Capítulo 53

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As semanas foram se passando aos poucos, da forma mais natural que conseguiam. A família Somerhalder não podia ir melhor, levando tudo em consideração. Os Uckermann reluziam em sua felicidade. O casamento prosperava, com todo mundo envolvido como uma grande e tumultuada mistura de bolo, mas apesar de todos os envolvidos reclamarem, todos faziam suas partes com satisfação. Anahí começou seu curso de reciclagem, e Madison ficava com Blair nesse período. Ela se sentiu bem, se aplicando na profissão que sempre amara de novo, apesar de ainda haver um bom bocado pela frente. Alfonso vinha, de regra, todos os meses, e nesses dias era soterrado por Clair e Blair, sendo vetado pelas duas do convívio de qualquer outra pessoa, o que o fazia achar graça.


Nate: Ei, vem cá. – Chamou, e ela ergueu a sobrancelha pra ele.


Clair: Que que é? – Perguntou, desbocada. Ele alisou o sofá do lado dele.


Nate: Senta aqui perto de mim. – Insistiu, e ela riu, se sentando. Ele se aproximou, passando o nariz pelo rosto dela, que a olhou de canto de olho.


Clair: Não vou te contar nada do casamento. – Dispensou, taxativa. Ele suspirou, derrotado, tombando o rosto no ombro dela – E eu sei que você tentou arrancar de Ian! Que coisa horrível, Nate! – Ela o estapeou.


Nate: Você quer que eu chegue lá sem nem saber o que esperar! – Exclamou, aturdido.


Clair: É claro que você sabe o que esperar, você espere se casar! – Dispensou. Ele suspirou, frustrado. – Vou te deixar ver sua roupa uns dias antes. – Negociou. Ele a fuzilou com os olhos e ela riu de leve – Tá, vem aqui. – Chamou, pegando a mão dele.


Nate: Sexo não vai resolver. – Descartou, taxativo igual a ela. Ela o olhou, a sobrancelha erguida.


Clair: Mas quem disse que eu ia transar com você, criatura? – Perguntou, achando graça, e ele viu ela parar na frente do quartinho de pintar dela – Vou te dar um presente. Era de casamento, mas você está tão ranzinza que ok. – Aceitou, entrando.


Ele entrou atrás, então hesitou, olhando em volta. Ela não o deixava entrar muito ali, e fazia algum tempo desde a ultima vez, mas havia muito agora. Várias telas, vasos (o de Kristen já fora entregue), e até um projeto fracassado de uma escultura. Ele se distraiu olhando, então ela voltou com uma tela embalada, com um laço de fita.


Nate: Você pintou bastante. – Disse, as mãos nos bolsos.


Clair: Bom, você passou muitos meses fora, e eu fiquei meses sozinha. E depois, alivia o estresse do casamento. – Explicou, pondo a tela em cima da cama. Ele olhou os vasos prontos que repousavam ali – Feliz casamento!


Nate: Ok. – Aceitou, meio de mal gosto, pra ganhar um tapa na nuca.


Ele puxou o laço, estudando por um momento. Era uma pintura basicamente escura, o foco de luz estando no centro da imagem. Ela esperava, meio ansiosa, vendo os olhos dele passarem pela tela, mas ele observava os traços, porque a imagem ele tinha vivida na cabeça: Os dois, ali naquele mesmo quarto, na noite antes dele ir pro Japão, transando em cima do banquinho que ela usava pra esculpir. Não era uma pintura erótica nem nada disso, mas havia algo que prendia a visão dele: O modo como ela colocou a tonalidade da camisola frouxa, a paleta de tinta da pele dos dois se encontrando, o amarelo dos cabelos dela, o rosto dele erguido pra manter o beijo avido que na época, era vital pros dois.

Ainda Sou EuOnde histórias criam vida. Descubra agora