— Rebecca, eu falei pra esperar! — senti Miguel segurar meu braço, me impedindo de descer o morro.
— O que você quer comigo? A sua fiel tá te esperando lá. — dei um tranco em meu braço, o que o obrigou a me soltar.
— Rebecca, me escuta, por favor. — o moreno tentou se aproximar de mim mas eu dei um passo para trás.
— Miguel, você não tem que me dar explicações, tá legal? Você vive essa vida cheia de "amantes" e "fiéis" e eu não posso fazer nada a respeito. Só acho que deveria ter tido um pouco de respeito e não beijar ela na minha frente. — meus olhos se encheram de lágrimas. Eu estava magoada de verdade. — Porra Miguel! Eu quase morri só pra ver se estava bem e chorei na sua frente! Eu sou algum brinquedo pra você? — mordi os lábios para que não chorasse, mas foi tarde demais. Uma lágrima teimosa já havia caído.
— Eu não estou com a Bia! Só me escuta por um momento... Por favor. — suplicou e eu apenas continuei o encarando, esperando que ele continuasse a falar. — Eu conheço a Bia desde moleque, ela era amiga da minha irmã e, por isso, sempre brotava lá em casa pra ficar brincando com ela. Quando eu tinha oito anos, comecei a namorar ela. Namoro de criança, tá ligado? Mas eu gostava dela de verdade e ficamos juntos até eu fazer treze anos.
Cruzei os braços e funguei. Miguel me encarava com um olhar cansado e ele suspirou profundamente antes de continuar a história.
— Ela sempre morou aqui no morro com a tia dela e geral sabia de nós dois, a tia dela sempre foi um amor comigo. — riu minimamente, olhando pro chão. — Nós terminamos porque ela me traia com um cara da boca, ele era tesoureiro. — rapidamente ele parou de sorrir e me encarou. — Ela foi a primeira garota que eu gostei pra caralho Rebecca e, sabe o que é pior? Meu pai sempre me dava presente, tá ligada? Sempre me comprou vários cordões de ouro, roupa e tênis de marca... E, quando ela me traia com o menor, ele tinha começado ainda como tesoureiro, não tinha muita grana ainda. Ela ficava comigo no quarto e, quando eu saia, a filha da puta me roubava pra dar minhas coisas pro menor.
Olhei para o chão rapidamente, não demorando muito pra voltar a encará-lo. Então era por isso que ele não gostava de que as garotas que ele se comprometia entrassem no quarto dele?
— Depois que a gente terminou, eu comecei a namorar e a ficar com outras garotas, claro. Eu fiquei mal por ter levado chifre mas isso não ia me impedir de ficar com outras, só não tinha muita confiança com elas. — deu de ombros. — A Beatriz foi... A única garota que eu gostei de verdade e ela me magoou pra caralho. Acho que não foi por ela ter me traído com alguém da boca e sim porque eu contava tudo pra ela, confiava pra caralho pra no final, ela fazer tudo que fez e, tudo o que contei pra ela, meus sentimentos de verdade, viraram motivo de zoação depois entre os 'menor da boca por um bom tempo.
Miguel começou a evitar a me encarar e sua voz enfraquecia por algumas vezes, mas sei que ele não choraria.
— Eu era uma criança otária Rebecca. Depois de tudo, eu ainda ficava com ela algumas vezes e sempre disse que ela sempre ia ser minha fiel, que iriamos nos casar e, quando fosse igual meu pai, ia comprar uma cobertura imensa pra ela no lugar que ela quisesse. Eu sempre prometi isso pra ela, até te conhecer. — ele novamente olhou para mim. — Quando eu te conheci, a Bia teve que morar com a mãe dela porque a mãe dela descobriu que ela era a "dada da boca" e ficou puta com ela. Além dela, você foi a única que eu gostei de verdade. Por isso eu fico puto quando tu fala do Erick. Eu já fui trouxa por alguém e não quero que tu se magoe que nem eu. — ele novamente se aproximou de mim.
— Por que então você deixou ela te beijar e não falou nada Miguel? Se gosta tanto assim de mim, por que agiu como um cuzão? — engoli o nó que se formava em minha garganta.
— Eu fiquei sem reação Rebecca! Eu fiquei horas trocando tiro com a polícia e, quando toquei a porra daquela campainha, acha mesmo que eu queria receber um beijo dela? Não, Rebecca, eu queria era te beijar e te abraçar e não ela. Ela foi a primeira garota que gostei sim mas não é dela que eu gosto. É de você. Eu gosto de você pra caralho. — o maior colocou sua destra em minha bochecha e eu fechei os olhos.
— Por que o João mentiu Miguel? Por que não disse que estávamos juntos então? — murmurei.
— Ele viu que tu tinha ficado magoada quando ela me beijou. Acha mesmo que ele ia deixar uma amiga ficar 'malzona por causa da Beatriz? Becca, o que eu sinto por você é recíproco e eu também não quero te perder. — abri meus olhos e mordi meus lábios.
Sem me controlar, deixei mais e mais lágrimas caírem e fui abraçada fortemente pelo mais velho. Eu me sentia segura em seus braços e me sentia uma completa estúpida por demorar tanto tempo pra cair na real e perceber que Miguel era o cara certo pra mim e não Erick.
Parei de abraçar o moreno e o encarei nos olhos, não demorando muito para tomar seus lábios em um beijo, calmo e sem pressa alguma de acabar. Suas mãos faziam carinho no meu cabelo, vez ou outra descendo para minha bunda, me puxando para mais perto de si me fazendo ficar na ponta do pé. Meus dedos brincavam com seu cabelo, já que ele estava sem boné e, vez ou outra, riamos durante o beijo.
— Podemos agora ficar com todos sabendo? Só tu e eu, sem Erick ou Bia? — sussurrou com os lábios próximos aos meus ainda, enquanto seu polegar esquerdo fazia carinho em meu rosto.
Fechei os olhos e sorri, logo o dando um selinho.
— Eu não preciso de mais ninguém se estiver com você. Eu te amo. — o moreno ficou sem reação naquele momento, mas aos poucos esboçou um sorriso, logo me beijando novamente.
— Eu sou louco por você Rebecca. — sorriu e, mais uma vez, voltamos a nos beijar.
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Namoro de mentirinha (LIVRO 1)
Teen FictionRebecca só queria alguém que a ajudasse a conquistar seu amor de faculdade e Miguel foi a escolha perfeita. Porém, Miguel apenas queria seguir os passos de seu pai e se tornar um homem respeitado em sua comunidade. E, entre seu namoro de mentira, os...