Não foi uma decisão fácil.
Eu precisei pensar e me debater que nem um louco para sair como devia ser, mas ao mesmo tempo, não era para acontecer assim.
Eu escutei minha vida inteira que não custava tentar, mas isso traria muitas consequências. E é disso que eu tenho medo. Foi no chuveiro de Gerard, logo após um dia inteiro capotando na cama, que eu decidi. Eu entraria pra isso, ficaria do lado de quem me apoiou e ao mesmo tempo, até ajudaria na casa com a grana que eu ganhasse.
A questão principal era com o que eu ia trabalhar. Porque definitivamente, a última coisa que eu queria, era cometer algum crime (Além do que vender drogas é claro). Ter uma arma também não me agrada muito. Mas bem, agora não tinha como escapar, né? Porque eu estava na garupa da moto de Gerard, estacionando na frente de onde o pai dele e o resto das pessoas trabalhavam.
Eu estava perdido. Completamente perdido.
- Hey, Frank? Tudo certo? Ta mais branco que um fantasma. - Gerard disse já em pé do meu lado, arrumando o capacete contra o banco e me ajudando a sair.
- Tudo... Sei lá, meio nervoso, sabe como é. - Brinquei ainda estático.
- Relaxa, aqui é de boa, só alguns caras pra se preocupar, mas se você estiver comigo eles não chegam perto. - Ele disse calmo enquanto se aproximava e levava sua mão até meu rosto.
- E se o seu pai não me quiser ai? Ou se eu estragar tudo?
- Frank! Para de ser paranoico! - Gerard soltou uma risada entre os dentes e comecei a sair de sua moto. - Ele mesmo me pediu para te trazer, e você não vai estragar tudo relaxa. - Então com aquele charme todo de como quando o vi pela primeira vez, Gerard juntou nossas mãos e começou a andar em direção a um portão meio enferrujado e velho, batendo três vezes forte para que abrissem.
Um cara alto e forte pareceu identificar o Way mais velho e logo nos deu passagem, dando um oi rápido e falando que era bom vê-lo novamente. Então depois disso foi tudo muito rápido na minha visão. Amigos diferentes de Gerard apareciam de todos os cantos apenas para um abraço apertado e uma fala de saudades, cumprimentos simples, vendedores em alguns cantos, drogas por toda parte. Era como nos velhos tempos, mas diferente. Realmente, era muito diferente.
- HEY ANÃO! - Escutei uma voz mais grave gritando em nossa direção e logo me assustei por pensar que estava falando comigo, mas acabei vendo o homem abraçar Gerard com força ao meu lado. - FICOU LOUCO?? DESDE QUANDO VOCÊ VOLTOU E NINGUÉM ME AVISOU?
- Ah, você sabe Andy, eu só aceitei por causa do velhote. - Gee respondeu rindo e logo me olhando. - Esse é o Frank. Frank, esse é o tão famoso Andy! - Os dois riram e eu o cumprimentei tímido.
- Aumentando o trabalho? O que ele vai fazer? - Andy perguntou.
- Ainda estamos vendo, nada definido. Mas pelo menos estou de volta e agora pra ficar.
- Como nos velhos tempos! Vou limpar suas armas, já que estão criando teias de aranha depois de tanto tempo, depois te entrego. Bom, vou ter que ir, depois a gente se fala. - Então o mais alto deu dois tapas nas costas do Gerard e correu para o outro lado do lugar.
Era uma espaço grande, com vários espaços diferentes, pareciam mais quartos em alguns lugares. Era céu-aberto em boas partes e o chão era completo por pequenas pedrinhas cinzas. Era até bem bonito.
- Armas? - Perguntei rindo, enquanto íamos até um lugar mais afastado que era guardado por dois caras enormes.
- Ah, o Andy tava brincando, nem se importe com isso. Bom, vamos falar com o meu pai e finalmente te apresentar, certo?
- Ok... Certo.
- O que acha de irmos comer depois daqui? Tem aquele restaurante lembra?
- Eu acho uma boa. - Assim que respondi, começamos a subir um pequeno jogo de escadas para chegar até os homens, que não fizeram muito para impedir nossa passagem, por causa de Gerard. Depois que entramos, dei de cara com uma sala bonita, espaçosa, mas boa parte coberta por fumaça. Também vi vários copos e garrafas de diferentes bebidas. Nessa altura não estava mais com as mãos juntas com as de Gerard, mas isso facilitou um pouco, porque as minhas suavam como nunca.
- Filhão! - Uma voz grossa e rouca, sorridente principalmente, me pegou de surpresa e assim que encontrei de onde ela vinha, meus olhos viram Mikey e Ray sentados em um extenso sofá que existia ali. Assim como um homem mais velho com um cigarro entre os dedos.
- Oi pai, esse é o Frank.
- Ah! Achei que não ia trazer ele hoje! - Assim que o homem terminou a frase, ele levantou do sofá e andou até mim, apertando minha mão e falando que era um prazer me conhecer. - Acho incrível Gerard ter arranjado um namorado bonito dessa vez, espero que não seja um filha da puta quanto o outro. - Ele disse um pouco mais baixo e resmungando assim que Gee reclamou. - Saiba que "Robert" nunca é um bom nome. - Ele disse quase sussurrando e rindo, me levando junto de Mikey e Ray, já me oferecendo um copo de bebida, que acabei recusando.
- Eai, Fronks? - Mikey disse. - Foi difícil te trazer em teimoso! Agora ta todo mundo aqui. - O garoto sorriu ainda mais.
- Uma hora ou outra ia acontecer... - Assumi.
- E então? Vamos começar os trabalhos! - Donald disse animado, tomando um gole de sua bebida. Assim que eu e Gerard nos acomodamos no sofá perto de Ray e Mikey, ele começou a falar e contar como tudo iria acontecer. Eu pensei que estava tudo bem, seria mais levar as encomendas para certos lugares e nem sempre precisaria, faríamos apenas o "trabalho difícil".
Não sei quando comecei a beber, mas quando fomos embora, estávamos completamente bêbados. Tirando Ray e Mikey, que fizeram questão de chamar um carro para nos levar de volta.
Finalmente o assunto estava resolvido. E nesse momento, eu e Gerard estávamos lutando pra subir as escadas sem rir ou cair, mas era felicidade que nos preenchia. E não só pela bebida, mas por tudo que resolvemos e passamos. E tudo ficaria bem a partir de agora. Pelo menos eu acho.
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NOVEMBER RAIN - FRERARD
FanfictionVocê disse que deveríamos sair, embora ainda pudéssemos. E eu deveria ter ouvido, mas eu entendi mal. Então quando a polícia arrombou a nossa porta e nos segurou contra o nosso chão, parecíamos amantes ou parceiros no crime?