Capitulo 129

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Eu não desejo a morte de Lana, mas não consigo esquecer o que ela fez a nós todos...

Quanto ao julgamento, as coisas estão começando a andar. Eu tenho uma reunião com Bradley amanhã, para combinarmos a nossa estratégia.

Mesmo que, de acordo com ele, as provas contra o Ryan são indiscutíveis e a defesa não tem chance. Mas nunca se sabe quando se trata do Ryan, é sempre melhor prevenir do que remediar.

Lisa e Allan foram para o Havai, de férias. Lisa está sempre me enviando fotos dela na praia ou na piscina. Fico muito feliz em vê-la sorrindo de novo. Tive muito medo de que tudo isso a traumatizaria para sempre.


DARYL: Julieta? Você está bem? Já chegamos.


Eu nem percebi que o carro parou.


JULIETA: Sim, não se preocupe. Eu só estava pensando na Lisa e no Allan.

DARYL: Eles estão bem, aproveitando as férias no paraíso.

JULIETA: Sim, eles estavam precisando, depois de tudo o que aconteceu.


Daryl segura a minha mão para me consolar, depois me convida para sair do carro com um aceno de cabeça.


JULIETA: Você realmente pensou em tudo!


Estou sentada em um lençol que o Daryl esticou no chão. Ele está ao meu lado, segurando a minha mão.


DARYL: Eu não gosto de fazer nada pela metade. Você está bem? Não está com frio?

JULIETA: Está tudo perfeito.


Eu me apoio no cotovelo e beijo Daryl na bochecha. Ele me impede de me afastar colocando uma mão na parte de trás do meu pescoço e me beijando.

Eu deito de volta ao seu lado e me aconchego contra ele, com a minha bochecha em seu ombro.


JULIETA: Este lugar é tão lindo e calmo. Obrigada por confiar em mim e me mostrar.

DARYL: Você também merece conhecer.


Os dedos de Daryl se entrelaçam com os meus, o toque faz o meu coração disparar de ansiedade.


DARYL: Eu sempre gostei de observar as estrelas, desde pequeno. No Iraque... no meio do deserto, o céu fica lindo à noite. Não havia poluição luminosa e muito mais estrelas eram visíveis. Eu tinha a sensação de estar sozinho no mundo, naquele momento. Como se eu não estivesse em um país devastado pela guerra, mas em casa, na casa dos meus pais, nosso pequeno lar em Arkansas.

JULIETA: Você não tem contacto com a sua família?

DARYL: Eles não querem mais saber de um filho problemático como eu.

JULIETA: Eu não os conheço, mas tenho a certeza de que você está errado.

DARYL: É possível, mas tomando a decisão de me manter longe eu não preciso enfrentar a possível rejeição.

JULIETA: Mas porque eles pensariam isso de você? Seus pais eram rigorosos com você quando você era jovem? Aconteceu alguma coisa que fez você pensar assim?

DARYL: Não. Apenas a minha mãe, que sempre desaprovou a minha entrada na Marinha. Ela diz que todos que vão para a guerra voltam afetados negativamente. E ela tem propriedade para saber disso, o pai dela esteve na guerra do Vietnam.


Daryl pára de falar e solta um profundo e triste suspiro.


DARYL: Me desculpe, nós viemos aqui para uma noite agradável e eu...

JULIETA: Não. Nós viemos aqui para ficarmos juntos. Podemos conversar sobre isso se você quiser. Nós podemos conversar sobre coisas sérias. Eu não quero saber apenas das coisas que você tem orgulho. Quero saber também do que você se arrepende.


Daryl solta uma risadinha sem graça e me abraça mais forte contra ele.


DARYL: Será que estou sonhando? Eu tenho muita sorte mesmo.

JULIETA: Não sei se você está sonhando, mas espere só até conhecer os meus defeitos!

DARYL: Uma vez, alguém me disse que as falhas das pessoas é o que as deixam mais interessantes.

JULIETA: Eu não sei quem disse isso, mas concordo plenamente!


Eu começo a rir e encosto os meus lábios nos dele. Nos beijamos novamente, um beijo agora mais intimo.

Temos a praia inteira para nós, essa sensação de liberdade é excitante.

A sua língua procura a minha, os seus dedos acariciam as minhas costas, as minhas coxas, a minha bunda. O calor começa a aumentar dentro de mim, assim como o desejo...

Eu me entrego completamente ao prazer, com as caricias de Daryl ainda mais intensas.


DARYL: No final, até esquecemos das estrelas.

JULIETA: Talvez, mas o que fizemos foi absolutamente perfeito.

DARYL: Eu nunca conheci esse seu lado exibicionista, Julieta!

JULIETA: Ei, você também parecia muito à vontade!


Daryl sorri e levanta as mãos disfarçando.


DARYL: Vamos voltar? Eu não recusaria um colchão macio.


Pensando na minha cama, não consigo segurar um bocejo.


JULIETA: É uma ótima ideia, estou totalmente exausta.

DARYL: Perfeito, então. Vamos para o carro.


Eu me levanto e seguro no braço dele enquanto subimos a colina até onde o carro está.


JULIETA: A propósito... sabe, quando eu falei sobre os seus pais aquela hora, eu estava falando sério.

DARYL: O que você quer dizer?

JULIETA: Eu acho que seria bom se você entrasse em contacto com eles novamente. Virar a página e deixar o passado para trás.

DARYL: Por enquanto, não sei se consigo. Tantas coisas aconteceram desde então.

JULIETA: Mas eu gostaria de poder conhecê-los um dia, é claro, se você concordar.

DARYL: Vamos falar sobre isso outra hora. Ainda é um assunto bastante delicado para mim.


Eu não quero pressioná-lo ou magoá-lo...


JULIETA: Me desculpe, não falarei mais sobre isso até que você esteja pronto.

DARYL: Eu não sei se algum dia eu estarei.

JULIETA: E você tem todo o direito. Não quero forçar você.


Daryl olha para mim com carinho e sorri.


JULIETA: E a Helena... você quer falar comigo sobre ela ou não?


Desta vez, o seu rosto fica suave.


DARYL: A principio, ela era uma amiga de infância. Fomos à escola juntos. E passamos a adolescência juntos. Nós perdemos contactos por algum tempo, depois da faculdade, mas nos encontramos por coincidência em Phoenix. Ela estava lá estudando. Lembro que ela sempre dizia que queria se tornar policial, mas estava estudando direito. Quanto a mim, eu morava na estação da Marinha de Yuma, no Arizona. E precisei ir até Phoenix. Nós nos reencontramos em um bar, onde ela estava comemorando o fim dos exames finais. Depois disso, não nos separamos mais. Mesmo quando eu fui para o Iraque, ela me esperou.

JULIETA: É uma história linda.

DARYL: Infelizmente... não terminou muito bem.

JULIETA: Acho que você está aliviado por finalmente saber a verdade.

DARYL: Sim. Pelo menos... sei que agora ela pode descansar em paz.

Amor em Alta VelocidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora