Amor em Alta Velocidade

Capitulo 74

Dois carros se juntam a nós, aos nossos lados, enquanto mais dois param atrás de nós.

As mãos de Daryl apertam o volante, e o couro faz um leve ruido. O meu coração está batendo forte.

Eu estou prestes a acordar, é só um sonho... Não consigo acreditar nisso. Eu nunca achei que acabaria aqui quando entrei nisso.

Um barulho agudo soa de repente, e eu dou um pulo. O Daryl imediatamente pisa no acelerador, e o carro parte.

A velocidade me prende no banco, e eu me seguro na porta. As rodas derrapa, na primeira curva e, como um reflexo, eu olho para o retrovisor.

O Daryl está na liderança... já... mas isso quer dizer que nós somos o carro que os outros querem derrotar.

Eu então olho para ele por um momento. Os olhos dele estão grudados na pista. Ele está no elemento dele, ele está se divertindo, ele se sente vivo novamente.

JULIETA: É incrível...

DARYL: A primeira vez é sempre assim.

Um carro nos ultrapassa e eu olho para o Daryl, frenética.

JULIETA: Ele passou na nossa frente!

DARYL: Não se preocupe, o importante é chegar no final em primeiro lugar. Se ele gosta de estar na liderança deixa ele aproveitar!

O Daryl de repente vira o carro para a esquerda e entra em uma avenida, na direção contrária. Ele se desvia de um carro, com um sorriso nos lábios.

JULIETA: Você vai fazer a corrida inteira pelo caminho errado?

DARYL: Não, mas eu ganho alguns metros a cada segundo desse jeito. É isso que importa no final.

Eu agora estou me segurando na alça no teto do carro, com as duas mãos.

Os carros estão ultrapassando um ao outro, constantemente. Eu tenho dificuldades em acompanhar tudo, e o tempo está passando rápido. Tão rápido quanto os carros, correndo pelas ruas de Los Angeles.

Quando eu olho na tela, eu percebo que estamos nos aproximando de Hollywood.

JULIETA: Nós ainda estamos no segundo lugar!

O Daryl está bem calmo, isso não parece abalar ele, nem um pouco.

DARYL: Sim, mas não por muito tempo!

Ele aperta fundo o acelerador. O cheiro de borracha queimada preenche o carro, e o motor ronca alto.

O meu coração está batendo forte. Mas como ele aguenta isso? Nós escapamos por pouco de um acidente repetidas vezes.

Eu tenho a sensação de que eu estava a um fio de morte, mesmo que soe idiota. E quanto ao Daryl, ele nem hesita. Naturalmente, claro, ele está acostumado com isso.

O nosso carro passa perto de quem está à nossa frente. Os carros se raspam, porta contra porta, fazendo um barulho estridente.

JULIETA: Nós vamos bater!

DARYL: É claro que não. Foi tudo planeado.

O Daryl vira novamente para a direita, na direção do outro carro. Este também vira para a direita. Sob a pressão do nosso carro, o outro veiculo desvia, tentando brecar.

Mas por causa da velocidade, ele acaba virado, de lado, fazendo um barulho terrível. O carro anda vários metros desse jeito, e eu me viro, chocada.

JULIETA: Nós temos que fazer alguma coisa!

DARYL: Não se preocupe, o Ryan cuida disso. Acidentes acontecem.

JULIETA: Mas nós escapamos.

DARYL: Porque eu estou no volante.