Capítulo cinco; Ficou encantada com a vista da minha janela

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Erick Fontaine

Ver a Rebecca ficar com outro bem na minha frente no baile, me fez ficar bastante bolado. Porra, pelo que eu saiba ela gosta de mim e não deveria ficar com outro. Pelo menos não na minha frente. Quando a vi beijar aquele cara bem na minha frente, sem ao menos se importar se eu olhava ou não, me fez achar que ela não estava mais nem aí para mim e aquilo não podia acontecer.

Por isso, resolvi tirar a prova na Segunda falando com ela. E, pelo jeito, nada mudou. Um ponto para mim. Quer dizer então que aquele cara do baile não significava nada para ela e aquilo era muito bom.

Havia dado a desculpa que pegaria seu número com Julia para marcarmos de tomar um açaí mas é claro que não faria isso. Rebecca precisava continuar insegura sobre se era recíproco ou não meus sentimentos por ela, eu não podia deixar tão na cara aquilo, por mais que ela quisesse muito ficar comigo.

Na Terça, antes da faculdade, eu tive que ir na empresa do meu pai pois tinha que comparecer a uma reunião. Ele tinha uma sede na França — seu país de nascimento — e, em breve, eu que seria dono das duas empresas. Por isso, já deveria comparecer a entrevistas e falar com todos os sócios dele. Por conta disso, acabei me atrasando para minha aula.

Saí do carro que meu pai havia mandando me levar até a faculdade e corri para minha sala, abrindo a porta com tudo e recebendo o olhar de todos.

Désolé pour le retard! — todos, inclusive o professor, fizeram uma careta estranha para mim e eu pigarreei. — Digo, desculpe pelo atraso. Eu estava numa reunião com meu pai... — passei a minha destra sobre minha nuca.

— Erick, apenas se sente e depois você pega o resto da matéria com alguém. Faltam poucos minutos para a aula acabar então... Descanse um pouco. — o professor apenas voltou a fazer suas anotações no quadro e eu sentei na única cadeira que havia sobrado, que era no fundão.

Dito e feito. Em cinco minutos contados, o sinal tocou dando final a aula. Me levantei meio acanhado mas ninguém mais olhava para mim.

— Erick, sei que você é ocupado por causa da empresa do seu pai. Mas, se pretende não repetir esse semestre em contabilidade, eu aconselho a não se atrasar mais. — o professor chamou minha atenção antes que eu saísse de sala.

— Pode deixar que isso não irá se repetir. — coloquei as mãos no bolso de minha calça jeans e saí de sala.

— Fala aí Erick! — Diego me cumprimentou batendo na minha mão, seguido de um soco.

— Fala irmão.

— Você parece meio desapontado. O que aconteceu? Por acaso não conseguiu falar com a Rebecca ontem? — riu.

— Sai fora! Óbvio que sim! — empurrei ele. — É o lance do meu pai. Desde que me formei ele me coloca mais pressão pra eu aprender sobre o negócio dele. Ele age como se fosse morrer amanhã e que eu fosse tomar conta das empresas dele.

— É foda. — o moreno olhou para o chão. — Mas aí, não fica assim. Me fala como foi com a Rebecca ontem. Sabe que eu não venho pra cá dia de Segunda. — logo mudou de assunto, me dando um soco no meu braço esquerdo.

— Ah, falei com ela e ela ficou que nem boba sorrindo pra mim. Como sempre, ela ainda tá caidinha por mim. Diego, eu sou o cara. Acha mesmo que a Rebecca vai me ignorar só porque ficou com alguém? Logo ela? — ri. Aquela ideia era tão idiota.

— Fala aí Erick! — Guilherme apareceu assim que chegamos ao pátio.

Porém, antes que o cumprimentasse, vi aquele cara que ficou com Rebecca, segurando um buquê e a mesma indo em sua direção. O que aquele filho da puta estava fazendo aqui?

Namoro de mentirinha (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora