Cadê ela?

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Los Angeles, 06 de maio de 2024
Já havia se passado um mês. Um mês, e Camila ainda não havia aberto os olhos. Acredite, ela tentava todos os dias, mas parecia que sua cabeça sabia que era melhor mantê-los fechados. Depois de muito esforço, a latina abriu os olhos com dificuldade. Parecia que ela tinha que fazer força para abrí-los. Ela não conseguiu se mover de imediato ou dizer alguma coisa. A latina sentia como se não tivesse controle de seu corpo. Depois que sentiu seus olhos queimarem com a claridade, ela conseguiu movimentar seus braços. Ela colocou as mãos no rosto para esfregar os olhos, mas sentiu um tubo, conectado ao seu nariz, ajudando-a a respirar. Ela desceu suas mãos, que tocaram sua boca e seu queixo. Sentiu seus lábios ressecados e rachados, e alguns pontos que costuravam seu queixo. Ela olhou suas mãos, observando pinos no pulso esquerdo. Cirurgia. A respiração de Camila acelerou quando ela se lembrou do que havia acontecido e que estava no hospital. O médico que entrava a cada hora para olhá-la se chocou ao encontrar a latina acordada, já que ela não tinha previsão de melhora e muito menos para sair do coma em que se encontrava há pouco mais de um mês. Era realmente um milagre. Ele se aproximou dela rapidamente, enquanto pedia para um enfermeira chamar os pais da latina, que estavam almoçando no refeitório do hospital. Eles não haviam deixado a filha nem por um dia sequer. O médico parou ao lado da cama de Camila, enquanto observava seus olhos confusos atingirem todos os cantos da sala.

-Camila, meu nome é Mark. Eu venho cuidado de você. Como está se sentindo?
-Eu... Cadê ela? - os olhos da latina já estavam preenchidos por lágrimas.
-Srta. Cabello, eu preciso saber como está.
-Cadê a Lauren?! Eu preciso dela! Cadê ela? - Camila gritava com o médico em descontrole. Foi quando seus pais entraram no quarto, acompanhados de Sofia. Os três rodearam a garota e a inundaram com amor, abraços e beijos.
-Minha filha, você está acordada! Eu não acredito nisso!
-Mama, cadê ela? Eu preciso vê-la, saber se ela está bem. Eu quero conversar sobre termos brigado. Cadê ela? - Sofia chorou ao ouvir o que a irmã queria. E chorou por saber o que estava por vir.
-Camila, meu amor. Eu preciso que me ouça com atenção. A Lauren... te ama muito, saiba disso. E tenho certeza de que ela não te culpa pelo que aconteceu. Mas, Mila, a Lauren não resistiu ao acidente. Ela está morta, meu amor. Eu sinto muito.
-O quê? Como assim, mãe? Isso não... isso não pode ser verdade. - os aparelhos conectados à ela passaram a apitar. Um mostrava a respiração descompassada, outro assinalava que o coração dela estava acelerado demais. - Eu... eu... eu matei ela, mãe! Eu não acredito nisso. É mentira, não é? Por favor, me diz que é mentira, por favor!
-Filha, se acalma! - o pai de Camila disse, enquanto via os aparelhos apitarem e os médicos entrando pela porta do quarto.
-Eu sinto muito, Mila. Mas é verdade.
-Eu matei ela? Eu matei ela. - Camila falava coisas sem sentido pela demora em que o oxigênio levava para chegar ao seu cérebro, devido ao seu surto.
-Não, amor. Você não a matou. Foi um acidente.

A respiração descompassada da latina assustou os médicos que foram forçados a aplicarem um sedativo, antes que ela pudesse entrar em outra situação delicada para sua saúde. Camila apagou em questão de segundos. Ela se manteve adormecida por algumas horas. Seus amigos haviam passado para vê-la e esperavam ansiosos para que acordasse. Ariana roía as unhas e tremia de ansiedade. Ela queria ver sua amiga com vida. Com alguma expressão facial. Seu rosto pálido e sem reações davam a impressão de que ela estava morta. Ariana não conseguia nem pensar naquela possibilidade. Ela se recusava a perder mais uma de suas melhores amigas em tão pouco tempo. O cenho da latina franziu e ela abriu os olhos aos poucos. Ariana chorava por saber que a amiga estava relativamente bem. Camila se surpreendeu com a quantidade de pessoas ao seu redor. Eram todos os seus amigos, que a abraçaram e conversaram com ela. Desejaram melhoras e diziam que sentiam muito por Lauren. Todos foram embora, menos Ari. Ela queria ficar com a latina por um tempo, tentar ver como ela estava lidando com a situação de não poder ter Lauren nunca mais. Enquanto as duas conversavam, uma médica que também cuidava de Camila entrou no quarto, receosa. Ela tinha medo de que as informações que trazia pudessem causar outro ataque de nervos na latina.

Find Me - Camren (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora