra você? — John perguntou com cara de quem comeu e não gostou.

— A Elisa é a Elisa. Nem sempre fala coisa com coisa. Ignora! — apaixonada?! Que ridículo!

Antes de sairmos com os carros em miniatura, nós recebemos todos os equipamentos de que precisaríamos e as orientações adequadas. A pista ficava a céu aberto e o manto azul sobre nossas cabeças estava de uma cor esplendorosa e intensa.

Eu adorei a experiência! Adorei! Foi incrível! Loucura! O vento batendo com velocidade no corpo foi demais!

Ao final do nosso tempo, parei no lugar indicado e desci.

— Ganhei no Natan! — Elisa cantou vitória.

— Eu deixei você ganhar! — ele cruzou os braços implicante.

— Deixou uma ova! Despeitado!

O barulho dos motores na pista anunciou a chegada dos dois carros que faltavam.

— A sua carteira de habilitação deveria ser recolhida antes mesmo de você tirar! — Pedro não estava muito contente.

— Só porque eu saí da pista aquela hora? — Isabel colocou a mão na cintura.

Aquelas horas! Foram duas. — o namorado ressaltou.

— E daí? Foi só no começo. Eu ainda não tinha pegado o jeito! — ela se defendeu.

— Amor... — Natan, ao meu lado, mudou a postura ao ouvir isso. Ele ficou tenso. — Sabe que eu te amo, mas... mas nunca, nunca, vai encostar um dedo nas chaves do meu carro, Isi.

Isi? — a voz do rapaz expressava puro nojo e desdém. Natan não disse isso alto, foi quase um pensamento, algo dito apenas para si mesmo, acho que ninguém mais ouviu.

Ele está com... ciúme?! Será que estou vendo coisas?

Vamos de novo! — Isabel ignorou o namorado e se voltou para o grupo.

— Eu topo. — Natan declarou prontamente. — Mas não vou aliviar para você. Vai ter que provar do que é feita.

— Fechado! — ela o encarou com desafio. — Mais alguém?

Acabamos aceitando uma segunda rodada, mas a minha atençao estava em outro lugar: Natan.

Eu sei que ninguém gosta do Pedro, então nem vou me dar ao trabalho de perguntar kkkk

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Eu sei que ninguém gosta do Pedro, então nem vou me dar ao trabalho de perguntar kkkk

Dividi o capítulo porque ficou grande, mas a segunda parte está logo ali. Bjos!

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