G28

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Quando cheguei na "casa" do meu pai, estava com um diálogo pronto na cabeça. Seria um fim em tudo. Claro que ele ainda culpa Frank pela maioria das coisas, mas agora, mais do que nunca, era uma decisão minha. Eu não podia mais enrolar, e demorei para perceber isso. Deixei ir longe demais, que nem nas outras vezes que fiquei aqui. Independente, agora eu tinha mais de mil motivos para largar tudo.

- Oi pai. - Quando entrei, ele estava verificando umas papeladas e parecia extremamente bravo, mas sua expressão baixou assim que me viu.

- Oi Gerard.

- Aconteceu alguma coisa? Robert de novo? - Falei andando até o sofá, me sentando no mesmo.

- Sempre é, mas não é assunto para resolver agora. É uma surpresa ter conseguido sair do cativeiro, garoto. - Pois é, depois que o Frank só meteu o pé, meu pai parou de confiar qualquer coisa nele. Descobri que até sua entrada ele tinha proibido. Mesmo eu achando bem dramático da parte dele, acabava entendendo. Ele ficou com medo de que Frank simplesmente vazasse tudo, falasse com Robert, sei lá, coisas ridículas e que com certeza ele não seria capaz de fazer.

- Não fale assim dele, não tem necessidade.

- Desculpe. - Vi o maior levantando-se e se sentando ao meu lado. - O que veio fazer aqui? Não me diga que o garoto está arrependido.

- Não, não é nada disso, digo, também. Mas queria conversar sobre mim. - Sua cara acabou recebendo uma expressão confusa, como desconfiava, ele acabou levantando-se e indo atrás de um copo de bebida, que acabou me oferecendo, mas recusei. - Sabe pai, eu não acho que tenha necessidade de fazer alguma coisa aqui. Não tem o que entende? - Temi pela sua reação, mas quando menos se espera, Donald vem como um raio e te surpreende.

- Ah, Gerard, é impressionante como você sempre segue minha linha de pensamento sem que eu fale nada. - Agora um sorriso quase de orelha a orelha cobria seu rosto.

- Como?

- Andei falando com o Mikey nesses últimos meses e até dias, mas você sabe como seu irmão é, sempre foi fraco e desistindo fácil. Até mesmo Ray fazia um trabalho melhor.

- O que? Como assim?

- Michael não aceitou quando eu pedi, disse que está feliz com aquele trabalho sem graça e o namorado, então deixei baixo. Um dos motivos para as ligações sem parar era esse.

- Pai, não estou entendendo, do que você está falando?

- Ué, simples! Você vai trabalhar em outra cidade agora. Sair desse fim de mundo e me ajudar lá fora! - Minha cabeça parou na mesma hora, minha garganta fechou. Eu sabia que se não falasse "não" de uma vez, ele me prenderia de novo. Ah, Mikey não sabe a sorte que tem. Foi nesse momento que a porta da sala foi aberta e um corpo pequeno muito bem conhecido entrou.

- Frank? - Minha voz saiu quase falha, mas junto com a do meu pai.

- Oi... - Ele disse, parecia nervoso. Definitivamente, não era uma boa hora para ele aparecer.

- Resolveu aparecer garoto? Por onde andou? Digo, onde se escondeu? - Escutei meu pai, pude sentir o ódio de Frank.

- Eu não preciso me esconder de você, achei que soubesse disso.

- O que está fazendo aqui, Frankie? - Acabei levantando, e vi o garoto vindo na minha direção, enquanto meu pai levantava e ia até sua mesa. Recebi um silencio estranho do menor.

- Além disso, quem te deixou entrar?

- Talvez seu segurança tenha o mínimo de educação.

- Escu- Meu corpo em questão de segundos acabou encolhendo, um estrondo alto no portão do lugar nos assustou. Parecia uma explosão, e alguns gritos me fizeram recuar mais ainda.

NOVEMBER RAIN - FRERARDOnde histórias criam vida. Descubra agora