Capítulo 70

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Anahí teve uma recuperação mais delicada e mais dolorida que no parto de Blair, sendo que ela rejeitava ao máximo receber analgésicos (depois do susto no parto, não estava arriscando) e de certa forma um tanto mais frustrante também. O pequeno Hero passou mais de um mês dentro da incubadora, se fortalecendo, sobre os olhos ansiosos dos pais, que não puderam pegá-lo no colo tão cedo quanto gostariam. Alfonso apoiou Anahí o tempo inteiro.


A parte mais difícil foi quando ela recebeu alta, mas o bebê não, e isso ocorreu após uma semana do parto. O médico insistiu que ela precisava sair do hospital, a nível de evitar contrair uma infecção, mas Anahí se desesperou com a perspectiva de ir embora e não levar o bebê.


Alfonso: Ei. Você confia em mim? – Ela o olhou, atordoada.


Anahí: Sim, mas... – Ele negou com o rosto, um tanto abaixado.


Alfonso: Eu vou ficar aqui. Vou ficar com nosso bebê. Ele não vai se sentir só nem um minuto. – Anahí olhou a incubadora, os olhos cheios d'agua – Mas eu preciso que você vá pra casa agora, e se cure também. Por ele, por Blair, por todos nós. Somos uma família, funcionamos assim, não? Por favor.


E ela foi. Madison foi com ela, ajudando com a recuperação literalmente como uma mãe. Alfonso ficou, ninando o sono do filho. Blair alegrou muito Anahí, vendo a mãe tristonha, mas sempre que passava ela via a porta fechada do quarto do menino e sentia que havia falhado com ele de alguma forma. Se cuidou e tratou de melhorar, não tendo complicações no pós-parto. Alfonso cumpriu sua palavra, ficando com o filho, e fazia chamadas de vídeo o tempo inteiro, mesmo não tendo muito o que mostrar: Queria que ela se sentisse presente.


Mas, como acontece com tudo, o tempo colocou as coisas no lugar. Anahí tirou os pontos e pôde ficar mais presente, e o menino foi se fortalecendo aos poucos, ao ponto de ir precisando menos e menos de aparelhos. Até o dia maravilhoso em que recebeu alta da incubadora, indo pra um berço normal, usando só uma fralda descartável.


Alfonso: Calma. – Disse, contendo-a pelo ombro, mas ele mesmo parecia alterado. – Oh, olhe só ele!


Anahí: Oi, meu amor! – Disse, sorrindo. O bebê se esticou na caminha, os olhos verdes serenos.


Alfonso: O médico disse que vão observar ele por alguns dias, mas ele está bem. – Disse, carinhoso – E ai podemos levar ele pra casa.


E puderam. O bebê foi recebido com festa, e Anahí finalmente pode dar de mamar ao bebê. O menino era como uma cópia da irmã, de olhos verdes e cabelos escuros, e Blair o adorou, mimando-o de tudo. Ele observava a casa e as novidades com os olhinhos atentos, parecendo se interessar por detalhes mínimos, como o vai e vem das pessoas, ou a palmeira na varanda balançando. Trouxe de volta a paz que havia sido roubada daquela casa meses atrás, e a harmonia se instalou de forma permanente.


- Cheguei! – Anahí tinha o bebê deitado sobre a barriga, e Blair estava na cama, contando pro irmão sobre a escola.


Blair: Ei, é o papai! – Apontou, animada. Anahí sorriu, acariciando o cabelinho do filho, que balançava as perninhas no ar.

Ainda Sou EuOnde histórias criam vida. Descubra agora