Capitulo 132

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JULIETA: Depois de tudo o que aconteceu... não quero nem pensar em Ryan saindo daqui livre.

BRADLEY: Pode ficar tranquila, eu vou cuidar disso.

JUIZA: Senhor Bradley. Está tudo bem com a sua cliente, ou não?

BRADLEY: Sim, meritíssimo. Pedimos desculpas pela interrupção. E se me permite... eu gostaria de acrescentar uma coisa.


A juíza permite que ele continue, com um gesto firme da mão.


BRADLEY: Nós precisamos deixar uma coisa bem clara. A policia não assinou um contrato com o senhor Daryl, mas sim com a senhorita Julieta. Mas acontece que alguns detalhes do acordo dizem respeito ao senhor Daryl. E eu gostaria de chamar a atenção da corte para o facto de que este acordo é confidencial e que o senhor Ryan descobriu sobre ele por meios ilícitos.

ADVOGADO: Protesto! Conjetura!

JUIZA: Negado! Continue senhor Bradley.

BRADLEY: Obrigado, meritíssimo. Isso não é uma conjetura, mas sim um facto. Isso já foi confirmado até por uma das funcionarias do senhor Ryan, Lana. Ela disse claramente à senhorita Julieta que o senhor Ryan pediu a ela para forçar a Julieta a desistir das acusações.

RYAN: Onde estão as provas? A palavra de uma única pessoa não é suficiente. E vejo que a senhorita Lana não está presente aqui hoje. Onde está a sua confissão?

BRADLEY: Lana está no hospital, senhor Ryan. E você está bem ciente disso. Uma equipa da SWAT conseguiu detê-la quando ela estava prestes a matar o senhor Daryl. E ela não agiu por conta própria, mas por uma quantia em dinheiro que você havia prometido a ela. Uma quantia que você já tinha dado em parte a ela, como a policia conseguiu comprovar.


Ryan está ficando um pouco agitado, como se estivesse perturbado pela revelação, mas esse momento ambíguo dura apenas um segundo.

O caso está se agravando lentamente. Ele não será capaz de fugir por muito tempo. Se eu fosse ele, confessaria de uma vez. Qual é o sentido de desperdiçar o tempo de todos?

Acho que está em sua natureza, ele sempre fará tudo o que puder para escapar.


RYAN: E daí? Eu poderia apenas ter emprestado a ela o dinheiro que ela precisava. Isso não prova que ela tenha agido em meu nome. Ela pode ter feito algum outro trabalho para mim, eu tenho alguns amigos muito bons, como você sabe.


Eu tenho que me conter e convocar todas as divindades do mundo para evitar levantar e chamá-lo de mentiroso.

Quando for a minha vez de depor, vou revelar as suas mentiras de uma vez por todas.


BRADLEY: Você não acha que isso parece um pouco estranho, senhor Ryan?

ADVOGADO: Protesto! O meu cliente não precisa dar a sua opinião!

JUIZA: Aceito. Concentre-se nos factos, senhor Bradley.

BRADLEY: Eu retiro o que eu disse. Os factos falam por si só, nós só precisamos ouvi-los. As gravações não foram editadas ou manipuladas, todos os especialistas podem garantir isso. As transferências de dinheiro para a senhorita Lana não foi coincidência, aconteceu quando a minha cliente e os seus amigos estavam sendo ameaçados com uma arma. As contas do comissario Stevenson e do vice prefeito Hamilton corroboram com isso. O mesmo vale para morte de Orlov e as suas circunstancias suspeitas. Um assassinato que você mesmo confessou, senhor Ryan. Não me importo de você dizer que coincidências acontecem, mas chega um ponto em que precisamos encarar a realidade.

RYAN: Eu continuo mantendo a minha versão do caso. Eu realmente organizei algumas corridas ilegais, mas me culpar por tudo isso... A policia precisa de um bode expiatório. Mas poxa a vida!

BRADLEY: eu não tenho mais nada a acrescentar, meritíssimo. A defesa pode assumir.


Bradley sorri para a juíza e se senta ao meu lado novamente, enquanto o advogado de Ryan se levanta para interroga-lo.

As perguntas foram, sem duvida, desenvolvidas para brincar com o charme de Ryan e torna-lo agradável. Mas eu o conheço muito bem, vi o monstro escondido atrás do seu rosto simpático.


JULIETA: Você acha que temos o suficiente, Bradley?

BRADLEY: As evidencias são indiscutíveis, fique tranquila. Ele pode tentar invalidá-las, enfraquece-las, mas será em vão. Ele não sairá da prisão tão cedo.

LISA: Você... você acha que ele pode pegar a pena de morte?


Realmente, isso ainda está em vigor na Califórnia...


BRADLEY: É possível, sim. O assassinato de Orlov pode entrar na categoria de crimes capitais.

LISA: Hm... o que isso significa? Eu não entendo.

JULIETA: São crimes de assassinato em primeiro grau, que acontece em circunstancias particulares. Ele claramente foi o responsável pelo assassinato de Orlov, em um crime relacionado à máfia.

BRADLEY: Sem contar o facto de que ele está envolvido em vários casos de homicídio. Os guarda costas de Orlov também foram mortos.

JULIETA: Então ele já poderia receber a pena de morte.

BRALDEY: Sim, mesmo que ela não tenha sido aplicada há dez anos.


Lisa parece pensativa, olhando para os dedos entrelaçados em cima das suas coxas.


LISA: Não sei se concordo com isso. Prisão perpetua, sim... mas...

BRADLEY: É assim a justiça aqui, não podemos mudar de um hora para a outra.

LISA: E você, Julieta? O que você pensa sobre isso?

JULIETA: Sou contra, não gosto da ideia de retaliação extrema.

BRADLEY: De qualquer maneira, se somos a favor ou contra, essa é a lei.


Seja qual for o resultado, espero que a lei seja justa.

O advogado de Ryan finalmente conclui a sua ultima pergunta e volta para a sua cadeira. Ryan ainda parece tranquilo, como se estivesse se recusando a abandonar a sua atuação de inocente.

Pelo menos devo reconhecer a sua calma, em qualquer que seja a situação. A pena de morte pode não ter sido aplicada na Califórnia há algum tempo, mas nunca se sabe...

Se eu fosse ele, a ideia de estar no corredor da morte me deixaria aterrorizada.


BRADLEY: Logo será a sua vez, Julieta.

JULIETA: Eu estou pronta, eu acho.

BRADLEY: Eu não tenho duvida alguma. Não se preocupe, tudo vai ficar bem.

LISA: Você consegue, Julieta!

JULIETA: De qualquer maneira, eu farei o meu melhor!


Ryan volta para o banco dos réus e eu me sento atrás da mesa de depoimento. As minhas pernas estão um pouco bambas, ainda bem que posso sentar...

A vista daqui é impressionante... Todas essas pessoas olhando para mim...

Eu respiro profundamente. Agora não é hora de ficar nervosa! E... particularmente, prefiro evitar olhar nos olhos de Ryan...

O olhar de Ryan está fixo em mim, posso sentir isso. Não quero dar a ele qualquer oportunidade de me desestabilizar ou me intimidar.

Estou aqui para testemunhar, quer ele queira, quer não.

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