Estava fraca, desnutrida e toda remendada. Mas nada disso me impediu de sucumbir a ele, meu sonho erótico de tantos anos. Ver Rage novamente foi um choque para mim, ele estava mais forte e seus olhos tinham um brilho intenso que eu sabia fazer parte da liberdade. Tudo que eu queria estava acontecendo, além de vivo ele estava livre, estava aqui sobre mim.
[···]
Ao acordar daquele sexo maravilhoso senti como se tivesse sido atropelada por um caminhão. Não sei exatamente quantas horas eu dormi mas tudo indica que foram muitas, o dia já raiou do outro lado da janela. Rage não estava na cama mas os trapos do que antes eram as minhas roupas ainda estavam espaohados pelo chão do quarto. Sorri com a lembrança. Valeu a pena esperar um pouco pelo reencontro.
Algo começou a vibrar e eu me arrastei sobre a cama para alcançar parte da minha calça no chão, Lucca estava ligando pela centésima vez. Eu ainda pensei em ignorar mas imaginei tudo que Light deve ter contado para ele, e se ele ligou tanto é capaz de ter arrastado o exército para vir a minha procura. Tenho quase certeza que ele já fez cartazes de desaparecida.
- Lucca? Bom dia. - respondi do jeito mais simpático do mundo como se nada tivesse acontecido.
- Bom dia? Cosima onde voce6se meteu? Eu achei que estava morta! Você disse que se cuidaria... do nada chega o Light dizendo que você foi carregada sobre os ombros de um macho selvagem! - gargalhei sem querer, a cena deve ter sido cômica. - Fico feliz de estar divertindo a senhorita! Arraste esse seu traseiro para cá agora!
- Não posso, não agora pelo menos. Tenho uns assuntos para resolver, mas te ligo amanhã. - eu sabia que ele não tinha ficado conformado mas, eu não iria voltar agora, na verdade eu nem sei o que fazer daqui para frente.
- Nada disso, Cosima você preci...- desliguei o telefone e coloquei sobre o criado mudo, odeio esse lado mandão dele embora entendesse a sua preocupação.
Me levantei da cama esticando o corpo dolorido e ao olhar para ela novamente percebi várias marcas de sangue, sem pensar muito puxei os lençóis e os embrulhei dentro de um cesto. Entrei no banheiro vendo os possíveis locais por onde o sangue deve ter saído, tinha uma marca de mordida sobre meu ombro esquerdo no mesmo lugar da antiga, Rage me mordeu novamente mas dessa vez eu não tinha sentido nada além de prazer.
Retirei os curativos dos pontos vendo que alguns tinham se afastado pelo esforço. Tomei um banho demorado de chuveiro mesmo, a água fria deixava meu corpo em alerta e diminuia a dor. Depois de muito caçar achei um kit de primeiros socorros em baixo da pia e fiz os curativos, dentro dele também tinha alguns antibióticos e antinflamatorios, os tomei. O closet de Rage estava repleto de blusas entiquetadas, ele não tinha usado nenhuma delas pelo visto, peguei uma preta social e uma cueca azul de flanela para me vestir já que ele fez questão de acabar com minhas roupas.
Abri a porta do quarto e me esgueirei para fora, desci as escadas devagar e tive uma visão maravilhosa de um grande macho espécie de frente a um fogão. Seus cabelos longos castanhos estavam espalhados nas costas, lisos e brilhosos, como sempre sem blusa e a calça jeans parecia estar desabotoada porque oendia mostrando sua cueca preta. Aquela visão me deixou excitada lembrando do nosso pequeno momento na cama.
- Nem pense, vou te alimentar primeiro. - ele rosnou sem se virar, lembrei imediatamente do seu olfato apurado e me senti envergonhada por estar tão excitada.
Sem responder me aproximei e sentei em um dos bancos da ilha, Rage virou para mim e seus olhos laranjas me analisaram por completo, não parecia estar feliz será que ele não gostou do sexo?
- O que foi? - perguntei, eu odiava que ficassem me encarando desse jeito, ele revirou os olhos e bufou soltando um rosnado abafado como se estivesse insatisfeito com algo.
- Como conseguiu emagrecer tanto? Você era mais forte. - de fato, eu era mas consequências de alguns meses comendo qualquer coisa que encontra dá nisso.
- Eu estava no que podemos chamar de guerra, roubaram nossos suprimentos e tinhamos que nos virar com o que achavamos. Poucas proteínas e praticamente nenhum carboidrato. - quem diria qie insetos conseguem fazer esse milagre?
- Vou te alimentar, não quero quebrar você ou te machucar novamente. Você sangrou enquanto compartilhavamos sexo, está fraca, eu não gosto disso. Se a comida aqui não for o suficiente eu peço mais. - ele parecia um gatinho fofo com um olhar possessivo e cheio de alertas. Sorri para ele, é óbvio que sangraria. Me lembro de vê-lo compartilhando sexo com algumas fêmeas e o seu membro realmente assustaria qualquer humana desavisada.
- Eu vou engordar com o tempo, não se preocupa com isso. E eu não sou tão quebravel assim. - ele arqueou uma sobrancelha para mim como quem não acredita, claro para ele eu sou apenas uma enfermeira.
- Para mim você é. Não imagina o inferno que passei ao achar que eu tinha te matado, que algumas gotas de droga tinham me transformado em um assassino cruel. Eu cheguei a enlouquecer e... te perder novamente não é algo que eu queira. - a sinceridade em suas palavras chegava a ser doloroso para mim. Eu tinha tantas responsabilidades fora daqui mas, eu também passei no inferno ao achar que ele estava morto, porque nunca consegui amar outra pessoa, nunca consegui esquece-lo ou disfarçar o que sentia.
Doía saber que a qualquer momento posso ser convocada novamente e terei que deixa-lo, como ele reagiria a isso?
- Você não vai me perder... - menti, eu poderia nunca mais voltar sabia bem disso. Eu nunca tinha a certeza da volta com o sucesso da missão.
- Promete pra mim, promete que não vai embora. Eu sou um macho melhor quando estou com você, você é boa Cosima e me faz ser bom também. - ele se aproximou devagar e escondeu seu rosto na curva do meu pescoço, seu corpo se encaixou entre minhas pernas e eu nesse momento eu me senti uma pessoa horrível.
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Rage - Novas Espécies [L6]
FanfictionLivro 6 Zona oito. Criados para a guerra, temíveis executores de qualquer criatura que esteja em seu caminho. Rage foi encontrado abandonado para morrer em uma instalação evacuada por ter conseguido matar a doutora Kisha e dois substitutos. Um erro...