G8

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Por que ele está demorando tanto?

Ok, essa merda me deixou MUITO assustado.

Desde que Frank chegou e conversou comigo, nunca deu aparentar que usava algum tipo de droga. E quando encontrei o mesmo na cama todo frágil, meu coração pode ter aquecido um pouco. Pensei em deixar o mesmo cuidar disso sozinho, mas entendi que era o final de uma crise de abstinência e não era a melhor opção de todas.

Então eu ajudei.

Nesse momento estava na cozinha tentando fazer alguma coisa para o mesmo, não sei desde quando ele não come e não posso arriscar né?

Ah merda, o que eu estou fazendo? Me preocupando todo, a troco de quê?

Mas é como Mikey disse, não posso deixar o garoto jogado na rua, né? Mesmo ele tomando banho no meu banheiro, usando as minhas roupas e se apossando aos poucos da minha casa.

ENFIM.

Fazia alguns bons minutos que o chuveiro tinha desligado e ele não descia, ok, deve estar tudo bem. Espera só mais um pouco, tipo uns três minutos, depois você sobe.

Ok.

1, 2, 3, 4, 5...

- Ok, chega. Frank? - Falei um pouco mais alto já na metade das escadas.

Quando tive a visão do meu quarto, a porta estava aberta e a toalha estava no chão. Não vi ele e pensei estar no banheiro. Me aproximei e quando cheguei na porta, não sei dizer, não sei o que pode significar, mas foi a visão mais fofa que alguém pode ter.

Totalmente o contrário do que pensei, Frank estava enfiado embaixo dos cobertores brancos que cobriam a cama, que por acaso era grande demais para ele. Apenas sua cabeça aparecia, no meio de dois travesseiros. Ele não tinha me visto, mas suas maçãs do rosto estavam com um tom avermelhado e as mãos chegaram até a ponta do cobertor, apertando o tecido com os dedos.

Seu olhar finalmente me encontrou, eu estava apoiado na vista da porta, provavelmente com um sorriso no rosto. Assim que me encarou, seu rosto ficou ainda mais vermelho e seus cabelos bagunçados deixavam isso cada vez mais... Fofo.

Seu corpo se arrastou um pouco mais, cobrindo até metade do seu rosto, deixando apenas os olhos a vista. Pude perceber que ele estampava um sorriso por baixo daquele tecido e balancei a cabeça.

- O que pensa que está fazendo? - Falei, fingindo um tom irritado.

- Ué, estou deitado. Sua cama é muito confortável, MUITO. - Sua voz saiu um pouco abafada e me aproximei, sentando na ponta do colchão.

- Ok, ok, está com fome? Por que já vou avisando, não sou um bom cozinheiro e posso acabar te matando. - E ele riu. Deu aquela risada animada e sem graça de quando achava que estava atrapalhando, puta merda porque você foi rir, Frank?

- Eu estou bem, valeu. - Ele tirou o cobertor do rosto e continuou. - O que vai fazer hoje?

- Provavelmente nada... - Quando perguntou, lembrei de alguns remédio que tinha dentro do criado mudo do lado da cama, me arrastei pelo cobertor e abri a gaveta. - Aqui, remédios.

- Nossa, obrigado. - Ainda tinha um pouco de água dentro de uma garrafa que sempre estava ali e eu dei para o mesmo, que logo tomou.

- Gerard? - Ele me chamou baixo, receoso com alguma coisa. - É... Me desculpa, por isso. Você não tem responsabilidade nenhuma sobre mim e eu não tenho direito de ficar te dando trabalho...

- Frank, está tudo bem. Relaxa. Podemos conversar isso outra hora, não fica assim.

- Não vai me expulsar, vai? - Seu olhar era preocupado e me aproveitei da situação.

NOVEMBER RAIN - FRERARDOnde histórias criam vida. Descubra agora