Capítulo 35

17.4K 1.9K 116
                                    

Não fazia ideia do que tinha acontecido ou por onde aquele cara tinha conseguido fugir, mas depois de uns trinta minutos Shadow apareceu arrastando um homem que tinha por volta de uns vinte e cinco anos, pele escura e cabelos amarelo tingido, usava um óculos agora quebrado e tinha um corpo franzino como um adolescente embora fosse alto. Ella apareceu logo depois com um notebook nas mãos.

Sob as ordens de Tim carregamos tudo que podíamos para dentro do helicóptero, computadores, impressoras, anotações e câmeras. Já em viagem olhei para Ella de soslaio notando a naturalidade que ria e brincava sem se importar com mais nada, até para um fuzileiro era estranho. Eu levava meu trabalho muito a sério mesmo dando espaço para algum divertimento vez ou outra nunca cheguei no patamar de não me importar.

Quando chegamos em Homeland fomos rapidamente dirigidos para algo que chamaram de centro de segurança, cada homem preso foi posto em uma sala e seria interrigado por alguém. Achei que meu trabalho aqui estava feito e finalmente poderia voltar para Rage, mas eu me enganei. Provavelmente chegou o tempo de parar um pouco com essa de heroína armada. Buck me intimou a lhe seguir até uma das salas de interrogatório, ao entrarmos o hacker estava sentado e algemado a cadeira, tinha um olhar deboxado mas permaneceu em silêncio. Ella sentou ao seu lado desleixadamente e eu me encostei na porta com os braços cruzados.

- Melkzedek Hadash, vinte e seis anos, 1, 80 de altura, 70kg. Acusado de crimes cibernéticos contra o governo dos EUA e contra Homeland, acusado de fornecer e usar informações privilegiadas, acusado de cúmplice da Mercile. O governo dos EUA põe nas mãos de Homeland o destino do réu, sendo julgado por suas leis. - ela começou a ler o que estava escrito na pasta e em seguida a jogou sobre a mesa. - Cinco porcento de diminuição na sua pena para cada verdade que me falar.

Ela não podia fazer isso, ou podia? Eu realmente não sabia sobre as leis que regiam Homeland e por isso decidi ficar calada e apenas observar. Ele riu, sacudindo o corpo inteiro de um jeito estranho, olhou para mim e em seguida para Ella que não estava nem um pouco abalada com sua demonstração de interesse sobre o assunto.

- Trabalho para a Mercile sim, mas eles passaram um tempo sem me mandar o pagamento necessário. Por esse motivo procurei uma repórter idiota para colocar na mídia tudo que eles estavam escondendo. Confesso que não sabia sobre o espécie vivo que acharam lá.,. - ele riu novamente, desdenhando como se fosse uma piada.

- Diga algo que eu não saiba e, se me favorecer, eu deixo você passar duas horas por dia no computador da prisão. - esperta, prometer coisas faria com que ele abrisse a boca de uma vez, como mexer em computadores era praticamente a vida dele seu olhar brilhou.

- Eu tenho mais uma parte do diário em meus computadores, está criptográfico com um algoritmo alfa. Eu achei que Coralyne tinha me denunciado, por isso ataquei Homeland. Minha maior vontade era simplesmente acabar com a Mercile depois de terem bloqueado todo o meu dinheiro, não me importo com a quantidade de pessoas que vão se prejudicar junto... - deu de ombros e balançou as pernas impaciente. - Eu tenho algo para te contar, Ella.

Como ele sabia seu nome? O choque foi nítido no meu rosto, tenho certeza porque ele me olhou sorrindo como um psicopata. Ele tinha as informações de todos aqui, esse cara era um problema.

- Não tenho interesse em ouvir. - ela se levantou arrastando a cadeira de metal no chão e causando um barulho irritante aos ouvidos.

- Vai querer me soltar depois disso... - ele sussurrou, Buck lhe deu as costas e apontou para que eu saísse da frente da porta e assim o fiz.

- Não tenho tempo para brincar de caça ao tesouro com você. - ela abriu a porta e me empurrou para fora.

- Ele está vivo! Eu sei que achava que ele está morto... mas está vivo! E precisa de mim para encontra-lo! Sem mim você vai morrer se tentar! - ela voltou, a porta ainda aberta me deu total visão do que ela estava prestes a fazer. - Só uma ligação...

Buck segurou a base do telefone de gancho que estava sobre a mesa, quem passasse nesse momento realmente acharia que ela lhe daria o telefone, mas foi bem diferente. Ella bateu a base no rosto dele com toda a sua força o fazendo desmaiar, em seguida saiu fechando a porta devagar.

- Está maluca? Não fomos treinados desse jeito, primeiro você mente pra ele e depois o deixa inconsciente! - gritei com ela que mantinha um olhar duro sobre mim.

- Nos fuzileiros existem três divisões, os bonzinhos... - ela tocou nos meus cachos revoltos enquanto falava. - Os traidores e os malvados. Eu não faço parte dos bonzinhos...

Rage - Novas Espécies [L6]Onde histórias criam vida. Descubra agora