Ainda Sou Eu

Capítulo 39

O combinado era um dia. Um dia e uma noite. Chegariam no sábado de manhã cedo, iriam embora no domingo igualmente cedo. Nate tinha uma viagem longa a vista, mas afirmava que, pra ele, aquilo era de maior importância. Clair não ligou. Ainda assim, quando passaram pelos portões, ao ver a mansão vitoriana se aproximar, ela não pôde impedir as lembranças que tinha daquele lugar de alcançarem-na. Ele percebeu ela se tencionar, olhando em volta.

Nate: Ei. – Chamou, ao estacionar, apertando o joelho dela – Tudo bem?

Clair: Tudo. – Assentiu, respirando fundo.

Nate: Não vai ser como da ultima vez. Eu prometo. – Garantiu, sincero.

Clair: Sei que não. – Ela apanhou a mão dele de seu joelho, beijando-o – Vamos?

Ele desceu, insistindo em abrir a porta dela, que revirou os olhos. Usava jeans, uma bata azul marinho, folgada e um sobretudo preto, fechado por cima. Os cabelos estavam presos em um coque alto, volumoso. O decote era curto, mas a bata deixava uma boa parte do colo e das costas exposta, o pescoço livre. Quando saíram de Los Angeles o tempo estava frio, mas aparentemente Hamptons sempre teria um sol ameno esperando. Ela olhou em volta, vendo os jardins imensos, em seguida olhando a mansão. Os dois caminharam de mãos dadas pela escadaria, onde um senhor os aguardava.

Luke: Doutor Archibald. – Cumprimentou, sereno.

Nate: Luke, esta é Clair de Lune, minha noiva. – Apresentou, a voz transbordando orgulho – Claire, este é Luke. Nosso mordomo. – Concluiu.

Luke: É um prazer conhecê-la, senhora Archibald. – Clair ergueu as sobrancelhas e Nate sorriu de canto, satisfeito.

Clair: Só "Clair" já está ótimo. É um prazer conhecê-lo, também. – Aceitou, sorrindo.

Nate: E os outros? – Perguntou, tranquilo.

Luke: Se aprontando para o café da manhã. – Nate assentiu.

Nate: Ótimo. Peça que retirem nossa mala do carro e levem pro nosso quarto, por favor. – Pediu, entregando a chave – E avise que chegamos. Vou estar com Clair na sala de jantar em um instante.

Luke: Com licença. – Os dois assentiram.

Clair: Como você é mandão, doutor Archibald. – Comentou, abraçando-o. Nate sorriu, com uma careta, os dois cambaleando pelo corredor de entrada.

Nate: Prefiro "organizado". – Comentou, e ela riu de leve, mordendo o queixo dele.

Clair: Mandão. – Insistiu – Aqui, e no seu escritório também. É "doutor Archibald" pra cá, "doutor Archibald" pra lá... – Os dois continuavam cambaleando, abraçados pela cintura – Sabe, eu acho que vou começar a te chamar assim também. – Considerou, divertida.

Nate: Ah, vai? – Perguntou, divertido, e ela assentiu – Eu tenho lembranças excelentes do dia em que você foi ao meu escritório. Na minha mesa, mais especificamente. – Lembrou, passando o nariz pela maxilar dela – Podíamos voltar quando você quiser, e ai você experimenta me chamar de "doutor Archibald". Vai ser excelente. – Propôs, a voz carregada de segundas intenções, e ela gargalhou.