Meu corpo lutou contra a droga, contra a dor e contra a escuridão. Eu não sabia quanto tempo tinha ficado inconsciente mas sabia que tinha sido tempo demais para oermanecer ali. Costumava evitar usar a morfina nas missões porque o corpo começa a ficar resistente as poucas doses, ele luta contra a medicação e no final ele ganhou, ao menos no meu corpo ganhou.
Senti algo tapando a minha garganta e sabia que estava entubada provavelmente por um descuido de algum enfermeiro a dose do opioide não foi injetada no horário certo. Consegui mexer os dedos e aos poucos minhas mãos, meus dedos dos pés também se moviam e um sorriso começava a brotar, eu estava inteira. Tremendo puxei o tubo grosso da minha garganta e pude respirar novamente, retirei a sonda nazoenteral que passava pelo meu nariz e levava alimento até o meu estômago. Retirei os acessos do braço com cuidado e me sentei sobre a maca, o casaco de Lucca estava ali na cadeira mas ele tinha saido.
Me arrastei para a beirada da maca e encarei minhas pernas com alguns arranhões, meu corpo estava dolorido e eu não fazia ideia de como estava ruim até para respirar. Encostei meus pés no chão frio e quase urrei com o choque que a temperatura me causou, devagar me arrastei para o que eu achava ser o banheiro e abri a porta devagar, um espelho me mostrava que ao menos meu rosto não estava com escoriações.
Fechei a porta e retirei com cuidado a camisola do hospital, eu tinha um remendo na lateral das costas, outro na barriga e um abaixo do seio. Arranhões por todo o corpo e as cicatrizes antigas. Rapidamente mergulhei embaixo do chuveiro frio e deixei que a água me desse o castigo, cada gota era como um pedaço de vidro no meu corpo. Eu chorava baixinho tentando iguinorar a dor dos cortes.
- Cosima? Cosima! - Lucca gritou do quarto, ele parecia desesperado. Eu ia gritar de volta mas meu coroo protestou, de repente a porta foi arrancada do lugar por um homem enorme provavelmente um espécie, seus olhos eram negros e os cabelos também, eu gritei por impulso e ele cobriu os ouvidos como se eu tivesse um grito sônico.
- Filho da puta! Como você ousa entrar aqui desgraçado! Não sabe usar uma maçaneta peste! Sai daqui! Eu estou nua cacete não percebe?! - ele rosnou e saiu me deixando sozinha no banheiro, respirei fundo caçando uma toalha para me cobrir.
- Ela está aqui! - ele gritou provavelmente para o Lucca. Não demorou para ele entrar no banheiro e ver a situação do lugar.
- Mas o que diabos houve aqui? - ele questionou vendo que a porta tinha sido danificada a ponto de não prestar mais e tinha cacos de espelho por todo o chão. - Light você arrombou a porta enquanto minha irmã estava tomando banho? Você viu minha irmã nua? Vou matar você...
- Antes de fazer isso me ajuda a sair do banheiro. - ele pareceu pesar sua escolha e logo desistiu de ir atrás do espécie. Lucca me pegou nos braços e me pos sentada na maca.
- Você esta muito magra, Cosi. - ele reclamou fazendo um carinho em meus cabelos úmidos. Esse era um dos preços da guerra, você se vira com o que tem.
- Eu também te amo cabeça de fosforo. - sorri sentindo os lábios doloridos, esse corte eu não tinha sentido ainda.
- Quase perdi você, de novo Cosi... me diz você é maluca? Quem te ensinou a se jogar em uma mina? - eu sabia que essa pergunta iria vir a tona, sorri de um jeito travesso.
- Não me joguei em uma mina, eu empurrei o Daniel para ele sair de cima da mina. - dei de ombros enquanto esclarecia.
- Ah, assim tudo bem. Porque me preocupar, não é mesmo? - seu olhar acusador estava ali escuro e intenso, mordi o lábio dolorido encolhendo os ombros e me preparando para a bronca. - Você não volta mais pra lá! Nunca mais, eu não quero passar por isso de novo, achar que vou te perder para sempre é um inferno!
Ele tinha dito isso quando eu acordei dos nove meses em coma, é claro que eu sempre arrumava um jeito de voltar, eu precisava ser útil em alguma coisa e isso era uma das poucas que eu me destacava.
- Você não está prestando atenção em uma palavra do que eu estiu dizendo. - ele reclamou suspirando.
- Não estou mesmo. Aliás quero conhecer sua esposa. - ele revirou os olhos sem acreditar no que eu estava falando. A verdade é que eu odeio falar sobre minhas experiências quase morte com meu irmão, eu sei o quanto ele fica preocupado e tudo mais, mas eu só queria esquecer de tudo isso e voltar a ativa.
- Agora vai fazer exames, estamos com um problema em Homeland. - arqueei uma sobrancelha e cruzei os braços. - Algum idiota invadiu os sistemas de segurança, estão todos loucos e ninguém consegue resolver. Estou ajudando no que posso mas meu conhecimento em computadores é bem pequeno.
- Eu posso ajudar, desativei um sistema de segurança iraquiano. - dei de ombros, ele me olhou de soslaio com os olhos cerrados.
- Primeiro os exames. Vou pegar umas roupas da Sky, do jeito que emagreceu esses meses até fralda infantil cabe em você. - lhe mostrei o dedo do meio.
- Muito engraçado. - resmunguei, o espécie que só agora notei ainda estar na sala ficava apenas nos olhando.
- Light fica de olho na Cosima, eu volto já. - ele beijou minha testa e saiu apressado lançando um olhar estranho para Light que estava me encarando.
- Eh... oi. - sorri sem mostrar os dentes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Rage - Novas Espécies [L6]
FanfictionLivro 6 Zona oito. Criados para a guerra, temíveis executores de qualquer criatura que esteja em seu caminho. Rage foi encontrado abandonado para morrer em uma instalação evacuada por ter conseguido matar a doutora Kisha e dois substitutos. Um erro...