João Pedro Carvalho
— Você deve gostar mesmo da Julia pra fazer isso. – Nathaly riu colocando o saco de balões dentro do carrinho.
— Eu percebi que, o que rola entre nós, é muito mais do que uma simples ficada. Tenho que tomar vergonha na cara e pedir ela logo em namoro. – levei o carrinho até a sessão de bebidas junto com a mais nova que estava logo a minha frente.
— E o que senhor pretende fazer? Que eu saiba a Julia está na praia com a Marina e de lá vai pra casa dos pais dela. – a morena olhou para mim logo voltando seu olhar para a prateleira de vinho.
— O pai aqui já planejou tudo. – bati no peito orgulhoso, fazendo com que Nathaly risse. — Eu já falei com os pais dela. Uma vez fomos numa festa e tive que buscar ela lá, por isso eles já me conhecem. Antes dela ir pra casa, broto lá, arrumo as coisas e, quando ela chegar, a surpresa tá feita.
— Faz quase um ano que 'cês se conhecem. Olha, demorou hein. – dei um tapa na cabeça da menor que riu. — Mas fico feliz que tenha tomado a iniciativa. A Julia não parece demonstrar muito mas ela gosta muito de tu.
— 2020 é meu ano pequena, tu vai ver. – coloquei uma garrafa de champanhe dentro do carrinho e andei com ele, sendo seguido por Nathaly que havia desistido do vinho e pegou um engradado de cerveja.
Já fazia um tempinho desde que eu havia chegado na casa de Julia e, com a minha sorte, ela ainda não havia chegado. Minha futura sogra me levou até o quarto dela para que nós decorássemos enquanto meu futuro sogro ficou na sala vendo filme enquanto almoçava. Com sua ajuda, colamos os balões no teto do quarto, colocamos as pétalas em cima da cama e eu prendi algumas fotos nossas na fita do balão enquanto a mãe de Julia colocava os corações de papel que havíamos feito na parede.
— Tem certeza que ela vai gostar sog... Digo, dona Helena? A Julia não parece ser o tipo de garota que gosta dessas surpresas... – olhei para a mais velha que ajeitava um porta-retratos da estante ao lado da cama.
— Claro que vai, eu conheço minha filha João. Ela vai adorar. – olhou para mim e eu sorri.
— Eu espero... – me sentei no chão e fiquei mexendo no meu celular.
Sei que estava tranquilo em relação a tudo isso mais cedo quando conversei com Nathaly mas, estar ali agora, com sua mãe me ajudando e sabendo que a qualquer hora ela poderia chegar me assustava.
Eu nunca fui o cara de fazer esse tipo de surpresa para as garotas. Na minha vida toda, tive apenas três namoradas porém duas eu nunca apresentei para os meus pais pois não durou mais que dois meses e a última — que durou oito meses — eu apenas pedi em namoro e conversei com os pais. Não teve surpresa, muito menos aliança.
— Pronto. Está tudo pronto. – Helena chamou minha atenção. — Vamos descer e comer algo. Você precisa comer, está desde que chegou arrumando as coisas pra Julia.
Me levantei com a sua ajuda e descemos, indo direto para a cozinha para preparar nosso prato. Apesar de me ver apenas uma vez na vida, a mãe de Julia era muito gentil e estava me tratando muito bem. Também não reclamo do pai dela, ele foi gente boa também mas era um pouco mais sério. Bom, não o julgo. Se eu fosse pai e um garoto viesse em minha casa pedir minha filha em namoro eu também ficaria daquele jeito.
Me sentei ao lado de dona Helena para almoçar e começamos a comer enquanto conversávamos.
Já eram umas seis horas da tarde quando Julia avisou a sua mãe que estava chegando em casa. Subi as escadas correndo e fui direto para seu quarto, para esperar a garota — como ela estava de uber, seria rápido sua chegada —. E não deu outra, em dez minutos escutei a voz de Julia no andar de baixo e meu coração bateu forte.
Corri para pegar o buquê e a sacola da Pandora e fiquei de frente para a porta. Uma mistura de sentimentos vieram a tona; medo, nervosismo e alegria. Eu sentia que meu coração ia parar de bater a qualquer momento.
— Por que não deixa suas coisas aqui em baixo pra eu lavar logo minha filha? – escutei a voz de Helena no corredor.
— Não precisa mãe, vou deixar a mochila no quarto mesmo. Eu preciso é mesmo de um banho pra tirar a areia do corpo. – Julia respondeu, abrindo a porta do quarto.
Ao me ver ali e vários corações e balões espalhados pelo quarto, a morena bronzeada ficou sem reação. Sua mão segurava seu cabelo e a garota deixou sua mochila cair de seu ombro.
— O que tá acontecendo? – riu sem graça, se aproximando de mim.
— Eu não sou bom com esse tipo de coisa, nunca fiz isso com ninguém e, por isso, queria que fosse especial para você Julia. – estendi a sacola e o buquê de flores para a garota.
Olhei para frente e vi que sua mãe e seu pai gravavam tudo, o que me deixou mais nervoso ainda.
— Desde a primeira vez que te vi, percebi que tu era diferente. Afinal, tu foi a primeira a me tratar daquele jeito na frente de todos sem saber quem eu era, sem medo nenhum. Tu foi a primeira que me deixou numa mistura de raiva e amor, eu me apaixonei por você sem ao menos te conhecer. – ri a fazendo rir também.
A garota sorria envergonhada enquanto me encarava fixamente em meus olhos. Porra Julia, eu te amava tanto...
— Tivemos uma história e bota história nisso. Terminamos, voltamos e estamos até agora assim. Mas... Eu quero ser muito mais que apenas um ficante, por isso... Julia, quer namorar comigo? – ao fazer essa pergunta, Julia me puxou pelo pescoço roubando um beijo meu.
Eu que era o bandido e ela que havia me roubado. Julia havia sido a única que havia me tomado o impossível: meu coração e minha mente.
— Você ainda pergunta? É claro que eu quero! – sorriu, olhando para mim.
— Eu te amo. – lhe dei um selinho. — Te amo demais.
— E eu te amo, idiota. – sorriu me beijando novamente.
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Namoro de mentirinha (LIVRO 1)
Teen FictionRebecca só queria alguém que a ajudasse a conquistar seu amor de faculdade e Miguel foi a escolha perfeita. Porém, Miguel apenas queria seguir os passos de seu pai e se tornar um homem respeitado em sua comunidade. E, entre seu namoro de mentira, os...