Capitulo 12

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Eu tenho que morder a língua para não demonstrar a minha decepção por ter chegado tão depressa ao nosso destino.


JULIETA: Muito obrigada por me trazer de volta.

DARYL: Não foi nada.


Eu dou um sorriso.


JULIETA: Até mais, Daryl.


O rosto dele continua fixo, mas a voz dele fica cada vez menos rígida. Ele me responde com um tom quase amigável.


DARYL: Até mais.


Ele deixa os dedos sobre a chave de ignição por um segundo, e então me diz pela janela.


DARYL: Fico feliz em finalmente saber o seu nome.


Ele sai rapidamente, antes de eu conseguir responder. O meu coração está batendo forte no meu peito.

Eu fico ali por um momento, parada. São muitas emoções para uma noite... Mas eu não posso esquecer porque estou fazendo isso. O meu artigo, antes de mais nada...

Eu verifico se o Daryl já saiu do meu campo de visão, espero mais alguns segundos, e então eu vou em direcção ao meu prédio.

Eu não consigo tirar o rosto de Daryl da minha cabeça, mesmo depois de me deitar.


No dia seguinte...


Eu estou sentada na minha mesa, na redação. Uma xícara de chá está ao lado do meu computador, enquanto eu digito rapidamente no teclado.

Eu quase não consegui dormir ontem... Eu me sinto como um zombie. Eu sonhei com o Daryl, como esperado. Tenho memórias bem vagas desse sonho.

Eu só me lembro dele confiando algum segredo em mim. Esse gesto me encheu com uma felicidade intensa e sincera.

Eu balanço a cabeça.


JULIETA: Não, eu preciso me concentrar! Tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar vagando assim. Certo... Então... Ryan... Tem vários resultados... e são informações bem básicas.


31 anos de idade... Nascido na Rússia... Chegou nos Estados Unidos com 9 anos... Logo depois da Guerra Fria, não deve ter sido fácil para ele.


JULIETA: Oh, ele foi para Yale. Me pergunto porque ele está onde está hoje. Isso não me está ajudando. Hm... o pai dele morreu há cinco anos. A mãe dele ainda está viva, e ele tem uma irmã. Certo...


As minhas mãos hesitam por um momento sobre o teclado. Eu olho ao meu redor. Meus colegas estão todos ocupados, sem prestar atenção em mim.


JULIETA: É melhor eu evitar procurar tantas coisas assim... Eu ainda estou conectada à rede da empresa, nunca se sabe...


Eu passo a língua sobre os lábios. Estou com uma vontade de procurar o nome de Daryl, e tentar encontrar algo sobre ele ou as corridas.

Infelizmente, eu não sei nem o sobrenome dele. Eu não sei nada sobre ele, e ainda assim, ele me intriga tanto. Eu estou sempre pensando nele...

Há quanto tempo ele tem feito isso? E porquê? De onde ele veio? Como é a vida dele? Estou fascinada...


ALLAN: Julieta!


A voz de Allan me faz pular na minha cadeira.


JULIETA: Você precisa de algo?

ALLAN: Você terminou de escrever sobre aquele restaurante que acabou de abrir?


Eu me esforço para não virar os olhos e suspirar.


JULIETA: Sim, já faz algum tempo.


Vai levar dez minutos para terminar o artigo, então porque não dizer a ele que está pronto?


ALLAN: Óptimo, obrigado.


Allan olha para o telefone e suspira.

Amor em Alta VelocidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora