Capitulo 32

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Anahí: O que houve? – Perguntou, se sentindo desconexa – Digo, eu sei, foi um choque o episódio de hoje, mas nós havíamos resolvido isso. – Lembrou.


Alfonso: Eu ter te proposto isso foi uma estupidez sem tamanho. – Afirmou, negando com o rosto. – Nunca deveria ter acontecido, e eu errei de forma impensável em permitir só a ideia dessa proposta. – Dispensou.


Anahí: Eu... – Ela queria mesmo formular uma frase, mas quando subira aqui esperara tudo, menos aquilo.


Alfonso: Eu quero sua felicidade. Eu sempre quis. Vendo você na minha cobertura, tão atordoada com a lembrança de quando eu te feri, pressionada pela necessidade de proteger ela... Me pareceu razoável. – Admitiu, dando de ombros – Encerraria aquela maldita mentira, acalmaria sua angustia, nos deixaria em paz. Só que eu estava encerrando um ciclo da sua mentira, concordando em deixar você começar outra. Foi doentio.


Anahí: Você parecia ter certeza. – Murmurou, quieta. – Nem pareceu incomodar.


Alfonso: E eu tinha, na época. Mas o que eu sabia sobre ser pai? – Perguntou, simples – Eu só havia tido uma chance na vida, com Clair, e eu falhei. – Apontou. Ela ergueu o rosto.


Anahí: Alfonso, você não falhou com Clair. – Intercedeu.


Alfonso: Sim, falhei. Falhei no momento em que permiti que ela deslizasse entre os meus dedos e caísse dentro daquela boate, como ela caiu. Nenhum pai permitiria aquilo, e eu falhei. – Dispensou – Eu mandei ela pra Notre Dame, esperando que a religião a impedisse. Quando não funcionou eu briguei, eu briguei violentamente, e ela não me ouviu, então quando nada mais funcionou ela parou lá, e eu só cedi porque eu não sabia mais o que fazer... Mas eu sabia o tempo todo que Clair sempre foi muito mais que aquele lugar, e eu permiti que ela fizesse aquilo por anos. Eu falhei. – Cortou, duro.


Anahí: Você ofereceu o mundo a ela. Uma vida, que talvez ela nunca tivesse. – Contrapôs.


Alfonso: Anahí, o que eu tenho na consciência quanto a esse assunto é algo que eu sempre vou carregar, mas não é de Clair que estamos falando aqui. – Lembrou. Ela piscou, voltando a realidade.


Anahí: Ok. – Assentiu.


Alfonso: Eu tive minha chance com Clair, eu falhei. Eu nunca quis ter filhos. Blair era só um "tun-dun" e um borrão em uma tela. Eu a amava, mas na minha mente tudo bem eu fazer isso pelos bastidores. Então eu fiz aquela proposta imbecil. – Recapitulou – Eu nunca estive mais errado na minha vida inteira.


Anahí: Porque? – Perguntou, olhando-o. Sabia que teria que reagir e sair do monossílabo no momento, mas agora optava por ouvi-lo. Talvez ouvindo-o saísse da letargia.


Alfonso: Não está tudo bem estar nos bastidores, porque eu achava que você era pessoa que eu mais amava no mundo, mas não é. É ela. – Ele tornou a apontar a bebê dormindo – Então eu quero estar no holofote com ela. Eu quero o "Herrera" no sobrenome dela, porque ela tem direito. Quero que ela me chame de pai, e que saiba que o pai dela vai estar aqui se ela estalar os dedos, porque eu vou estar. – Apontou.

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