Amor em Alta Velocidade

Capitulo 82

«Chat ON»

JULIETA: Eu tenho que ir, obrigado por me contar as novidades.

PANDEMONIUM: É sempre um prazer falar com você. Talvez um dia possamos nos encontrar pessoalmente para um café e não apenas através do PC?

«Chat OFF»

Ele me manda um emoticon piscando e eu mando uma risadinha.

É isso aí.

«Chat ON»

JULIETA: Talvez! Até mais!

«Chat OFF»

Eu desligo o computador, coloco ao lado da cama e abraço o meu travesseiro quando me deito. Eu o pressiono contra o meu rosto e solto um forte grito de desabafo contra o tecido.

Tomara que isso me ajude a liberar o stresse, que está ficando insuportável...

Eu estraguei tudo! O meu artigo... o Daryl... talvez até mesmo a minha amizade com o Allan. Isto parece um pesadelo.

Por um momento, penso em tentar falar com o Daryl. Mas logo mudo de ideia, ainda não é o momento certo.

Mesmo que eu tenha a vaga impressão de que nunca será o momento certo.

Eu largo o travesseiro e deito de costas, respirando fundo. Eu fecho os meus olhos e tento dormir para fugir da catástrofe que está se aproximando de mim.

A minha noite foi péssima, eu revivi várias vezes a corrida, a discussão, o medo... E tudo sempre terminava da mesma forma. Eu sendo engolida pela escuridão.

Quando acordo assustada, passo as duas mãos no rosto.

Bom... acho que não posso passar a vida inteira na cama... Terei que enfrentar as coisas, cedo ou tarde.

Eu me levanto, saio do quarto e vou direto para a cozinha. Estou faminta, pelo menos isso é um bom sinal, não vou fazer greve de fome.

Eu começo a olhar dentro da geladeira quando ouço alguém batendo na porta. As batidas são fortes, autoritárias, e eu chego a me assustar.

Meu coração começa a acelerar e eu penso nos piores cenários possíveis. A maçaneta começa a balançar, alguém está tentando forçar a entrada.

Eu corro até a sala de estar e pego um taco de beisebol para tentar me proteger. Momentos de desespero exigem medidas desesperadas.

Eu não vou me entregar tão facilmente.

Eu fico imóvel, no meio da sala de estar, segurando o taco com as duas mãos.

DARYL: Julieta? Eu sei que você está aí!

JULIETA: Se o Ryan enviou você para terminar o trabalho, deixe-me dizer que será mais difícil do que você pensa!

DARYL: O quê? Claro que não! Essa nunca foi a questão.

JULIETA: Depois do que aconteceu...

DARYL: Nós realmente precisamos conversar.

Eu fico paralisada, sem saber o que fazer.

Se eu enfrentar isso agora ou outro dia, não mudará o resultado. Mas não quero nem pensar em admitir a derrota...

JULIETA: Você veio sozinho?

DARYL: Claro que sim.

Eu decido confiar no meu instinto.

Eu vou até a porta, sem soltar o taco, e abro cuidadosamente. Daryl está mesmo sozinho. Ele está parado, usando óculos escuros e com os braços cruzados.

Eu me afasto um pouco para deixá-lo entrar e ele vê o bastão nas minhas mãos.

DARYL: Eu prometo a você que não vai precisar disso, Julieta.

Eu olho para o taco de beisebol e o levanto em direção a ele. A ponta da madeira encosta no peito do Daryl, que levanta as mãos.