Capitulo 80

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JULIETA: Eu não esperava encontrar alguém como ele... E ainda assim, acredite... Eu sabia que essa revelação acabaria com tudo entre nós. E aqui está o resultado...

ALLAN: É melhor que acabe assim, talvez? Antes que isso tome proporções incontroláveis.

JULIETA: Não, isso não pode acabar assim, não mesmo.

ALLAN: Julieta...

JULIETA: Eu preciso falar com o Daryl.

ALLAN: Ele nunca concordaria com isso!

JULIETA: Eu sei, mas eu preciso tentar... Eu não suportaria saber que ele acha que eu estava me aproveitando dele.

ALLAN: Você não vai me ouvir, mesmo se eu repetir que essa é uma má ideia. Porque sim, é uma péssima ideia. Quem garante que ele não vai contar aos caras que organizam as corridas? Ele pode entregar você, ganhar dinheiro em troca de informações sobre o seu verdadeiro trabalho.

JULIETA: Ele nunca faria isso. Apesar do que você pensa, ele é um cara legal.

ALLAN: Realmente espero que não.


Allan claramente desistiu de tentar me fazer mudar de ideia.


ALLAN: Eu só quero que você saiba do risco que está correndo. Você não pode vacilar de maneira alguma, então espero que você saiba onde está se metendo.

JULIETA: Mesmo que ele não queria falar comigo, ele não vai me machucar.

ALLAN: Você se importa em dizer quando você vai vê-lo? E onde? Eu me ofereceria para ir junto, mas sei que você recusaria.

JULIETA: É melhor eu ir sozinha.

ALLAN: Tudo bem, mas me fale o local, apenas por precaução.


Eu concordo com a cabeça mecanicamente.

Allan não diz mais nada e apenas coloca a mão no meu braço. Eu mal sinto o seu gesto reconfortante, perdida em meus pensamentos.



ALLAN: Eu... vou deixar você sozinha por um momento.

JULIETA: Acho que é melhor assim.


Ele hesita um pouco, mas finalmente se levanta.


ALLAN: Lisa voltará logo... Vai te fazer bem falar com ela.

JULIETA: Se você não contar a ela o que aconteceu...

ALLAN: Eu não vou dizer nada, mas acho que seria bom se você conversasse com ela.

JULIETA: Eu decido quando chegar a hora.

ALLAN: Bom, se precisar de qualquer coisa... Estarei no meu quarto.

JULIETA: Eu não pretendo ficar aqui, não se preocupe. Vou para casa.

ALLAN: Você quer que eu vá com você?

JULIETA: Não, obrigada. Eu... Preciso de tempo para pensar sobre tudo isso e tentar encontrar uma solução.

ALLAN: Tudo bem, sem problemas. Devo admitir que a noite foi bastante peculiar.

JULIETA: Essa é uma maneira de defini-la...


Foi um verdadeiro pesadelo, isso sim.

Eu suspiro fundo e me levanto. Lá fora, o sol começa a nascer. Acho que perdi totalmente a noção do tempo.


JULIETA: Você pode ir para a cama, vou chamar um táxi e ir para casa. Não precisa mais me acompanhar.

ALLAN: Julieta... Eu não quero que você pense que...


Eu levanto uma mão para silencia-lo.


JULIETA: Eu sei, mas por enquanto, ainda estou com raiva. Provavelmente isso vai passar daqui a algum tempo.

ALLAN: Provavelmente? Isso não é muito encorajador.


Ele tenta sorrir, mas o seu rosto permanece sem emoção.

Eu pego o meu telefone no bolso e faço uma ligação. A conversa com a companhia do táxi é rápida.


JULIETA: Você vai continuar investigando as corridas, ou não?

ALLAN: Para ser sincero com você, eu não sei.

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