G10

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- MIKEY?!

Eu estaria mentindo se dissesse que meu corpo não parou agarrado com o de Frank aquela hora. DESDE QUANDO ESSE MAGRELO TAVA AQUI DENTRO? E POR QUE BEM NESSA HORA?

Quando gritei seu nome, minhas mãos continuaram na bunda de Frank, seu quadril perfeitamente encaixado no meu e suas mãos agarradas no meu pescoço.

- Gerard? - A voz do meu irmão ecoou mais uma vez, e quando encontrei aqueles olhos arregalados, as mãos levantadas na frente do corpo e seu olhar vendo cada parte daquela posição. Eu não conseguia me mexer, nem queria, mas não ajudava nem um pouco na situação.

Porra, meu irmão sabia da minha sexualidade, mas me pegar em uma situação dessas é diferente.

- O que vocês estavam fazendo? - Ele perguntou o óbvio e sabendo que Frank estava alto por causa da bebida, só escutei sua risada contra minha pele e sua voz alta.

- PORRA! É que eu resolvi pentear o cabelo do Gerard com os meus próprios dedos, dai ele acidentalmente caiu na cama e nossos lábios se encontraram, É ÓBVIO QUE A GENTE TAVA SE PEGANDO NÉ, MIKEY! - Com essa frase, arrastei minhas mãos até a cintura de Frank para que ele diminuísse o tom.

- Olha... Eu não achei que você ia chegar nesse nível Frank, sinceramente. - Não entendi o que ele quis dizer, mas reparei em Frank balançando a cabeça lentamente. - Eu vou sair do quarto, lentamente, esperando que isso seja um sonho. - E assim Mikey fez, fechando a porta junto.

- Como assim, chegar em um nível? - Perguntei baixo, com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Deve ser só o Mikey zoando, acho que duvidava que eu podia te seduzir.

- E quem disse que conseguiu?

- Oh Gerard, eu sei que está caidinho por mim... - Assim, ele selou nossos lábios de novo, por alguns segundos, até levantar e seguir até o banheiro, sem mais nem menos. Ainda com a porta aberta, vi algumas roupas sendo arremessadas, mas sem ter a visão de seu corpo, escutei o chuveiro ligando e o boxe fechando.

Dei um sorriso e me levantei, tirei tudo de cima da cama, reparando em alguns pacotes de bala embaixo do cobertor. Deixei a guitarra de Frank em um canto do quarto e logo saí em direção ao cômodo em que Mikey estava. Nem bati na porta e encontrei o mesmo na cama de cima daquele beliche, olhando para o teto com um telefone fixo entre os braços.

- Eu disse, amor. Você que não escutou, agora está me devendo dez dólares.

- EU DISSE, AMOR? - Gritei zoando com a cara dele, que pulou no colchão.

- MERDA! VOU TER QUE DESLIGAR, TCHAU. - E por fim escutei o baque do telefone com a fonte.

- E VOCÊ ACHA QUE TEM DIREITO DE RECLAMAR SOBRE FRANK?

- AH, NEM VEM. - Ele respondeu sentando e fui até a mala do baixinho. - O que está fazendo?

- Pegando algumas roupas para o Frank, ele foi tomar banho. - Respondi calmo, como se fosse algo super normal

- Nem começaram a transar e já ta dando tudo na mão? Porra em. - Ele disse rindo, mas de um jeito mais sarcástico que o normal.

- Desde quando você ta tão interessado na minha vida? Além do mais, o que você está fazendo aqui?

- Ah, Ray foi viajar e levou a chave, o burro não deixou a reserva e to sem teto, por que meu querido irmão? Atrapalhei alguma coisa?

- Claro que não! Boa noite. - Falei uma última vez levando apenas uma boxer para o quarto, não vou negar que amo quando vejo ele com uma das minhas camisas.

