Find Me - Camren (Concluída)

Epílogo

Este é o último capítulo, genteee. Já estou com saudade. Mas tenho certeza que daqui a alguns dias, eu vou inventar uma outra história. Espero que gostem do último capítulo, porque foi feito com muito carinho.
ATENÇÃO ÀS DATAS
*****
Lugar desconhecido, 04 de setembro de 2081
Camila abriu os olhos castanhos, encarando as paredes brancas. Sem entender o que acontecia, levantou-se, caminhando até o espelho na parede e à sua frente. Franziu o cenho ao se deparar com sua imagem jovial. Olhou para baixo, focando em suas mãos, agora sem as enrugações que vieram com a idade. Vestia uma calça jeans e uma blusa florida de mangas longas. Ainda confusa, ouviu a porta da sala abrir. Virou seu rosto, avistando um jovem de cabelos escuros e um terno completamente branco, da cabeça aos pés. Recuou alguns passos, enquanto o rapaz se aproximava. Ele estendeu o braço, indicando para que ela sentasse no sofá de couro bem no meio da sala. Ela seguiu até onde ele apontava e sentou-se. Encarou os olhos negros do garoto, esperando que ele esclarecesse suas dúvidas mais profundas.

-Você deve ter muitas perguntas. - ele disse.
-Onde estou?
-Peço que se acalme, Srta. Cabello. Você está no paraíso. Faleceu há algumas horas, enquanto dormia. Foi uma morte tranquila. Causas naturais.
-Paraíso? Vocês cometeram um erro. Eu não deveria estar aqui. Eu matei uma pessoa.
-Estamos cientes de sua história. Mas apesar de você ter tirado a vida de outra pessoa em um acidente, achamos que já foi punida o suficiente em vida. Além de que foi uma ótima pessoa para todos a sua volta. - ela assentiu. - Alguma outra pergunta?
-Só uma. Por que estou tão jovem?
-Ah, sim. A idade que você representa aqui é aquela em que foi mais feliz durante sua vida. Isso significa que você tem entre 22 e 27 anos.
-Essa foi a época em que namorei Lauren.
-Exato. - ele respondeu sorrindo. - Gostaria de conhecer o lugar?

Os dois se levantaram assim que a latina assentiu. Enquanto caminhava, Camila permanecia encantada. Era uma mistura entre campo e cidade, bem arborizada, mas ainda sim com todos os recursos de uma cidade grande. Ela passava os olhos por todos os estabelecimentos que tanto amava, restaurantes de comida cubana, livrarias e lojas de instrumentos musicais. Continuou a seguir o rapaz, que parou em frente à uma casa, mas não qualquer casa. Uma réplica, exatamente igual, do lugar onde viveu com Lauren por anos. Travou enquanto encarava a porta. Uma única lágrima escorria pela bochecha.

-Não vai entrar? - ele perguntou, enquanto observava a latina enxugar a lágrima. - É sua casa, não é?
-Estou com medo. Não sei o que vai estar lá.
-Eu garanto que vai gostar.
-Mas...
-Ei! Não precisa ter medo. Vai ficar tudo bem. Além de que eu acho que já está na hora. Ela está te esperando faz 57 anos.

Camila engoliu em seco ao caminhar em direção à casa. Olhou para trás e viu o rapaz assentir. Abriu a porta, empurrando-a relutantemente. Entrou, passando os olhos por todos os cantos da sala. Estava exatamente com se lembrava. Mas seus olhos inquietos travaram na mulher em sua sala. Ela estava de costas para a porta. Ainda não havia visto que Camila estava ali, logo atrás dela. A latina caminhou lentamente até Lauren, que cantarolava enquanto arrumava a mesa de jantar. A cubana tocou os ombros da morena, que virou-se. Ela arregalou os olhos ao encarar os detalhes de Camila, que não via em tanto tempo. Segurou o rosto da latina com as mãos, não acreditando no que acontecia. A cubana deixou-se sorrir com o toque suave de Lauren.

-Camila! - disse, enchendo o rosto dela de beijos. - Eu senti tanta saudade!
-Você não tem ideia de como me fez falta. - disse, deixando as lágrimas rolarem ao sentir os lábios da morena contra os seus. - Eu sinto muito, Laur. Nunca foi minha intenção. Eu fiz de tudo para tentar evitar, mas...
-Ei! - interrompeu. - Quando eu disse que você não me matou e que não te culpava, estava falando sério. - Camila franziu o cenho.
-Espera... quando disse isso?
-Muitos anos atrás. Quando estava prestes a se matar. Não se lembra?
-Você estava lá? - a morena concordou. - Eu achei que estava alucinando.
-Nós prometemos que nunca nos deixaríamos. Eu quis estar lá por você.
-Então, todas as vezes em que eu achei que estava enlouquecendo, você estava lá?
-Na maioria das vezes. Menos naquelas em que você se machucou feio. Aquilo foi tudo da sua cabeça. Eu nunca faria nada para te magoar.
-Eu... eu não acredito que nunca me deixou.
-Era a nossa promessa, não é? Camz, fica comigo.
-Lolo, eu nunca vou te deixar.

