Nada de espadas, machados e facas. Isso é coisa antiga. Abençoada seja a modernidade! Dessa vez vamos levar fuzis, pistolas, granadas e tudo o mais que tivermos direito. Partimos armados até os dentes!Selva havia acertado em cheio um alvo chamado John. Não sei exatamente o que ela fez, mas com certeza não usou a sutileza. Coitado. Ele foi arrastado para dentro de um redemoinho gigantesco de caos e confusão governado por desordem. Me senti horrível, porque eu sabia que ninguém voltaria do penhasco. Ninguém ia sobreviver, íamos todos morrer.
— Eu adoro esse lugar! — John já estava no mundo Natural há alguns dias e quase me quebrou as costelas com aquele abraço. Juro que nunca o vi tão feliz na vida! — Isso é fantástico! Olha só! — ele levantou a camisa. — Agora tenho o seu desenho!
Agora ele também tinha uma rosa dos ventos na altura do estômago, só que o desenho dele era mais claro.
— Tá, tá bom! — Gael estava de mau humor outra vez. — Já deu para notar.
— Que cara feia é essa, caçador? Com inveja das minhas habilidades? — o membro novo implicou com o rapaz já emburrado.
— É melhor ficar na sua. — Natan avisou. — Não vai querer medir habilidades com ele. Acredite. Eu sei do que estou falando.
John fez menção de que iria alfinetar o Gael de novo, mas acabou desistindo. Ao invés disso preferiu falar comigo.
— Esse lugar é incrível! Temos muito que conversar. Somos ainda mais parecidos agora, uma vez que somos semelhantes. — ou talvez afinal essa tenha sido a alfinetada.
— Você não contou para ele, contou? — Gael perguntou de semblante sério para Selva. — Tanta felicidade assim não cabe numa morte iminente.
— Morte iminente?! — John ficou inquieto de repente, vasculhando os semblantes ao seu redor em busca de explicação. — Do que está falando?
O meu coração gelou na mesma hora. Ele não sabe! Selva não contou para ele por que ele foi trazido para cá.
— Não contou para ele?! — Natan fez uma cara de desgosto.
— E correr o risco de ele se negar a ajudar? — a raposa deu de ombros. — É óbvio que não.
— Sempre traiçoeira. — Elisa meneou a cabeça.
— Está no meu sangue. — Selva abriu um sorriso de orgulho.
— Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?! — John falou mais alto, exigindo ser ouvido.
Ele escutou toda a história. Quando unimos a nossa magia, não é como se elas se somassem, mas como se elas se multiplicassem. Eu precisava dele para conseguir abrir um portal grande o suficiente para enclausurar a coisa. Uma barreira invisível cresceu entre ele e o restante de nós. Ele estava preso ali até a próxima lua nova e não sabia disso. Selva só usara meias verdades para o convencer. Ele estava sendo usado, aquilo ali não era um passeio de férias. Ele não sorriu mais depois disso.
— John! Espera. — corri atrás dele depois que ele se afastou do grupo. Ele parou e me olhou com desprezo. — Desculpe. Ter envolvido você nisso. — falei com o coração pesado. Me ocorreu que ele não tivera a oportunidade de se despedir de ninguém. Ele nunca pensou que não fosse voltar.
— Não faz diferença. — respondeu.
— É claro que faz! Não precisa ir se não quiser.
— Não preciso?! Tem uma coisa que está indo para a Terra se alimentar do nosso sol. E além disso... a raposa de dentes arreganhados vai comer o meu coração cru se eu me recusar a ajudar, então... infelizmente... eu preciso ir sim.
— Eu posso falar com ela e...
— Relaxa. Há três dias eu era uma pessoa normal e agora faço parte da trupe de aberrações. Estamos sendo enviados ao inferno de onde ninguém nunca voltou. Como eu disse: Relaxa. — deu as costas e saiu.
Olá amores!
Esse John vai ficando cada vez mais abusado! Prevejo muitos chinelos de vocês preparados para a cara dele kkkkkkk
Se gostou não esquece da estrelinha. Bjos!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Noite Sombria | 3
RomanceUma lembrança pode mudar tudo! Após enfrentar a morte de frente, Alma Ferraz desperta de um sono profundo sem as memórias de um reino de fantasia. Durante a rotina do dia-a-dia, o ballet profissional deixa cada vez mais perto, John, um antigo amigo...