Ainda Sou Eu

Capítulo 50

Candice: Anahí, eu sei que você foi de ajuda, e muita ajuda, aqueles dias de briga passaram e eu sou grata. – Disse, ao passarem pela porta. Estava mortalmente pálida, as mãos nos ombros das filhas – Mas se isso for algum tipo de truque...

Anahí: Eu jamais brincaria com isso. Entrem. – Ofereceu. Candice hesitou, mas aceitou.

As duas passaram pelo biombo, dando para a sala de entrada. Os olhos pestanejaram por um momento, mas focalizaram na cadeira de rodas do outro lado da sala, onde Joseph estava sentado. Ele hesitou, os olhos verdes focalizando a filha, e Amabella pareceu vacilar, sendo sustentada de pé pela mãe. Havia se recuperado do trauma emocional, com muita ajuda profissional e apoio da mãe, mas aquilo era outra coisa. Não era possível. Não tinha como ser, mas...

Amabella: Papai? – Perguntou, tremula, e ele sorriu de canto, os olhos cheios d'agua.

Joseph: Bella... Bella, meu Deus, olhe só você. – Murmurou, olhando-a. Ontem era só uma adolescente cheia de ideias sobre o mundo, mas era uma mulher agora. Ela atravessou a sala, se ajoelhando na frente da cadeira e abraçando-o. Ele a abraçou com o máximo de força que conseguiu reunir, duas lagrimas pesadas caindo no rosto, e Anahí observou, se abraçando – Que mulher linda você se tornou, meu amor. – Murmurou.

Candice: Como isso pode ser possível? – Perguntou, mortificada.

Anahí: É uma longa história. Longa e inacreditável. – Joseph e Amabella não pareciam notar o mundo ao redor.

Amabella: Eu senti tanto sua falta, pai. Senti muito. – Murmurou, agarrada a ele como uma garota, e ele beijou o cabelo dela.

Joseph: Me desculpe, querida. – Ela o olhou, e ele passou a mão tremula pelo cabelo dela – Olhe só você. Deus do céu. – Ela riu de leve e ele sorriu de canto. Havia perdido 5 anos da vida da filha, e a dor disso era aguda, mas não a deixaria sofrer ainda mais pela dor da perda dele.

Levou algum tempo pra conseguir soltar os dois, pro choro abrandar. Amabella se sentou na poltrona de Anahí, agarrada ao braço do pai, como se tivesse medo de caso o contato físico fosse suspenso, ele fosse sumir outra vez. Anahí deu espaço, deixando-os se acomodar, sorrindo como o modo deslumbrado como ele olhava a filha, parecendo querer captar cada alteração que o tempo fizera, os olhos verdes sempre brilhantes demais.

Candice: Hey, Joey. – Disse, o nariz vermelho pelo choro preso. Ele a olhou.

Joseph: Hey, Candie. – Respondeu. Ela riu de leve entre o choro por estarem usando os apelidos que usavam quando adolescentes e se inclinou, abraçando-o com cuidado.

Candice: Deus, eu estou tão feliz por vê-lo. Tão feliz. – Murmurou, e ele sorriu – Você está tremendo. Está passando mal? – Perguntou, alerta.

Joseph: Não. Estou assim desde que acordei. Vai passar com o tempo, eles dizem. – Candice se sentou no sofá perto dele, o cenho franzido.

Candice: Acordou? – Perguntou, confusa.

Joseph: É uma história exaustiva. Eu vou contar. Eu só... - Ele olhou de volta pra filha – Meu Deus, você cresceu tanto! – Amabella fez uma caretinha e ele riu. – Me fale sobre a sua vida, amor. – Pediu, ansioso.

Amabella: Eu estou na faculdade agora, papai. – Ele ergueu as sobrancelhas, parecendo fascinado – Eu fui aceita em Georgetown. – Contou, o rosto vermelho pelo sorriso.

Candice: O curso que ela queria, e não precisou sair da cidade. – Resumiu – Vamos ter uma Geóloga na família. – Joseph sorriu, orgulhoso.