Capítulo 22

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Ele ainda achava estranho o modo como via aquela casa agora. Crescera naquela mansão, correndo naqueles jardins, fora feliz ali, mas agora, enquanto subia as escadas, só o que sentia era apatia. Ainda assim, visitas periódicas se faziam necessárias.


- Bom dia, senhor Archibald. – Nate respondeu, respirando fundo ao olhar antessala da mansão. Tinha uma pasta na mão, a chave do carro na outra.


Nate: Bom dia, Luke. – Respondeu, entrando. O atual mordomo tinha cerca de 40 anos, pro desgosto da mãe era branco e pro divertimento de Nate lhe lembrava muito Alfred, o mordomo de Bruce Wayne, com seus cabelos brancos precoces. Ainda assim, foi o que melhor se destacou no processo seletivo.


Luke: Aceita algo? Um café? Não o estávamos esperando. – Admitiu.


Nate: Não, estou bem. Obrigado. Como vão as coisas aqui? – O mordomo assentiu. Quando Nate se avisava, havia um relatório impresso e organizado. Ele ia lá sempre no final do mês, verificar as folhas de ponto, e os relatórios existiam, mas como chegara de surpresa o mordomo fora pego de mãos vazias.


Luke: A senhora Archibald tentou... – Ele hesitou.


Nate: Tudo bem, pode falar. – Autorizou, avaliando o estado da casa.


Luke: Comprar, duas funcionárias, senhor. De novo. – Nate revirou os olhos – Para serem uma espécie de "camareiras" ou "espiãs" suas, não conseguimos entender direito. Conforme o senhor nos instruiu, elas aceitaram o dinheiro, porém não fizeram o serviço. O montante está na sua gaveta no escritório. – Nate assentiu.


Nate: Algo mais? – Perguntou, parando no meio do corredor.


Luke: Um funcionário nosso tem se comportado de forma... Estranha. – Nate observou – Não tem seguido a linha de trabalho, sempre muito calado, e sempre opta por atender a senhora Archibald. Quando eu o questionei, ele disse que "deve satisfações apenas à senhora desta casa". – Entregou.


Nate: Ele aceitou a oferta. – Concluiu – Está na mansão neste momento?


Luke: Sim, senhor. – Confirmou.


Nate: Chame-o e mande me esperar no escritório. – Uma demissão e ele não havia passado do rol – Preciso falar com você antes de ir também.


Luke: Sim, senhor. – Repetiu.


Nate: Onde está minha mãe? – Perguntou, por fim.


O quarto seguia nos mesmos padrões vitorianos de sempre, exalando um luxo que não se via necessário, até pra quem tinha uma vida luxuosa. Tudo em mogno escuro, conjuntos de cama com rendas, tudo exalando elitismo. Nate bateu na porta, se anunciando, e foi mandado entrar. Elise estava em uma poltrona, as pernas repousadas tranquilamente, os cabelos perfeitamente alinhados em ondas, usando um conjuntinho verde agua. Tomava chá.


Nate: Bom dia, mãe. – Ela repousou a xicara, olhando-o.


Ainda Sou EuOnde histórias criam vida. Descubra agora