Ok, eu vou entrar nesse jogo.
Certo, Frank estava me provocando e rindo da minha cara sempre que podia, e nesse momento um pouco depois da última fala que fez, estou rindo.
No meu quarto, escutando Frank correr escada a baixo, já pude perceber algumas coisas batendo no primeiro andar.
"Me experimentar?"
Isso é realmente engraçado, pelo menos na minha visão. Nunca fui totalmente aberto sobre a minha sexualidade, Mikey provavelmente abriu a boca e falou pro garoto, mas o que fazer? Não vejo ele desde ontem, não tenho o que pensar.
- GERARD? - Escutei Frank gritar. - VOCÊ É ALÉRGICO A ALHO?
- Que? - Perguntei pra mim mesmo, rindo baixo. - NÃO, POR QUE SERIA?
- MIKEY CITOU ALGUÉM QUE ERA, SÓ NÃO LEMBRO QUEM E NÃO QUERIA ARRISCAR. - Enquanto ele gritava, desci as escadas de madeira silenciosamente, encotrando o menor de costas cortando alguma coisa. - MAS VOCÊ GOSTA DE ALHO, NÉ?
- Pare de gritar, já estou perto o suficiente. - Falei um pouco atrás dele, o assustando. - O que vai fazer? Quem deixou mexer em tudo isso? - Perguntei ja vendo toda a bagunça.
- Provavelmente Mikey, a casa não é dele?
- Não! A casa não é dele!
- Então... Gerard. - Ele disse lentamente, virando seu corpo. - Eu posso fazer uma janta pra você? - Quando Frank perguntou encarou meu corpo de cima a baixo, mordendo o lábio.
- Tanto faz. - Dei de ombros, dando a volta para abrir a porta de entrada. - Se não queimar a minha casa, tudo bem. - Quando cheguei na varando, deixando a porta escancarada, alcancei a carteira de cigarros.
- Merda! - Escutei Frank xingar. - Esqueci da carne, como? - Não achei meu isqueiro, mas escutei o fogão ligando, entrei novamente e me direcionei até o eletrodoméstico. - Ei!
- Relaxa, baixinho. Só vou acender o cigarro. - Vi que atrapalhei o mesmo, que colocava uma grande panela com água para esquentar.
- Não era você que queria manter a casa longe do fogo? - Já aceso, levei até meus lábios tragando lentamente, observando Frank. - Me escutou? - Antes de sair, soltei a fumaça em seu rosto.
- Sim... Mas isso serve pra você, tenho certeza que sou bem mais responsável.
- Vai se fuder!
- Olha a boca! Crianças do seu tamanho não podem falar palavrão.
- Que maduro, piada com altura?
- Você nem imagina o quanto é engraçado. - Falei antes de atravessar a porta, me direcionando para a churrasqueira. - Quando estiver pronto, me chame. - Disse alto.
- Pode deixar que não vou!
Assim que escutei o garoto gritar, já descia a pequena escada de pedras que levava até o lugar. As luzes estavam desligadas, mas logo resolvi isso. Quando abri as portas de vidro, noitei uma case em cima da mesa.
- O que é isso? - Fechei a porta e alcancei o instrumento. Era uma guitarra. E extremamente nova. Quando encontrei o preço caído no chão, arregalei minimamente meus olhos. Isso só podia ser do Frank, mas quem gastaria tanto sendo que está usando uma casa de favor?
Além do mais, eu não entendo tão bem de guitarras, mas pela sua cor e detalhes, puta que o pariu! Ela é linda. O instrumento era branco, com a algumas letras escrito "Pansy" com certos brilhos, o que dava um charme a mais. Digo, mesmo que eu não conheça o Frank, é a cara dele.
Passei os dedos levemente nas cordas e deixei um sorriso escapar, tudo que envolvia música me deixava bem, era quase uma paz interna. Quando percebi, fechei a cara de novo, imagina se Frank me encontra desse jeito? Arranjaria mais motivos para me incomodar!
Depois de longos segundos, deixei uma risada baixa escapar e andei até um piano que existia ali. Não era nada tão caro ou "uau" mas rendeu boas noites tocando ou tentando criar alguma coisa. Como agora. Fazia algum tempo em que algumas palavras e frases soltas corriam pela minha cabeça e eu anotava, nunca terminava de encaixar ou nunca ficava bom, o que particularmente estava me deixando bem bravo.
Alcancei um caderninho velho que sempre anotava as coisas, desenhava e etc. Li as frases repetidas vezes, dando quase um branco em outros pensamentos.
- Por que nada vem? "I hope you are ready for a firefight.'Cause the devil's got your number tonight" só isso? Pensa, pensa, pensa. "I will tell you all how the story ends" - Essas eram as únicas frases escritas e estava perdendo a paciência. - Até que escutei alguns barulhos e a porta abrindo. Nem virei para trás, pois o estrondo e o gemido de dor que se seguiu deixou claro quem era.
- Filho da puta! Por que que essa mesa fica tão perto da porta? E por que minha guitarra ta desse jeito? - Sua voz queria parecer brava, mas estava mais do que curioso.
- Um olá ou com licença as vezes é bom.
- Ah pare, você só estava tendo um surto de raiva silenciosamente, não atrapalhei. Além do mais, não vai ter janta nenhuma. - Agora sim ele estava bravo. - Mas que merda! Eu não sei me achar na tua cozinha, quase quebrei um copo, derrubei tempero no meu corpo inteiro, vai se fuder! Parece que não quer que toquem em nada.
- Frank! Do que exatamente você ta reclamando? - Perguntei quase rindo.
- Ta bom, ta bom, eu me queimei quando fui ligar o fogão, dai quando corri pra colocar embaixo da água corrente, a única carne que tinha, TORROU!
- Era isso? - Quando ele terminou, eu já estava rindo. Era até engraçado ver o garoto irritado.
- Não! Por que mexeu na minha guitarra? Acabei de comprar, e se estragasse?
- Era bem isso que eu queria perguntar, por que continua aqui se tem toda essa grana? - Quando terminei de falar, vi sua respiração vacilar e seu rosto corar. Frank até tentou falar, mas gaguejou. - Eai, Frank?
- Por que Mikey pediu, simples. - Assim, ele rodou os calcanhares e saiu da churrasqueira, automaticamente o segui, continuando a falar.
- Ele nem mora aqui, e por que ele pediria uma coisa dessas? - Quando vi Frank quase tropeçar enquanto subia as escadas, alcancei o menor rápido até demais. - Quer me responder? - Ele já estava parado e apenas toquei em seu braço, puxando levemente para que virasse.
- Porque você precisa transar! E MIKEY NÃO AGUENTA MAIS ISSO! Como ele sabe que sou gay, e você é gay, eu sou extremamente bonito, e você é muito gostoso, a cabeça dele imaginou coisas que você já sabe a resposta. E porque a casa daquele viciado que eu estava não é tão agradável assim. - Seus olhos semi-serrados entregaram meu rosto corado e o último sorriso que deu antes de entrar na casa, me enlouqueceu.
- VOCÊ VAI DORMIR NO SOFÁ! - Gritei escutando seus tênis quase quebrando os degraus das escadas.
- SE DUVIDAR, DURMO NA SUA CAMA, AGARRADINHO COM VOCÊ.
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NOVEMBER RAIN - FRERARD
FanfictionVocê disse que deveríamos sair, embora ainda pudéssemos. E eu deveria ter ouvido, mas eu entendi mal. Então quando a polícia arrombou a nossa porta e nos segurou contra o nosso chão, parecíamos amantes ou parceiros no crime?