Capítulo 04

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Alfonso entrou no chuveiro, a água forte molhando os cabelos e se permitiu respirar fundo. A falta de informações sobre o paradeiro de Brianna o desesperava, pior ainda conforme o tempo passava. Queria respostas, respostas imediatas. Encostou a cabeça na parede, se distraindo por um momento com a sensação ardida de unhas em suas costas enquanto a água tocava a pele. Era até agradável. Anahí tinha mania de arranhá-lo, e se perdia totalmente no que sentia, as costas dele pagando o preço. Ele gostava daquilo.


Nate: Não há muito que eu possa fazer, juridicamente falando, sendo que as atividades da boate são totalmente... Extraoficiais. – Apontou. Christopher observava, do outro lado da sala.


Alfonso: Precisamos refazer a planta base do hotel. Ativar o 49º para os clientes. – Nate assentiu.


Nate: Bem, isso é trabalho para um arquiteto. Eu posso entrar nisso apresentando a nova planta e atualizando o alvará de funcionamento. – Disse, simples. Christopher assentiu – Pode ser providenciado.


Christopher: Está tudo ótimo na teoria. E eu concordo, porém só uma coisa me preocupa aqui. – Os outros o olharam – Eu tenho um filho pra nascer agora. Acumulamos inimigos aos montes com o passar dos anos. Se a noticia corre de que nós nos "aposentamos", tudo bem, há outros no ramo, mas isso não nos torna vulneráveis? – Nate ergueu a sobrancelha – Alfonso, eu já enterrei uma filha, não me peça pra ser relapso com outro. – Alfonso hesitou, franzindo o cenho em seguida.


Nate: Christopher tem um ponto. – Admitiu.


Alfonso: Ok. – Ele assentiu, ainda deixando passar a ultima frase sobre Brianna – Estamos só deixando de operar aqui, não nos tornando ovelha pro abate. Ainda sabemos nos defender. Madison será nossa prioridade numero um, junto com o filho de vocês. – Garantiu, e respirou fundo – E a verdade da vida é que o fato de estarmos em operação nunca nos protegeu realmente. – Entregou, incapaz de se conter.


Christopher: Do que está falando agora? – Nate o olhava, o cenho brevemente franzido.


Alfonso: Que sempre estivemos vulneráveis, no final das contas. Só gostamos de nos iludir acreditando que não. – Disse, quieto – Só pense nisso, Christopher. Vamos continuar no mesmo patamar de segurança em que sempre estivemos. A diferença aqui é se vamos ser criminosos ou não. Eu sei qual é minha decisão aqui. – Pontuou, sereno.


Anahí seguia com os olhos empedrados, mas o som parou. O som que mantinha o mundo girando parou quando o medico se afastou, tragando-a de volta para a realidade com um solavanco doloroso. Ela piscou, desnorteada, vendo o médico pondo a maquina no lugar, totalmente tranquilo. Não era possível que ele estivesse calmo daquela forma.


Anahí: Volte aqui! – Grasnou, encontrando a voz. Ainda conseguia escutar o eco do som em seu ouvido. O médico a olhou de soslaio.


- Pensei ter sido claro em nossa conversa que era de suma importância que você me visitasse uma vez por mês depois dessa concepção, Anahí. – Ela levou as mãos ao cabelo, atordoada – Pensei que tivesse entendido a seriedade dos riscos envolvidos.


Anahí: Eu não... Eu... – Ela encolheu as pernas, gemendo pela dor nas costas.


Ainda Sou EuOnde histórias criam vida. Descubra agora