- E então Frank? - Sim, eu estava estático, como sempre.
Ninguém no mundo pode dizer o quanto eu queria responder aquilo. Porque foi o que eu mais esperei desde que provavelmente o vi, só não queria admitir. E tirando sobre tudo que aconteceu. Como eu ia adivinhar um pedido de namoro? Ainda mais depois de uma das melhores transas que eu já tive o prazer de experimentar!?
Óbvio que eu queria gritar um "SIM!", mas obviamente ainda tenho medo... Medo de talvez acordar e Gerard explodir na minha cara falando o quão inútil eu sou, e isso porque acabou descobrindo sobre o meu passado ou coisa do tipo. Não quero correr o risco de perde-lo novamente por um erro bobo. E se eu realmente contasse todos os erros bobos, ficaria horas e horas listando.
Ainda existe uma barreira enorme me impedindo de contar a Gerard sobre tudo que eu precisei ou escolhi passar. Então a minha resposta foi uma cara totalmente perdida, o corpo quase caindo de tanto nervosismo e uns vários "é..." arrastados, enquanto ainda tentava sair do banheiro.
- Frank? - Sua voz parecia afetada e com certeza estava, eu sou um monstro! Já era de se esperar que eu acabasse fazendo isso com ele. E agora que eu respondo? - Eu não queria te assustar...
- O que? Não! Não me assustou, é só que... Sabe Gee... É que... - E eu só tive tempo de fechar os olhos e suspirar pesado. - É complicado.
- Como assim, Frankie? - Escutei sua voz ao longe, enquanto seguia caminho pegando uma toalha e enrolando em sua cintura, voltando e sentando do meu lado, já que eu estava bem acomodado na cama. - Hey...
- Eu não quero que você se arrependa.
- O que? Do que você tá falando? - E ele continuava sorrindo, como se fosse literalmente a coisa mais estúpida que tivesse escutado. - Isso está fora de cogitação, tipo, total.
- Você fala isso, mas continua sem saber de tudo que eu já fiz! E e-eu não tenho nem cu pra tentar te falar! - E ele riu ainda mais, tentando claramente esconder o porquê de tanta graça.
- Olha, eu diria que tem, talvez não depois de hoje, mas né...
- Cala a boca, Gerard! - Respondi agora com um sorriso tentando acertar tapas no mesmo.
- Frankie, você não precisa me contar nada, dramático! Eu não posso te pedir em namoro como naqueles romances ridículos e clichês?
- Normalmente terminam em tragédias.
- Não o nosso! - Ele levantou da cama ainda segurando a toalha, seguindo para o armário que tinha ali, alcançando duas de suas camisetas mais largas, juntos de duas boxers. Jogando ambas peças contra o meu corpo. - Se eu quisesse mesmo saber sobre o que esse seu corpinho pequeno foi capaz de fazer, eu teria te forçado e te colocado contra a parede faz tempo! Se eu não perguntei é porque não estou nem ai. - Enquanto ele falava despreocupado, já tínhamos nos vestido e ele se arrastava de novo para o banheiro, deixando as toalhas molhadas no cômodo.
- Desculpa.
- Se você quiser me contar você conta, se não, não importa. Mas por enquanto eu posso dormir agarrado com o meu possível namorado? Ou vou ter que sofrer com a negação eterna de um anão todo tatuado que habita minha casa?
- Você é um idiota! - Disse jogando meu corpo para trás, contra aquelas cobertas macias, que estavam arrumadas faz tempo, enquanto esperava Gerard. O que me fez lembrar de que Gerard não sairia ileso da situação com o álcool. E o segui com os olhos, enquanto fechava as cortinas mais escuras, impedindo qualquer claridade no quarto. - E você não pense que não estou bravo com você! Me disse que ia voltar cedo e que estava indo conversar, mas foi lá e se entupiu de bebida! - Levantei em um pulo, cruzando os braços e puxando a ponta do edredom, me enfiando embaixo.
- A culpa não foi minha, é só que meu pai estava me pedindo algumas coisas e sabia que apenas com umas doses ele conseguiria me convencer, então a primeira foi por educação, a outra pelos velhos tempos e... A terceira para frente foi comemorando a vitória dele.
- Que vitória?
- Me convencer a voltar para lá... - Então meu corpo congelou por inteiro. Se Gerard estava voltando, significa que alguma coisa estava errada. Mas eu mesmo disse que não queria mais me envolver. - E ele me pediu um outro favor. - Seu corpo estava logo se arrastando até o meu, enquanto terminava de engolir um remédio para dor de cabeça. Logo que se aproximou, virei meu corpo para o seu, sentido seus braços abraçando minha cintura. - Ele pediu que eu levasse mais alguém comigo... - Sua voz foi baixa, enquanto os cabelos ainda úmidos caiam em sua testa.
- M-mais alguém? Por que tá me falando isso em específico?
- Porque eu quero que seja você, Frankie. - Com essa frase, meus coração acelerou ainda mais, me fazendo quase ter um treco. Minha respiração estava tão descompassada quanto meus pensamentos. Então, arrastando minhas mãos lentamente para cada lado de seu rosto. - Eu pensei muito sobre... Porque isso quase acabou com tudo, mas pode não ser tão ruim, sabe? Se você quiser, isso pode acontecer. - Gerard sem dúvidas percebeu que meu corpo estremecia a cada palavra, então logo acabou com aquele assunto. - Não pensa nisso agora, não precisa me responder nesse exato momento. Tá tudo bem, Sem pressão. - Então seus lábios vieram de encontro com os meus, me fazendo com certeza afundar ainda mais em seus braços.
- Esses beijos não vão me fazer ficar menos bravo por causa das bebidas. - Disse já me aconchegando contra o travesseiro.
- Desculpe, ainda estou tentando aceitar a negação eterna de sua pessoa com o meu pedido lindo de namoro! - Ele fingiu um tom dramático e afetado, o que terminou em uma risada, acabando cada vez mais devagar por causa do sono que o derrubava.
- Gerard?
- Hum...
- Eu aceito ser seu namorado. - Abri meus olhos lentamente, seguindo sua velocidade nos movimentos seguintes. Com um sorriso no rosto e aqueles olhos vidrados na minha boca. E eu não sei como, mas seu corpo em questão de segundos voou para fora da cama. Seguindo para sua mesa. Voltando com aquela tão clichê caixinha preta aveludada. Então, sentei no colchão, observando seu corpo se atirando no mesmo, abrindo devagar aquela caixa, mostrando aquela aliança prateada e brilhante.
- Aceita mesmo? - Então balancei minha cabeça para cima e para baixo pelo menos três vezes. - Então traz essa mão de rato até aqui. - E mesmo rindo, segui os movimentos que se seguiram.
E finalmente, eu estava namorando com aquele tão famoso Gerard Way.
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NOVEMBER RAIN - FRERARD
FanfictionVocê disse que deveríamos sair, embora ainda pudéssemos. E eu deveria ter ouvido, mas eu entendi mal. Então quando a polícia arrombou a nossa porta e nos segurou contra o nosso chão, parecíamos amantes ou parceiros no crime?