Quando fechei a porta atrás de mim, vi Frank sair do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, seu corpo ainda ainda estava molhado, seus fios estavam secos e percebi estar tempo demais observando ele. Andei mais um pouco e atirei a peça em seu corpo, o baixinho logo pegou e agradeceu com um sorriso.

- Lembra de quando disse que Mikey estava se pegando com Ray?

- Claro... - Falou entrando de novo no banheiro, mas não antes de revirar meu armário e pegar uma camiseta.

- É verdade.

- Mentira!

- Uhum, acabei de entrar ali no quarto e peguei ele falando "amor" e estava morrendo de vergonha também.

- Hum, e ele falou mais alguma coisa? - Seu tom tinha passado de divertido para aquele mesmo sério de hoje mais cedo.

- Não... Por quê?

- Nada. - Respondeu apagando a luz e saindo do banheiro. Quando vi o jeito que se encontrava, puxando a camisa para baixo, sorri e mordi o canto do lábio. - Eu já volto... - Disse ele indo para a porta, que ja estava fechada.

Alcancei o mesmo, trancando qualquer saída, antes que ele pudesse sair.

- Onde vai? - Perguntei provocando.

- Não sei se percebeu, mas você não pegou uma calça. - Seus fios caíram sobre o rosto, o desespero em seu olhar era engraçado, então levei a mão lentamente até a fechadura e tranquei, tirando a chave.

- Não sei do que está falando...

- Gerard.

- O que?

- Abre a porta, essa camiseta não é nenhum pouco comprida.

- Gosto de como ela fica em seu corpo. - Falei saindo e indo até o banheiro. - Gosto de como ela fica em você. - Coloquei a chave em uma prateleira alta que com uma certeza absoluta ele não alcançaria, pelo menos não sem mostrar aquela pele amorenada.

- Gerard, para com isso. - Ele estava no mesmo lugar quando saí fechando a porta do cômodo. Quando comecei a arrumar os cobertores, tirei meus tênis e aquele casaco fino que ainda cobria meu corpo. Dei a volta na cama e tirei a calça, colocando uma de moletom. Ainda de costas para o mesmo, tirei a minha camiseta, mas sem perceber ele arrancou a peça da minha mão e atirou longe.

- Frank!

- Também sei brincar, Gerard. - Virei meu olhar para ele e cruzei os braços.

- Devolve. - Eu sei que seria hipócrita falando ou brigando sobre isso, mas ele estava todo coberto, independente de calça ou não, ele estava.

- Você tem sorte que não peguei a calça... - Dava para perceber que ele tinha um sorriso em seu rosto e isso me provocava cada vez mais.

- Idiota! - Respondi quando vi seu corpo arrastando até minha cama, depois que o mesmo apagou a luz.

- Gee... - Então quando deitei do seu lado, seus braços me fecharam, e senti sua mão indo até minha nuca.

Eu queria sair, queria simplesmente deitar e dormir, como uma punição por isso, mas não conseguia me desprender de seus olhos. E com um último selar, provavelmente vários seguidos, puxando cada vez mais os fios que seus dedos encontravam, ficamos ali. Vi seu sorriso e logo seu corpo, se aninhando do meu lado, aproximando-se até mais do que deveria. Senti uma de suas mãos no meu rosto novamente, mas ele apenas passava a ponta dos dedos pela minha bochecha.

- Boa noite Frank...

- Boa noite Gee.. - Com as suas últimas palavras, ele moveu seu corpo um pouco mais e sumiu com qualquer espaço entre nós, encostando a cabeça em meu peito. Até que senti sua voz rebater contra o mesmo novamente. - Gerard?

- Hum? - Levei um dos braços por cima do mesmo, chegando com a minha mão em seus cabelos, brincando com alguns fios.

- Tudo que eu disse, desde que entrei aqui, eu estava falando sério... Você é lindo!

- Durma, Frank!

NOVEMBER RAIN - FRERARDOnde histórias criam vida. Descubra agora