Capítulo 07

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COPENHAGE – DINAMARCA


Clair se aprontava. Queria voltar pra casa, queria ver Madison gravida. Procurava não pensar nele, porque a saudade doía demais. Quando encerrassem essa tour, havia pedido férias por uma temporada. Tempo o suficiente pra poder ver o bebê de Madison (um menino, toda vez que ela pensava nisso tinha vontade de sair gritando e pulando) nascer e ajudar nos primeiros meses, respirar um pouco antes de voltar. O maquiador havia acabado de sair. Ela tinha um pé em cima de um banco, ajeitando a sapatilha. Podia ouvir o teatro enchendo. Estavam inchados, mas parte da culpa era dela. Não tinha tanta paciência com as bolsas pra compressa quanto ele.


- Clair, vinte minutos! – Avisou uma voz de fora, batendo na porta.


Clair: Clair, vinte minutos. – Repetiu, ainda ajeitando a fivela da sapatilha. Se ergueu, se checando no espelho.


Cabelo preso, a maquiagem preta, o collant preto com aqueles detalhes prateados... Nate atrás dela. Ela arregalou os olhos, incrédulas, se virando, e ele sorriu, sem se conter. Estava todo amassado, o cabelo alvoroçado pelo vento como se tivesse andando rápido demais (ou corrido), mas inegavelmente sorria. Ela colocou a mão no peito, incrédula.


Clair: Você está aqui. – Murmurou, se aproximando.


Nate: Estou. – Confirmou, e foi a vez dela sorrir, se lançando no pescoço dele em abraço apertado.


Clair: Oh, meu Deus. – Disse, no estado mais sincero da alegria – Espere, como você está aqui? A entrada é proibida!


Nate: É, mas eles não trancam a porta. – Respondeu, simples, e os dois riram – Me desculpe. – Ele beijou a testa dela – Eu disse que ia voltar o quanto antes pudesse. Eu quis fazer uma surpresa. Eu fui pra Turquia. – Ela fez uma careta. - Vocês não estavam mais lá. Eu tentei vir pra cá mas a alfândega me barrou e me mandou de volta pros Estados Unidos. Aparentemente eu sou um advogado que viaja demais.


Clair: Se você for pensar, não é que você é mesmo? – Perguntou, tremula, tocando o rosto dele como que pra ter certeza de que ele estava mesmo ali. Ele riu.


Nate: Levei dias pra esclarecer pro governo que eu não sou terrorista. – Ela riu – E só então pude voltar. Eu nunca tinha visto você de perto com essa roupa. Você está tão linda! – Disse, meio bobo. O collant era preto com um ombro nu e uma entrada prateada no decote, se abrindo em uma saia no final.


Clair: E tão desconfortável. – Os dois riram – Oh, eu senti tanto sua falta! – Ela o abraçou de novo, e ele a apertou no peito, respirando fundo.


Nate: Você ainda está com minha malas? – Ela o olhou – Porque quando a alfandega me liberou eu só comprei a passagem e vim. Estou com a roupa do corpo, Claire. – Entregou, e ela riu de novo.


Clair: Onde está o Nate engomadinho que só fazia as coisas de caso muito bem pensado? – Perguntou, encantada.


Nate: Se perdeu em algum aeroporto do mundo perseguindo uma bailarina linda. – Respondeu, e parecia satisfeito com isso. Ela sorriu. Os dois ofegavam, como se tivessem corrido um até o outro até ali.

Ainda Sou EuOnde histórias criam vida. Descubra agora