Capitulo 113

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JULIETA: Quando você ouviu de Ryan a verdade sobre a Helena... Você não sentiu vontade de matá-lo?

DARYL: Mais do que nunca. Mas eu sei que isso não a traria de volta. Além disso, ele merece pagar pelo que fez... a morte é pouco para alguém como ele.

JULIETA: Você...


Eu fico em silencio por um momento, hesitando.


JULIETA: Você já matou alguém?

DARYL: Infelizmente, sim, na guerra. Eu gostaria de poder dizer que consegui evitar isso, mas seria mentira. Sim, eu matei pessoas, porque recebia ordens. Eles sempre nos dizem para nos desconectarmos do mundo e dizer a nós mesmos que tem que ser assim, não temos escolha. Mas eu nunca consegui fazer isso, e provavelmente é algo que vai me assombrar pelo resto da minha vida.


Ele me vira devagar, de frente. Eu me pressiono contra ele e encosto o meu rosto em seu peito. Ele coloca uma mão atrás da minha cabeça.


DARYL: A guerra... o que aconteceu com Helena... Sinto que isso acabou comigo.


Ele abre um sorriso meio triste.


DARYL: Isso ainda não faz você querer fugir de mim?

JULIETA: Você não vai se livrar de mim tão facilmente!


Daryl sorri.


DARYL: Muito pelo contrário... essa é a ultima coisa que eu quero.

JULIETA: Então você não precisa se preocupar. Eu quero ficar com você, apoiar você.


Os dedos de Daryl acariciam suavemente a minha bochecha. Ele levanta o meu queixo e olha nos meus olhos.

Ele finalmente se inclina para mim e toca os seus lábios nos meus. Nosso beijo tem um gostinho de preocupação. Tudo isso poderia acabar de repente... Se as coisas derem errado com a policia...

Se ele mudar de ideia... qualquer erro, e tudo pode desmoronar.

Daryl coloca as mãos nas minhas bochechas quando nossos lábios se separam. A sua testa encosta na minha e ele fecha os olhos.


DARYL: Se algum dia... por acaso, as coisas não funcionarem do jeito que estamos planeando. Eu só quero que você saiba de uma coisa, Julieta.


Ele faz uma pausa, como se estivesse avaliando a importância das suas palavras.


DARYL: Eu te amo.


A minha respiração fica presa na minha garganta. Meus dedos seguram os pulsos de Daryl como se eu estivesse tentando segurar as sua mãos em meu rosto, com medo de perdê-lo.


JULIETA: Eu também te amo. E eu não vou desistir de nós, nem agora, nem depois, nunca.

DARYL: Ás vezes... você age como um soldado.


Ele dá uma risada espontânea.


JULIETA: O que você quer dizer?

DARYL: Você se recusa a desistir de alguém que está quase perdido. Poucas pessoas têm a força que você demonstra, sabe.


Eu fico na ponta dos pés e roubo outro beijo dele.

O dia está começando a amanhecer, algumas batidas na porta de vidro chamam a nossa atenção.

Eu me afasto de Daryl, hesitando, e vejo Lisa nos olhando timidamente.


LISA: Eu sei que vocês querem ficar sozinhos. Mas Allan pediu para dizer que temos novidades. Algumas das suas fontes entraram em contacto com ele para conversar sobre o que aconteceu ontem à noite.

JULIETA: Sim, desculpe. Eu... estou indo.


Eu desencosto de Daryl e seus braços caem lentamente ao lado do corpo.

Estou com medo. Medo de que, apesar de tudo... isso possa ser o fim.

Amor em Alta VelocidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora