— Hã... Sabe essa garota que ele postou foto no stories? — Julia perguntou, passando a mão em sua nuca, meio receosa.
Assenti com a cabeça enquanto cruzava os braços.
— Então... Eu não te contei nada porque, sabe como o Erick é, ele nunca leva nada a sério. — riu minimamente. — Mas já faz um tempo que eles ficam. Eu sinto muito você saber dessa forma. — mordeu os lábios.
— Bom... Nós nunca tivemos nada sério, né? — sorri sem mostrar os dentes.
Eu na verdade não estava tão magoada como achei que ficaria. Pra ser bem sincera, achei que fosse ficar triste mas acho que já esperava por aquilo. Erick nunca valeu a pena mesmo e eu sabia disso.
— Você não está triste? — Marina perguntou, parecendo desconfiada.
Neguei com a cabeça, logo sorrindo.
— Mas então, eu contei sobre o que andava escondendo. E você Julia? O que esconde? — mudei logo de assunto e pude ver minha amiga ficar vermelha.
— Ah, não era nada demais. Seu segredo era mais importante. — sorriu amarelo.
Marina e eu a encaramos de cara feia enquanto ela ria de nervoso.
— Gente, é sério. Era só meu irmão que tá viajando e me mandou mensagem.
— Você não fica toda boba quando fala com seu irmão. — Marina cruzou os braços, parecendo pouco convencida da resposta. — Eu sei que não é isso.
— Oi meninas! — nossa conversa foi interrompida por Nathaly que apareceu do nada, junto de Matheus e João Pedro. — Espero não ter atrapalhado vocês, mas os meninos e eu resolvemos de última hora vir pegar um Sol. — sorriu.
— Não está não, senta aí. — Julia logo se levantou para segurar a mochila de Nathaly para que ela tirasse sua roupa e ficasse apenas de biquíni.
Marina e eu nos entreolhamos, vendo toda a cena. Julia parecia estar animada e aliviada pela presença dos três ali. Ela era uma puta sortuda por eles terem chegado naquele momento, assim ela podia fugir do assunto — por enquanto —.
O dia se passou tranquilo. Nos divertimos bastante e tudo correu na mais perfeita paz, até me esqueci um pouco de Erick e Miguel.
Já eram quase seis horas, o Sol já estava se pondo e ainda estávamos na praia. Matheus colocava as latinhas de cerveja que bebemos numa sacola enquanto Nathaly e Marina arrumavam as mochilas.
— Cadê a Julia e o Orelha? — estranhei, terminando de colocar minha saída de praia.
— A Julia disse que ia comprar mais cerveja e o Orelha foi dar o último mergulho. — Nike respondeu, olhando para mim.
— Ah... — assenti meio aérea.
— Qual foi Becca, aproveita que tu não tá fazendo nada e joga isso lá fora. Dá uma moral 'aê. — o moreno chamou minha atenção, batendo com a sacola em meu ombro.
— Nike tem como esperar não? Já vamos sair daqui. — fiz bico.
— Deixa de ser preguiçosa Rebecca e fortalece os amigos. Vai perder a perna se adiantar e jogar as cervejas fora?
— Vai tomar no seu cu Matheus. — peguei a sacola dele com força, o que o fez rir.
— Também te amo, sua linda! — o escutei gritar enquanto eu andava, porém, como resposta, mostrei meu dedo do meio para ele.
Assim que me aproximei da lixeira, que ficava perto da saída da praia já, joguei logo a sacola fora e peguei meu celular pra ver quantas pessoas haviam visto a foto que havia postado com o povo mais cedo e o vídeo que gravei com eles enquanto bebíamos escutando poesia acústica 6.
Como eu não tinha muitos amigos, apenas 50 pessoas haviam visto — entre eles, meus pais e Miguel. Erick não tinha visto porque eu tinha bloqueado meu status para ele —. Vi que Miguel havia me mandado mensagem pedindo para que eu ligasse pra ele e minha mãe também, pedindo o mesmo. Bloqueei o celular e dei de cara com Julia e Orelha que vinham do outro lado da praia, juntos.
— Julia? Pensei que tivesse ido comprar cerveja. — chamei a atenção da morena enquanto cruzava os braços.
Os dois me olharam assustados e se afastaram um pouco mais um do outro.
— Eu ia mas esse idiota me chamou pra tirar foto dele lá nas pedras. — revirou os olhos, devolvendo o celular de João Pedro.
— Eu pensei que se odiavam. — ri sem humor, não muito convencida com aquilo.
— Odiar é uma palavra muito forte, xuxu. — Jp sorriu. — Apenas não nos suportamos. Ela me acha um boçal e eu acho ela uma patricinha mimada, que, tira fotos picas.
— Sinceramente, vocês deviam parar de elogiarem um ao outro por um instante e se conhecer melhor. Vocês se dariam bem e... Bom, depois daquele beijo que deram, achei que fossem continuar ficando.
— Bom, esse.... Esse... Esse otário me beijou a força, tá legal? Eu já disse que não fico com garotos babacas como ele, que paga de gostoso pros amigos. — vi minha amiga ficar vermelha.
Olhei para Jp que sorriu de canto, mas logo mordeu os lábios.
— É uma pena. Vocês fazem um casal perfeito. — assim que disse isso, Julia arregalou os olhos e teve uma crise de tosse.
Continuava a encarar ela, já percebendo qual era a dos dois, enquanto o mais velho entre nós disfarçava querer rir.
— Rebequinha, você está ficando louca. Sem chances de eu ficar com um garoto que, ao menos, já pisou numa faculdade. E-eu vou ajudar o pessoal a trazer as mochilas. — encerrou o assunto, logo correndo para a praia, onde vinham Matheus, Nathaly e Marina com as nossas coisas.
— Vocês dois são péssimos em disfarçar as coisas. — chamei a atenção de Orelha. — Vocês estão tendo um rolo, né? — o moreno sorriu ladino.
— É. Quem sabe? — deu de ombros, sorrindo, logo indo até o povo para ajudar também.
Cruzei os braços e neguei com a cabeça, sorrindo. Minha melhor amiga estava gostando do Orelha e ela não conseguia disfarçar.
Miguel Lorenzo
Já eram oito da noite e, desde cedo quando vi a foto de Rebecca com o pessoal na praia, eu tento falar com ela. Mas a filha da mãe não dava notícias e eu já estava puto.
Tinha acabado de sair de uma reunião que o Rato fez. Ele comentou que os 'cana comentaram que amanhã eles iam invadir o morro e tínhamos que estar preparados. Eu queria que ela avisasse a Nathaly, já que não estava falando com ela. Rato havia me deixado no comando e eu ia ter que ficar no morro pra comandar tudo, já que ele ia ter que meter o pé pra não pegarem ele.
Já estava tudo no esquema: eu ficaria pra comandar a porra toda, Nike iria pra casa de praia da tia dele passar o dia com a Nathaly pra que ela ficasse segura, Orelha me ajudaria a comandar tudo, minha mãe ficaria na casa de uma amiga daqui do morro porque era certeza que eles invadiriam minha casa e Rato iria pra casa que ele tinha na Barra.
Eu 'tava nervoso. Era a primeira vez que pegaria um trampo fodido desde que meu padrinho me deu o voto de confiança dele. E se algo me acontecesse logo na primeira invasão do morro? Eu não queria morrer antes de fazer um feito grande igual meu pai não.
Mas já 'tava tudo certo. Não dormiria de jeito algum e meteria bala naqueles fodidos que mataram meu pai.
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Namoro de mentirinha (LIVRO 1)
Teen FictionRebecca só queria alguém que a ajudasse a conquistar seu amor de faculdade e Miguel foi a escolha perfeita. Porém, Miguel apenas queria seguir os passos de seu pai e se tornar um homem respeitado em sua comunidade. E, entre seu namoro de mentira, os...