Capítulo trinta e cinco; Acho ele perfeito como nunca achei ninguém

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Julia Ribeiro

— E você vai mesmo pra festa? – olhei para Jp que terminava de fritar a salsicha.

— Claro que vou minha linda. – o mais velho colocou a panela em cima da mesa e retirou o pano de prato de seu ombro, o colocando em cima da mesa também. — Mas tu sabe que eu não tenho criatividade pra fantasia. – riu e me deu um prato para que eu colocasse minha comida.

— Bom, eu talvez eu vá de Lilo. Se você quiser pode ser meu Stitch. – olhei para o garoto que fez uma careta. — Então você que lute. – dei de ombros.

— Caralho Julia, tu é foda. – João riu enquanto colocava seu prato já cheio em cima da mesa. Apenas dei de ombros, sorrindo antes de colocar a comida no meu prato também. — Mas eu vou ver. Se 'pá eu vejo as fantasias que usei no carnaval, escolho uma, peço pra Nathaly me maquiar e tá tudo certo.

Sorri ao lembrar de uma foto que havia visto no Insta do meu ficante no mês de carnaval — óbvio que eu o stalkeei né. Afinal, quem nunca? —. A foto que eu havia visto era uma dele com Nathaly, Miguel e uma outra menina, onde ele estava fantasiado de anjinho usando apenas um tule branco, sem camisa, asas com aureola e, claro, muita purpurina. Confesso que se meu ficante fosse daquele jeito para a festa eu amaria com todas as minhas forças.

Começamos a comer tranquilamente nosso almoço, tendo altos papos quando alguém tocou a campainha.

— Fica aí. – o garoto disse de boca cheia enquanto limpava sua boca e se levantava.

Decidi seguir sua ordem e continuar a comer minha comida, quando, sem intenção alguma, consegui vir uma menina meio ruiva entrar na sala.

— Bia? O que tu quer? – Jp fechou a porta e eu me levantei para colocar meu prato dentro da pia.

— Notícias do Miguel. Ele não responde mais minhas mensagens, minhas ligações e eu nunca mais vejo ele pelo morro. O que tá rolando?

— Eu por acaso tenho cara de babá? Se o Miguel não te responde, tu que lute pra saber, porque eu não sei de nada não. – sorri do jeito debochado de Orelha e me sentei na mesa novamente, para esperar o mais velho terminar seu assunto com a tal de Bia.

— Que eu saiba tu é o melhor amigo dele e sempre anda por aí cheirando o cu dele. Nike também mas, depois que ele voltou com a Nathaly, cheira o cu dela. Ele parou de me responder desde que aquela sua "namoradinha" apareceu lá em casa.

Mexia em meu celular, sem prestar atenção no que aqueles dois conversavam mas, quando Bia disse "namoradinha", eu rapidamente olhei para a sala e vi que Jp abaixou a cabeça meio apreensivo. Eu não me lembro de ter ido na casa dessa Bia então... Quem era a garota na qual ela se referia?

— Bia...

— É Orelha, isso é tudo culpa dela, aquela garota sem sal deu em cima do meu homem. Pensa que eu não percebi? Eu não sou otária não e sei que tu só encobriu ela com aquela história toda pra não deixar ela 'malzona. – sem saber da história toda, eu já fazia uma pequena ideia de quem ela se referia e não podia deixar aquela garota falar mal da minha melhor amiga daquele jeito.

Deixei meu celular em cima da mesa e fui até a sala, onde logo a garota que, de cara, já não havia gostado e meu ficante olharam para mim.

— Ah, claro, chifre trocado não dói né Orelha? Claro que tu trai aquela tal de Rebecca e essa é mais uma puta sua. – ah não, como é que é? Ela me chamou de puta?

