G17

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Puta merda...

- Ok, isso é muito constrangedor eu vou ficar quieto, quer conversar com ele sozinho Gerard? - Mikey disse tudo pausadamente descendo com Ray daquele beliche de madeira.

- Mikey, desliga, agora! - Antes que eu pudesse falar ou me mexer, meu irmão já tinha colocado o telefone na minha mão, escutei a voz de Frank novamente e sinceramente? Não conseguia sair do lugar.

- Mikeyy? Olha, eu ligo depois, sério!

- NÃO! - Gritei sem pensar. - Espera, não desliga eu já falo com você. - Continuei falando rápido e vi meu irmão me observando, Ray disse com o olhar que eu podia avançar nele e foi o que eu fiz. Andei até o magrelo e ele sem saída aproveitei para dar tapas no garoto.

- AHH, GERARD! PARA COM ISSO! TE FIZ UM FAVOR! - Sem perceber ele passou por baixo das minhas pernas e desceu as escadas correndo. - RAY, VEM LOGO.

- Fala com ele direito Gee, não seja grosso, você sabe que não quer isso. - Escutei a voz de meu amigo e sua mão indo de encontro com meu ombro. E é claro que eu não queria ser grosso, maldoso ou qualquer coisa do tipo, porque eu ainda sentia muito pelo Frank e sem dúvidas não aguentava mais ficar sem falar com ele.

Virei lentamente e observei o telefone pendurado pelo fio, podia escutar uns resmungos, ok, é agora ou nunca, né?

Ok.

- Alô?

- O-oi Gerard. - Escutei sua voz trêmula e pensei em todas as vezes do porquê eu perdi tempo e não liguei para ele. - E-e-ntão, eu ia falar com o Michael, mas como ele te passou e enfim. Eu queria saber se você está bem. - Quando terminou todas aquelas frases emboladas, suspirou aliviado e prendeu a respiração em seguida.

- E-eu estou sim, Frank. E você? - Merda! Eu guaguejei.

- Queria poder dizer o mes-- - Foi quando escutei uma voz conhecida gritar pelo nome do baixinho. - FRANK! QUER CARONA? - Você só pode estar brincando.

Brendon Urie.

- Não precisa e fala baixo, te disse que não era pra continuar bebendo, meu deus-- Você tá falando com ele? GERARD! PARA DE CU DOC-- Meu deus, desculpa, eu te ligo mais tarde ou quando conseguir.

- Espera! Onde você está?

Não é como se eu estivesse desesperado para ver Frank de novo, mas eu conheço aquele projeto de problema e sei que ficar com Brendon em seu estado bêbado não é legal.

- No restaurante que jantamos aquele dia-- AI! VOCÊ ME MORDEU? BRENDON!?

- Frank, acho que nós precisamos conversar de verdade. Vem aqui em casa. - E eu não faço ideia de como disse tudo aquilo sem tremer. E se perceber, não era uma pergunta.

- Ok... - Percebi que seu tom baixou e os barulhos atrapalhados de Brendon também. - Eu... Tudo bem, daqui a alguns minutos estou chegando.

Foi quando realmente percebi que alguma coisa estava errada. Aquele dia quando brigamos, não deixei nem por um segundo Frank falar, e nem queria, mas nessas últimas palavras senti o medo do menor.

Provavelmente o receio de algo que estava por vir. Medo de outra rejeição. Não vou negar que eu não estava, era complicado passar alguns dias sem Frank, mas pensar em tudo que ele fez me deixa com um pé para trás. Depois que escutei a ligação encerrar, travei. Eu continuava cheirando a álcool e cigarros, meu cabelo provavelmente do pior estado, e minhas roupas? Não tem como descrever. Pisquei e respirei fundo pelo menos três vezes para não surtar. Parecia que era o meu primeiro encontro novamente. Quando finalmente coloquei o telefone no gancho, andei apressado até meu quarto, encostando a porta atrás.

NOVEMBER RAIN - FRERARDOnde histórias criam vida. Descubra agora