O Chefe [REVISADO]

capítulo 44. [MARCADO PARA REVISÃO]

-Bom, nasci no Texas e desde pequeno sempre morei com minha avó, no interior.-Diz e respira fundo em meu pescoço.-minha infância sempre foi muito alegre, cheia de travessuras e muita merda, mas, tudo mudou no momento em que minha avó morreu, quando eu tinha 14 anos. Aquele dia foi um dos piores da minha vida, eu achei que nada mais podia piorar, mas, eu estava enganado. No dia do enterro de minha avó, eu descobri que minha guarda passaria para o meu pai.-Diz a palavra "pai" com muito desprezo.-Foi um choque terrível para mim, afinal, eu nunca havia o visto, minha avó nunca falava nada sobre meus pais para mim, eu nunca soube como ou quem eles eram, a única coisa na qual sabia era que meu pai era o pior homem que poderia haver, ele abandou minha mãe quando ela estava grávida, nunca quis saber nada sobre mim, ele nao se importava.-Diz e novamente respira fundo enquanto eu o ouço atentamente.-Depois do enterro de minha avó, eu me mudei junto com aquele homem para cá em Los Angeles. A partir dai minha vida mudou, cidade nova, escola nova, problemas novos. Meus primeiros dias de aula nao foram muito estranhos, eu sempre fui aquele garoto em que ficava no seu canto, desenhando e prestando atenção nas aulas, e, com o tempo, tudo isso mudou novamente, quando a conheci. Abby, meu primeiro amor adolescente, aquela linda ruiva de olhos azuis, eu havia me apaixonado por ela desde o primeiro instante. Com o passar do tempo fomos nos conhecendo até que eu finalmente a pedi em namoro e para minha surpresa ela havia aceitado. Vivemos um verdadeiro romance clichê, mas, novamente, a vida resolveu me dar um ponta pé e, aos meus 16 anos...-Ele afunda mais seu rosto em meus pescoço, eu me viro e o abraço fortemente, tentando lhe dar algum conforto.-Por conta de um mal entendido... Eu a perdi, ela e o meu bebê.-Diz e sinto lágrimas em meu pescoço, eu o aperto mais a mim enquanto tento processar essa notícia, ainda surpresa.-No... no dia em que ela foi me contar que estava grávida, nesse mesmo dia, uma de suas amigas começou a dar em cima de mim, e no momento em que ela chegou, essa amiga dela me beijou. Eu juro, eu juro que tentei me explicar, quando tive real noção do que estava acontecendo, eu corri atrás dela mas já era tarde, ela havia corrido para o meio da rua ainda chorando e... E um carro a atropelou. E novamente naquele dia mais uma vez achei que meu mundo havia acabado, eu desesperado corri e a peguei ainda ensanguentada no colo enquanto começava a se formar um tumulto em nossa volta, a última coisa que ouvi daquela lindos lábios foi. "Nós te amamos Victor." Disse e colou a mão em sua barriga. Realmente, naquele dia o meu mundo novamente havia caído, eu nunca mais veria aqueles lindos olhos azuis, e depois disso, nao fui capaz de me apaixonar novamente, saber que eu a havia perdido, que havia perdido o meu bebê, foi demais pra mim. Eu entrei em uma terrível depressão, e foi nessa época em que consegui fazer uma vasectomia.-Diz e agora somos dois em que estamos chorando, ele respira fundo e continua.-Mas, com o tempo tudo foi se amenizando, tive que frequentar diversos tipos de psicólogos, que, através de terapias e remédios me ajudaram bastante a entender as coisas, e, com o passar dos anos essa dor foi se amenizando. Quando conheci o meu primo John, nunca mais nos separamos, na faculdade éramos parceiros em tudo, ele sempre esteve ao meu lado, me apoiando, me dando forças quando eu achava que nao iria aguentar e esteve lá quando, tive a minha decepção amorosa.-Ele respira fundo, tira sua cabeça de meu pescoço e quando me olha, enxuga gentilmente minhas lágrimas que insistem em cair.-Nao chore minha morena, já passou.-Diz e é aí que eu desabo no choro mesmo, e tudo muito surreal, ele sofreu muito, saber de sua adolescência... Ele me abraça fortemente enquanto eu me aninho a ele.-Shii, já passou minha rosa, já passou.-Diz alisando minhas costas, me acalmo um pouco e digo.

-C-continua.-Digo e fungo. Ele me olha e da um leve aceno e continua.

-Quando eu estava em meu terceiro ano de faculdade, eu conheci uma garota, e, novamente me apaixonei. Eu achei que ela era a garota perfeita, mas me enganei feio, ela nao passava de uma vagaba, que, assim que viu que eu estava completamente apaixonado por ela, riu, e agarrou outro homem na minha frente. Desde aquele dia eu jurei a mim mesmo que nunca mais me apaixonaria e que só usaria as mulheres para me satisfazer, só as usaria como um mero objeto, mas, novamente a vida me dá uma patada e me coloca uma baixinha de 1,63 de altura, marrenta, esfomeada, briguenta...

-Ei, eu nao sou baixa!-Digo lhe dando um tapa no peito o que o faz rir.

-Tudo bem, tudo bem, correção. A vida novamente me deu uma patada colocando em minha vida uma gigante de 1,63 de altura, que foi capaz de roubar meu coração e me fazer sentir coisas que jamais pensei que sentiria, sentimentos desconhecidos, essa super gigante que me faz todo dia me sentir o homem mais feliz do universo, que me faz cada dia mais uma pessoa melhor, que a cada dia eu a amo mais e mais e mais...-Nem preciso falar como eu estou agora né? O abraço fortemente enquanto choro de emoção.

-Oooooown te fofo gente, como você pode achar que eu te acharia um monstro, nao foi sua culpa Victor, foi tudo culpa do destino ok, e vou te dar um aviso, dá próxima vez que você se culpar por isso eu te dou uma surra.-Digo ainda chorando e ele ri e eu depois de um tempo o acompanho. Fungo e digo.-Ok ok, chega que tô pior que uma vela derretida.-Falo enxugando meu rosto ainda em seu colo, o olho e vejo um lindo sorriso em sua face, olho para esta enorme sala e uma grande idéia me vem a mente.-Aqui tem Netflix?

-Tem sim, por que?-Me levanto animada e digo.

-Porque vamos fazer uma maratona de Diários de um Vampiro. Agora levanta desse sofá e vai preparar algumas besteiras pra gente comer enquanto eu arrumo essa sala.-Digo autoritária, ele se levanta rindo e me dá um selinho.

-Ok ok, a senhora e que manda.-Diz com as duas mãos ao alto.

-Mando mesmo.-Digo e ele vai caminhando até a cozinha ainda rindo.