— Calma aí, anão de jardim, vamos com calma nessa porra. Primeiro que, quem é você pra falar da minha melhor amiga? Segundo que, eu não sou puta, abaixa sua bola aí e, mesmo que fosse, qual seria o problema? A 'buceta é minha e eu dou como eu quiser. – coloquei os braços em minha cintura e Jp abaixou a cabeça, segurando uma risada.

— Ai desculpa flor, eu não sabia que sua amiguinha tinha guarda-costas agora. – Bia cruzou os braços e arqueou uma de suas sobrancelhas.

— Sabia não? Pois agora está sabendo. – cruzei os braços. — E qual é da sua chegando na casa dos outros assim, querendo impor algo que não tem pra saber do Miguel? Que eu saiba, Miguel não é um bebê, se tu não acha ele é porque ele não quer ser achado por você.

— Garota quem é você pra se meter no assunto dos outros? Cai fora daqui e não enche.

— Eu não caio fora não. Me meti porque esse assunto me veio de interesse e, quem deve cair fora daqui é você e deixar eu e o meu namorado almoçarmos em paz. – me aproximei dela, ficando ao lado de Jp.

— Olha só, sua piranha, eu vou agora porque tenho assuntos a resolver ainda mas isso não vai ficar assim. – apontou o dedo para mim e se virou para ir embora.

— Ui minha linda, ficou sem argumento foi? Mas volte sempre viu, foi um prazer conversar com você. – ela olhou para mim com ódio antes de bater a porta com força e eu apenas mandei beijo para ela não demorando muito para rir.

— Caralho Julia, tu não presta. – Jp riu se jogando no sofá.

— Ué, apenas vim defender minha amiga daquela garota desnaturada. Você podia ter feito o mesmo, não? A Rebecca também é sua amiga. – me sentei ao seu lado e olhei para ele.

— Bom, eu sabia que tu ia se meter já que tu sempre toma as dores dos outros. – deu de ombros e eu revirei os olhos, sorrindo.

— Mas aí, vai me explicar que história é essa? – cruzei os braços, esperando uma resposta dela.

João Pedro apenas mordeu os lábios e sorriu, desviando seu olhar do meu.

— Então, em algo bem resumido, teve um dia 'aê que a Rebecca veio ver o Miguel e a Bia 'tava lá. A Bia chegou cheia de autoridade e beijou o Silvestre, dizendo que ela era fiel dele e tudo e implicou legal com a Rebecca dai, pra garota não ficar mal na frente dela, eu disse que a Becca era minha namorada e beijei ela. – olhou para mim que o encarava seriamente.

— Você beijou a minha melhor amiga enquanto ficávamos? – me ajeitei no sofá e deu um tapa no mais velho, que apenas riu.

— Era pra defender ela ué. – riu. — Mas não foi a mesma coisa que beijar você. E mais, depois do beijo, ela saiu correndo dai o Silvestre foi atrás dela e o resto é história. – segurou em minha mão que estava fechada, pronta para bater nele novamente e me puxou para mais perto de si.

Fiz um bico e deixei um sorriso surgir em meu rosto. Jp conseguia ser fofo quando queria. Ao ver que eu sorria, o moreno colocou sua mão em meu queixo e me deu um selinho.

— E outra, tu disse mesmo pra Bia que namoramos? – desviei o olhar, sorrindo sem mostrar os dentes.

— Eu disse pra ela parar de encher o saco mas ainda não fui pedida em namoro então... – dei de ombros, me soltando dele e me levantando.

— E o que tu acha de resolvermos isso agora no meu quarto? – olhei para ele que mordia os lábios, me olhando de cima em baixo e apenas ri.

— Eu não quero um pedido de namoro só porque joguei um verde. E outra, hoje tem jogo e gol do Gabigol, eu não perco isso por nada. – apoiei minhas mãos em suas coxas e o garoto fechou os olhos para receber um beijo mas eu apenas empurrei sua cabeça para trás e fui para seu quarto, pegar uma roupa para trocar. 

Namoro de mentirinha (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora