Capitulo 78

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Um arrepio passa pela minha espinha e eu me viro para Daryl. Tenho a sensação de que o mundo desabou debaixo dos meus pés.

Quanto a Allan, ele não diz nada, simplesmente continua de pé, sem demonstrar sentimentos.


JULIETA: Nós precisamos conversar sobre isso.

DARYL: Porquê? Está planeando inventar mais algumas coisas?

JULIETA: Absolutamente não, mas isso é problema meu.

ALLAN: Você perdeu a cabeça, Julieta! Não percebe o que você fez? Você colocou a sua vida em risco! Para quê? Adiantar uns seis meses da sua promoção?

JULIETA: Uma promoção que nunca aconteceria se eu ficasse esperando. Mas de qualquer forma, tudo isso foi colocado em segundo plano.

DARYL: Você me usou, então?


A voz de Daryl interrompe a discussão.


JULIETA: De jeito nenhum, isso nunca foi a minha intenção.

DARYL: Isso explica porque você queria tanto se aproximar de mim.

JULIETA: Não! Não tem nada a ver com isso, eu juro!

ALLAN: Já passou da hora de acabarmos com isso. Eu não quero que nada aconteça com você, Julieta. Acho que você já brincou demais com o perigo.

JULIETA: Não me diga o que eu devo fazer. E parece que você está aqui também, nesta corrida ilegal. Se o Ryan descobrir que você também é jornalista...

DARYL: Saiam daqui. Os dois.


A voz seca do Daryl ecoa na escuridão da noite e eu engulo em seco.


DARYL: Vou dizer ao Ryan que você teve uma emergência.

JULIETA: Daryl, eu...

DARYL: Vá embora. E nunca mais volte aqui. Escute o seu amigo e esqueça tudo isso antes que seja tarde demais.


Allan estende a mão e segura o meu braço, mas eu me solto abruptamente.


JULIETA: Pelo menos me dá a chance de me explicar.

DARYL: Eu já te dei uma segunda chance, pelo que me lembro.

JULIETA: Eu sei, e também sei que estou pedindo muito de você.

DARYL: Então você entende o meu ponto.


Derrotada, eu deixo Allan me pegar pelo braço e me puxar para longe.


DARYL: Saiam, imediatamente. Ryan vai começar a desconfiar e pode mandar Nathan vir aqui. E vocês não vão querer que ele saiba o que vocês estão fazendo aqui.

JULIETA: Daryl...


Ele vira as costas, sem dizer mais nada, e se afasta.

Eu sinto um nó na minha garganta. A minha vontade é de correr atrás dele.


ALLAN: Venha, Julieta... ele tem razão.


O tom de Allan, muito mais calmo desta vez, só me faz suspirar fundo.

Arrasada pela dor da culpa, eu nem tenho energia para retrucar. E eu me permito ser arrastada até o carro de Allan, estacionado um pouco mais distante.

Daryl... eu sinto muito... eu não queria que isso acontecesse... Eu não queria que você descobrisse dessa maneira...

Eu fecho os olhos e tento segurar as minhas lágrimas, em vão.

Eu mal me lembro de chagar em casa, estou sentada no sofá, segurando um copo de agua e com o olhar um pouco perdido.


ALLAN: Hmm... você está bem?

JULIETA: Você fez mesmo essa pergunta?

ALLAN: Eu sinto muito.

JULIETA: Você não pareceu sentir muito antes.


Ele me dá um olhar envergonhado.

Que bom, pelo menos ele está se sentindo um pouco culpado!


ALLAN: Sim, falando nisso. Me perdoe, acho que foi a adrenalina e o medo que tomaram conta de mim.

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