DARYL: Essa nova vida, eu não posso imaginar sendo com mais ninguém além de você.
Eu coloco as minhas duas mãos no rosto de Daryl e inclino um pouco para beijá-lo. Eu não me importo se estamos na rua e todos estão olhando.
Pelo contrário, quero que todos nos vejam... quero que esse relacionamento sirva de inspiração.
Os lábios de Daryl se afastam lentamente dos meus, ele apoia a testa na minha, de olhos fechados, e sorri.
DARYL: Vamos voltar?
JULIETA: Vamos.
Eu me afasto dele hesitando. Mesmo que eu saiba agora que ele não pretende começar uma nova vida sem mim.
Quem imaginaria tudo o que passamos, desde a primeira vez que eu o vi?
Eu não consigo evitar um sorriso e Daryl levanta uma sobrancelha, curioso.
JULIETA: Você se lembra do jogo de beisebol?
DARYL: Quando nos vimos pela primeira vez? Claro.
JULIETA: Eu estava pensando sobre isso, lembro que foi muito engraçado. Honestamente, quem poderia prever que as coisas terminariam assim?
DARYL: Absolutamente ninguém, é verdade. E essa é a beleza das coincidências e do destino.
JULIETA: Tudo terminou bem.
Eu deslizo os meus dedos entre os de Daryl e finalmente deixamos as dependências do tribunal.
Estamos caminhando em silencio até o carro de Daryl, que ele estacionou mais adiante. De repente, percebo uma figura familiar e paro.
JULIETA: Ah, olá, Hayden. Pensei que você estivesse em Arlington.
Hayden se aproxima de nós calmamente e nos cumprimenta com um aperto de mão.
HAYDEN: Eu quis participar do veredicto. Eu não perderia isso por nada no mundo. Mas você não estava lá, Daryl. Estou certo?
DARYL: Não. Eu preferi ficar no escritório. Achei melhor evitar dar munição ao advogado do Ryan.
HAYDEN: Eu entendo. Enfim, eu só queria dizer...
Ele se vira para mim, cruza os braços sobre o peito e solta um pequeno sorriso.
Nossa! Isso deve ser algo novo, já que é tão raro vê-lo sorrir...
HAYDEN: Meus parabéns por ir até o final, Julieta. E parabéns também por ter a coragem de gravar aquela conversa. Este foi o golpe definitivo para ele, você fez um trabalho fantástico.
JULIETA: Foi até meio sem querer, a principio. Foi só uma sequência de eventos.
HAYDEN: Seu jornal tem muita sorte em ter você. E se um dia você quiser recomeçar, pense em se juntar à força policial. Nunca se sabe...
JULIETA: Hm, é muito gentil da sua parte sugerir isso, mas eu gosto do que faço!
HAYDEN: Se você mudar de ideia, sabe onde me encontrar.
Ele se vira e encara Daryl, enquanto muda para uma expressão um pouco mais triste.
DARYL: É sobre a Helena, não é?
HAYDEN: Sim. Eu só quero dizer que estamos fazendo todas as investigações necessárias e todos aqueles que participaram do crime foram identificados.
DARYL: E? Acho que não é só isso, certo?
HAYDEN: Pois é... Nenhum deles pode ser processado. Eles estão todos mortos.
JULIETA: Acho que o Ryan não pára de nos surpreender.
HAYDEN: Sim. Ele fez com que todas as testemunhas e cúmplices fossem mortos. Eu sinto muito, Daryl. Eu sei que você gostaria que as pessoas responsáveis fossem punidas...
DARYL: Ryan foi pego. Isso já é o suficiente para mim. Vai me ajudar a esquecer tudo isso.
JULIETA: Isso não vai mudar o passado, mas pelo menos... agora temos certeza.
HAYDEN: É por isso que eu fiz questão de falar sobre isso com Daryl.
DARYL: Eu espero que um dia eu possa retribuir o favor.
HAYDEN: Chega de corrida ilegais, isso será um bom começo.
Daryl concorda com a cabeça e sorri.
HAYDEN: Eu tenho que ir. Ainda tenho muito trabalho a fazer, infelizmente.
JULIETA: Ah, então não foi uma visita de cortesia!
HAYDEN: Nunca é, no meu caso. Mas eu queria mesmo falar com vocês.
Ele nos cumprimenta e rapidamente se dirige para o tribunal.
JULIETA: O que você acha que ele vai fazer?
DARYL: Eu não faço ideia, mas isso não nos interessa mais. Agora eu só quero voltar para casa.
A sua frase parece inocente, causando um turbilhão de emoções em mim. Daryl parece notar isso e levanta uma sobrancelha, um pouco preocupado.
JULIETA: Para a nossa casa... você quer dizer?
DARYL: Claro, Julieta. Mais do que nunca.
Eu abro um sorriso enorme e pulo em seu pescoço enquanto rio e choro ao mesmo tempo. Ele me prende em seu peito e me segura com toda a sua força, como se ele não quisesse me soltar nunca mais.
Alguns dias se passaram desde o julgamento de Ryan, que saiu em todas as manchetes dos jornais e programas de noticias.
Por enquanto, ele ainda não foi transferido para San Quentin e cumpre a sua sentença em uma das prisões de alta segurança da Califórnia.
Eu ainda estou lutando para acreditar que tudo acabou. Finalmente...
Daryl está deitado ao meu lado, dormindo profundamente. Eu me apoio no meu cotovelo para vê-lo melhor. Ele parece tão calmo e em paz, e eu sei muito bem que não é só porque ele está dormindo.
Eu posso ver as mudanças, a maneira como ele está se comportando recentemente. Até o sorriso dele está muito mais presente. O rosto dele parece menos preocupado.
Não estou dizendo que ele já esqueceu tudo o que aconteceu de ruim em sua vida... Mas ele está muito menos stressado. E eu gosto de pensar que isso é um pouco graças a mim.
Eu estendo a minha mão e acaricio a sua testa, desço pelo seu nariz com o meu dedo indicador e toco os seus lábios. Eu me inclino sobre ele e dou beijos suaves em sua bochecha, tomando cuidado para não acordá-lo.
Quando estou prestes a me afastar novamente, ele levanta o braço e coloca a mão na parte de trás do meu pescoço.
JULIETA: Desculpe, acordei você?
DARYL: Sim, mas eu não me importo de ser acordado assim.
Eu sorrio e volto a beijar os seus lábios, enquanto ele me deita de costas e fica em cima de mim.
As minhas coxas rapidamente fecham em torno do seu quadril.
DARYL: Eu te amo, Julieta. Não sei como consegui viver sem você antes.
JULIETA: Você se saiu muito bem, não se preocupe! E eu também te amo, Daryl.
DARYL: Quando eu penso que, há poucos meses... eu ainda estava trabalhando para Ryan. Eu não acho que eu estava vivendo, apenas sobrevivendo, nada mais.
Ele se deita ao meu lado e eu aproveito para me aconchegar contra ele.
JULIETA: Ryan não pode fazer mais nada contra nós. Ele está apodrecendo atrás das grades.
DARYL: É um pouco estranho, às vezes, quando eu penso que esta noite eu não preciso voltar ao volante. Não preciso sair de madrugada, não preciso ter cuidado com o que falo. Não preciso fazer o que aquele cara manda.
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Amor em Alta Velocidade
Fiksi PenggemarFanfic baseada no jogo Is It love? Julieta é uma garota que começou a sua carreira de jornalista, para conseguir chamar a atenção e começar a escrever artigos melhores, ela tem a ideia de se infiltrar num meio perigoso. Será que ela vai conseguir m...