- Hey, cara, acorda! - Senti meu corpo chacoalhar e uma voz rouca tentando me acordar. - Frank!
- ACOrdei. - Falei levantando o corpo, mas me amaldiçoando logo em seguida, no momento em que senti minha cabeça bater certinho com a de Brendon.
- Ai! Meu deus cara, falei pra acordar não me deixar ainda mais com dor de cabeça. - Vi Brendon repetir os meus movimentos de colocar a mão na cabeça e esfregar, tentando amenizar a dor.
- Desculpa! Não achei que ia estar com a cara colada na minha, falando nisso que horas são?
- Acho que umas quatro da tarde, talvez.
- JÁ? - Levantei ainda mais acelerado e empurrei o garoto que continuava em pé, me esperando.
- Sua mãe já saiu? Porque eu estou atrasado e não quero ter que ficar quase meia hora esperando ela passar de um cômodo para o outro, pra finalmente conseguir sair.
- Olha, você não reclama, eu que estou te dando uma casa pra dormir! Se fosse pelo seu namorado ou o irmão dele você estava na rua. - Brendon falou forte sabendo que era verdade.
E pois é, eu estava morando por dias na casa daquele testudo drogado (de novo) que me fez chegar aqui. E eu não estou reclamando, mas dormir em um colchão extremamente fino me rendeu dores muito ruins nas costas, e sua mãe sempre fumando ou trazendo gente pesada pra casa não é nem um pouco confortável. Até comer fora preciso.
Mas o dia de hoje vai ser importante, vou finalmente tentar falar com Mikey e ver se está tudo bem ou sei lá, se ele pode me ajudar... Talvez saber se Gerard está bem. Pois é, mais uma vez, eu não sei nada de Gerard desde que saí. Ele parecia querer cortar a minha garganta então o deixei sozinho, e meus dias não foram os melhores depois disso. Não vou negar que chorei até demais, mas quem não fica triste em momentos como esse? Que você perde o provável amor da sua vida?
- Olha, eu to indo naquele mercado lá no centro, quer carona?
- Claro, acho que é perto de onde preciso ir.
- Beleza, pega tudo em, não quero ter que abrir minha janela de madrugada pro seu corpinho de anão passar. - Brendon disse vestindo uma jaqueta de couro e alcançando suas chaves e carteira, enquanto eu jogava tudo dentro de uma pequena mochila.
Vesti meus tênis e um casaco do mesmo jeito acelerado e desajeitado, sem amarrar os cadarços, rendendo quase tombos durante a descida de uma escada grande da casa.
- Você teve sorte hoje baixinho, aquele restaurante que você quer ir, fica aberto até mais tarde. - Senti o cheiro de cigarro e observei Bren tragando lentamente.
- Como você sabe que vou para lá?
- Andei lendo seu diário. - Vi o moreno girar o corpo e lançar o caderno no meu rosto.
- In the middle of the gun fight, in the center of a restaurant? Creio que você está bem triste ultimamente, mas isso nem faz sentido, acho que devia continuar aquela que tem uns "Na na na”
- Você não tem direito de mexer nas minhas coisas! Quantas vezes já disse isso? Ainda mais no meu caderno que eu deixei BEM CLARO QUE NÃO ERA PARA TOCAR! - Aumentei um pouco o tom de voz e nem precisei fingir meu ar cansado e raivoso.
- Desculpa, cara. Vamos logo, minha ressaca não vai se curar sozinha.
- E então vai beber ainda mais?
- Você adivinhou.
Então saímos e Brendon pilotou sua moto até o centro da cidade. Sentia falta de quando Gerard fazia isso, de agarrar sua cintura ou deitar nas suas costas, AAAH MEU DEUS! CHEGA, FRANK!
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NOVEMBER RAIN - FRERARD
FanfictionVocê disse que deveríamos sair, embora ainda pudéssemos. E eu deveria ter ouvido, mas eu entendi mal. Então quando a polícia arrombou a nossa porta e nos segurou contra o nosso chão, parecíamos amantes ou parceiros no crime?