Capítulo 27

17.9K 2.1K 116
                                    

A mensagem que Gross tinha me mostrado na verdade era um aviso de invasão do servidor, o cara que estava brincando com os computadores daqui parecia querer mais informações sobre o mapa da zona selvagem. Minha pouca experiência nesse assunto não me permitiu ir atrás dele mas consegui colocar um vírus evitando que ele tente novamente, era minha única arma para ser sincera. Infelizmente instalar o programa demorou muito tempo, acabei deixando varias ligações perdidas no celular sem nem olhar quem era.

- Rage deve estar preocupado. - Gross rosnou atrás de mim, ambos estavamos cansados. Não era legal passar horas sentada de frente a um computador.

- E porque acha isso? - perguntei sem tirar os olhos da tela negra do computador, as letras verdes inundando a tela enquanto o programa fazia seu serviço.

- Eu ficaria, faz cinco horas que estamos aqui. Ou quase isso. - bufei irritada, não com ele mas com esse imbecil que está tentando a todo o custo invadir nossa rede.

- Tem razão, só mais alguns minutos e tudo fica pronto. Desculpe a demora é que eu não sou perita no assunto. - sempre estudavamos um pouco de tudo antes de sair em missões, isso nos tornava auto suficientes a vista de todos, era um estratégia caso ficassemos sozinhos por muito tempo.

Ele assentiu bufando para a porta atrás de si, minha demora aqui já estava o incomodando pelo visto. Clareei a garganta terminando a instalação o mais rápido que pude, meia hora depois da nossa pequena conversa. Eu e Gross nos davamos bem se trocar duas frases for o auge da comunicação. Ele era distante, centrado e parecia querer matar todo mundo só com um olhar, eu não costumava sentir medo de homens desarmados mas dele eu tinha um certo pavor.

- Tudo bem, terminei. Me mantenha informada caso alguma coisa saia do controle. - falei enquanto tirava o celular do bolso e encarava as ligações. Lucca. - Merda. Acha que o Rage atacaria meu irmão?

- Acho que ele atacaria se o achasse invadindo seu território. - merda, merda! Comecei a discar para Lucca. - Porque a preocupação?

- Meu irmão está vindo pra cá, Gross, ele vai ferir o Lucca. - Gross rosnou e tomou a frente correndo para fora da base, eu pedia mentalmente para que ele ainda estivesse em Homeland.

O celular só chamava e o desespero começou a bater forte contra o meu corpo. Cada passo que eu dava era como uma adaga no coração, o medo e a angústia tomando conta de mim de um jeito assustador. Gross corria na frente e era difícil alcança-lo enquanto tentava ligar para meu irmão. Um rosnado alto cortou o ar quando chegamos perto da casa, a visão que eu tive me deixou tão congelada que eu não sabia o que fazer.

Gross tentou para-lo, se aproximou e tentou separa-lo do Lucca que lutava para respirar. Foi tudo em vão, ele foi jogado longe pelo espécie irritado, ele ia matar meu irmão e eu não sabia o que fazer, estava beirando o desespero, nunca antes tinha sentido meu corpo tremer dessa forma.

- Rage! Solte-o! - gritei mas ele não pareceu me ouvir. - Rage! Ele é meu irmão, solte-o! Por favor! - implorei, as lágrimas já molhando o meu rosto.

- Cosima, ele não vai parar! - gritou Gross se levantando do chão com dificuldade. O que fazer?

Sem conseguir pensar diteito tirei a arma do coldre em minha cintura, engatilhei e apontei para ele especificamente para a sua cabeça. Rage percebeu quando eu destravei a arma, o som único o fez olhar de soslaio enquanto rosnava.

- Solte-o agora ou vou atirar. Não brinque comigo, Rage! Você está matando meu irmão! Solte-o! - gritei, a insegurança ficando de lado e dando lugar a uma voz firme e autoritária. Rage não se importou com a ameaça, empurrou o corpo quase totalmente inertr de Lucca contra a parede, continuou sufocando-o. Ele tinha pouco tempo, dois minutos talvez. - Eu sinto muito por isso.

Tinha que agir rápido, era o meu irmão e eu não podia deixar que Rage o matasse. Mirei em seu ombro direito e apertei o gatilho, um rugido estrindente saiu da sua boca no momento que ele largou meu irmão e cambaleou para trás perdendo o equilíbrio e rolando as escadas da varanda. Me senti um monstro, eu o amava mas a situação pediu algo assim.

Sem conseguir me conter passei por ele e subi os degraus parando ao lado do corpo do meu irmão. Lucca não respirava, não tinha batimentos. Desespero. Rapidamente o coloquei na posição de massagem cardíaca e elevei um pouco o seu queixo para abrir a passagem de ar, me posicionei ao seu lado e comecei a empurrar seu esterno para dentro pressionando o coração.

- Gross! - ele estava no socorro de Rage e já fazia ligações. - Vamos lá maninho, vamos lá volte pra mim. Lucca volte pra mim. - implorei chorando. Assim que terminei os trinta movimentos forcei a entrada do ar em uma respiração boca a boca. Ele tinha dois minutos. - Lucca, volta! Que droga, você não pode morrer! - continuei novamente a massagem, as lágrimas caiam sobre o seu peito como se aquilo fosse o suficiente para o acordar, e foi. Lucca tragou o ar com força e cuspiu sangue antes de me encarar com seus olhos negros. O puxei para o meu colo e abracei chorando.

Rage - Novas Espécies [L6]Onde histórias criam vida. Descubra agora