Camila deixou um longo beijo nos lábios de Lauren. As duas comeram juntas e passaram o dia como costumavam. A latina focou seus olhos na moldura na parede da sala. Era a carta que sua filha havia escrito para a morena quando completou 18 anos. Aparentemente, Lauren havia lido e gostado a ponto de emoldurá-la e pendurá-la na parede. Sorriu ao lembrar-se da filha que sempre foi extremamente forte e que amava tanto. Queria deixá-la saber de alguma maneira que estava bem, finalmente havia se encontrado com quem tanto amava. E, após 57 anos, realizava seu sonho de viver eternamente ao lado de Lauren.

Los Angeles, 04 de setembro de 2081
Lauren penteava os cabelos da neta de 3 anos. Seu filho mais velho, Ethan, estava com 25 anos. Ela já estava com 57, e cuidava da criança de seu filho, porque ele precisava trabalhar. O marido dela, James, também trabalhava e ela havia concordado em tomar conta da neta para não se sentir sozinha. Na noite anterior, havia conversado com Camila e havia dito que passaria ali durante o almoço. Apesar da idade, a latina permanecia muito ativa e demonstrava todos os sinais de uma pessoa saudável. Ainda cozinhava e adorava contar as histórias de Lauren para seus netos. Sua filha saiu de casa com a neta nos braços. Abriu a porta da casa da mãe, colocando a criança no chão. Surpreendeu-se ao ver que sua mãe aparentemente não havia acordado ainda. Já era algo em torno das 9 da manhã. Franziu o cenho antes de se aproximar da porta do quarto. Bateu na madeira, mas não obteve resposta.

-Mama! Eu cheguei com Emily. - bateu na porta novamente, quando não ouviu uma resposta. - Mama? Está tudo bem? Eu vou entrar.

Lauren empurrou a porta. Entrou lentamente, observando sua mãe deitada na cama. Aproximou-se, vendo que ela ainda estava dormindo. Passou a mão carinhosamente no rosto de Camila para acordá-la, sentindo a pele gélida contra a sua. Deixou uma lágrima escorrer ao entender o que acontecia. Levou uma das mãos à boca, deixando com que o sofrimento percorresse todo seu corpo. Insistiu em chamar por sua mãe enquanto chorava, mesmo que ela não respondesse. Tomou seu celular, ligando para sua tia, que era apenas 13 anos mais velha que ela. Ouviu a tristeza de Sofia pelo celular ao contar que sua irmã havia falecido.

Durante a tarde, o velório de Camila ocorreu. Um mar de pessoas vestidas de preto tomava conta do cemitério. Lauren caminhava ao lado de seu marido e seus dois filhos. Ethan carregava sua filha no colo, e Joe (filho mais novo de Lauren) carregava seus dois filhos gêmeos. Após todos os abraços e lágrimas, Sofia e Lauren caminharam para longe de todas as pessoas, sentando-se em um banco, lado a lado. A filha de Camila encarou o céu já escuro, em que 2 estrelas brilhavam muito mais que as outras. Lembrou-se de sua infância e sorriu reconfortada por pensar que sua mãe estava ao lado de quem sempre quis estar. Viu Emily correr em sua direção e sentar em seu colo.

-Eu não quero que a bisa Camila vá. - disse triste.
-Eu também não, meu amor. Mas acho que não precisamos nos preocupar com ela.
-Por quê?
-Está vendo aquelas estrelas ali? - disse, apontando para as duas mais brilhantes. A pequena assentiu. - Ela está bem ali, brincando de esconde-esconde com as estrelas, com a melhor amiga dela, com quem sempre quis estar.
Fim da parte 3 e do livro
*****
Esse é o fim da nossa história!!! Espero que tenham gostado de acompanhar tanto quanto eu gostei de escrever.
Também queria pedir ajuda com a divulgação. Se vocês gostaram, por favor indiquem para alguém. Vocês não tem ideia de o quanto escrever me faz feliz e receber retorno mais ainda. Obrigada por tudo.
E pela última vez,
Beijos delusionals, bia💕