Rage - Novas Espécies [L6]

Capítulo 23

A manhã passou rápido, Rage se retraiu nos fundos da casa e eu resolvi fazer uma faxina rápida. Precisava passar o tempo e esquecer um pouco o espécie carrancudo que socava um saco de areia com toda a raiva que existia. Quando terminei subi para o quarto e tomei um banho demorado, lavei o cabelo com o shamppo neutro que ele tinha. Antes de sair do banheiro ouvi algumas vozes e rapidamente lembrei das visitas, assim que abri a porta do banheiro para sair tomo um susto.

- Porra Buck! Odeio essa sua mania de entrar nos lugares em silêncio. - todo mundo odiava na verdade, ela era uma boa "espiã".

- Não se ensina truques novos a raposa velha. Sinto muito. - ela gargalhou dando de ombros. Resmunguei alguns palavrões e entrei no closet para vestir alguma coisa. - Trouxe sua mala, o Rage pediu que eu subisse.

- Ele disse que não traria boas noticias. - murmurei saindo vestida e me jogando sobre a cama onde ela estava sentada confortavelmente.

- Ele esta certo, ou quase. Interceptei sua ligação para o Mestre de Armas Daniel. A propósito dê-lhe os parabéns por não ser o pai da criança, que aliás é o irmão dele, mas isso não vem ao caso. Vocês tem uma parte do diário, nós temos a outra. Não podemos deixar que isso caia nas mãos erradas. - ela interceptou a minha ligação?  Eu não acredito nisso.

- E a privacidade, onde fica? - esbravejei, ela arqueou a sobrancelha me encarando seria.

- Qual a parte de "não podemos deixar o diário cair nas mãos erradas" você não entendeu? - claro nesse momento eu teria que deixar tudo de lado.

- O governo apoia os novas espécies, qual o problema? - perguntei a encarando.

- Problema é que se os cientistas malucos da Mercile souberem que eles podem reproduzir com humanas vai gerar um grande problema para todo mundo. O mercado negro vai correr atrás dos filhotes... Do meu filho. Imagine o caos. - não tinha parado para pensar nesse lado, eles iam sofrer a mesma coisa que os seus pais.

- Eu não tinha pensado nisso... - declarei respirando fundo, ela sorriu de lado e colocou a mão em meu ombro.

- Eu sei disso, foi por esse motivo que vim aqui. Já tenho um amigo pesquisando onde estão as outras partes do diário, precisaremos de você na equipe. - assenti levemente perdida em pensamentos sobre tudo isso.

- Quantos filhotes existem aqui? - perguntei me sentando sobre as pernas.

- Dezenas e a tendência é aumentar. Não é? - ela piscou para mim, era por esse motivo que eu tinha pedido a mala, ela sabia?

- Eu não sei, você está grávida de novo? - joguei em seu colo.

- Eu não, mas você talvez. Eu notei sua respiração pesada quando o Daniel falou nos filhotes, depois disso o Jaded ligou pra mim pedindo ajuda. Ele sabia que Rage não permitiria ninguém mais vir aqui. - não posso estar grávida, não posso estar grávida. Respirei fundo.

- Mudando de assunto, descobriram quem foi o hacker? - ela olhou para a porta e depois para a janela, como se tivesse medo que alguém nos escutasse.

- O mesmo idiota que fez Coralyne perder o bebê. Ele vive procurando por um meio de entrar aqui,ainda estamos tentando localizá-lo. Eu tenho um breve pressentimento que ele tem alguma parte do diário. - ela suspirou olhando para o chão e em seguida levantando o olhar rapidamente como se tivesse lembrado de algo. - Ah, seu irmão está com saudades. Não sei até quando vamos conseguir mante-lo em Homeland.

- Lucca é bem chato quando quer. - gargalhando, como Rage reagiria ao ver meu irmão? Talvez eles virassem amigos.

- Vamos fazer o possível pra adiar o encontro de vocês três, quem sabe até ter uma boa notícia pra ele. - uma gravidez, não é porque eu tenho vinte e cinco anos que eu preciso ficar grávida tão rápido. Que pressão.

- Acho que ele enlouqueceria. - sorri balançando os ombros de um jeito desleixado.

- Bom, eu vim para saber se você está bem. Qualquer coisa me liga, eu preciso mesmo ficar de olho em vocês dois, prometi isso ao Justice e acredite ele é um tremenda pé no saco. - levantou alongando as costas e andou até a porta. - Seja paciente com ele, Rage achou por muito tempo ter te perdido, ele não consegue ficar longe.