Capítulo 58

4.8K 249 494
                                    

- Que te deu agora pra flertar com meus funcionários? – Perguntou, furioso. Ela piscou, tendo a cara de pau de parecer surpresa.


- O que você disse?! – Perguntou, a voz aguda.


- Eu trabalho circulando aqui, Anahí. Eu já havia visto antes. Hoje eu saio e você está no pescoço dele. – Ela revirou os olhos azuis, como sempre, e se afastou. Se encostou na parede do outro lado da sala, cruzando os braços, debochando dele – Ai eu te pergunto: O que te deu?


- Eu estava agradecendo, seu imbecil! – Rebateu, usando o tom que sempre usava quando queria fazê-lo se sentir mal – Ele me ajudou e eu agradeci! Pessoas fazem isso!


- Eu vejo. – Aceitou, irônico, se aproximando – O que eu não vejo, Anahí? – Perguntou, o ciúme o fazendo sentir febril.


- O quanto você é paranoico e está sendo ridículo. – Cuspiu, erguendo a sobrancelha, os olhos azuis duros contornados pela franja. Porque ela não via o quanto ele precisava dela?! Porque agia assim?! – Você tem essa aparência de dono do mundo, e manda nesse hotel enorme... Mas sua insegurança é tão grande que você tem ciúme da porra do manobrista. – Ela riu de leve, o riso só agravando a raiva dele, e negou com o rosto.


- Você nunca me deu razão pra ter ciúmes de ninguém, não é? – Perguntou, furioso, cada vez mais próximo. Ela não entendia, ela nunca entendia...


- Apenas de um homem melhor que você. – Respondeu, a voz fria como o olhar.


O golpe foi rápido, forte, um reflexo da raiva que ele sentia... Porém, ao contrário da cena original, ele não acertou a parede ao lado do rosto dela. Acertou ela, em cheio. Ela gritou, se curvando pra frente, as mãos segurando o nariz partido e ele parou, olhando a mão ensanguentada. Ele não mirara ela, ele mirara a parede! Cristo, o que fizera?!


Alfonso: Não, não, não... – Ele tentava alcançá-la, precisava ver o que fizera. Uma parte dele sempre o alertou de que a faria mal, mas ele continuou perto, e olhe só. Ela desviava, e pelo tanto de sangue, ele devia ter quebrado o nariz dela – Não, ei, não... Me deixe ver isso...


Anahí: Saia de perto de mim. – Grunhiu, fanha. Com certeza quebrara o nariz. Deus, fora um momento de descontrole!


Alfonso: Eu não... Eu só... Me perdoe! – Pediu, rodeando-a. Ela ia e voltava pra frente, grunhindo com a mão no nariz – Eu não quis fazer isso, eu não minto, você sabe! Eu não quis! Me deixe ver isso, me deixe ajudar você. Anahí, por favor, vamos lá. – Pediu, pegando o braço dela.


Mas quando ele conseguiu erguê-la, não era a Anahí adolescente que estava com o nariz partido; era a Anahí adulta, a Anahí mãe da sua filha. Ele recuou um momento, aturdido, vendo o sangue correr do nariz pro queixo dela, enquanto ela o encarava. Impossível.


Alfonso: Não... Eu não... – Ela ainda o olhava, segurando o nariz partido com as duas mãos – Eu nunca faria isso com você. Eu não seria capaz. – Ele negou com o rosto – Não. Eu não seria capaz de te ferir assim, eu juro por Deus! – Disse, desesperado.

Ainda Sou EuOnde histórias criam vida. Descubra agora