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- BOM DIA, FLOR DO DIA, LUZ DO MEU CORAÇÃO. - Escutei aquela voz muito bem conhecida, atravessando a porta de entrada. A noite passada foi até que tranquila, algumas músicas resmungadas por Frank, ou o chuveiro ligando. Nada importante. Agora já era de manhã e eu estava sentado no sofá, com uma xícara cheia de café, quando Mikey gritou ao me ver.

- Fale baixo! - Resmunguei.

- Por quê? - Demorou alguns segundos para que ele se ligasse, mas sorriu de um jeito que eu conhecia bem. - Ta com medo de acordar o Frank? Todo preocupado desse jeito fico com ciúmes.

- Cala a boca. - Levantei me direcionando até a mesa, apoiando a xícara no móvel. - Posso saber onde estava? Por que demorou tanto? Sabe como é irritante passar o dia perto do Frank?

- Relaxa, foram só dois dias, você já acostuma. - Escutei sua voz se afastar e logo ele já estava no segundo andar. - Eu vou tomar um banho, trocar de roupa e tudo mais, depois eu conto tudo. FRANK! ACORDA! - Deixei um sorriso escapar quando escutei um xingamento de Frank. - Realmente foram só dois dias, até menos, não seria tão difícil de se acostumar, só preciso pensar em formas de revidar cada palavra ousada dele. Além do mais, mesmo não aceitando isso, não tive tempo de falar com Mikey, e se ele não sumisse, estava tudo bem.

Eu acho.

- Eu vou te matar! Sabe que horas são? - Um Frank sonolento desceu as escadas, apenas com uma calça de pijama folgada, a mão coçando os olhos e os cabelos bagunçados. Sua expressão estava brava, mas quando me viu, não deixou de dar aquele sorriso de quando ia falar alguma coisa indevida.

- Bom dia Gerard, acordou cedo. - Ele disse se direcionando para o banheiro que tinha na parte de baixo.

- São onze horas, Frank.

- Que seja, continua cedo. - O garoto terminou de falar antes de entrar no comodo e bater levemente a porta.

Demorou quase uma hora para Mikey terminar de se enfeitar para finalmente descer e sentar na mesa. Estávamos os três encarando um ao outro, como se fossemos estranhos.

- Mikey? - Eu chamei.

- Gerard. - Ele respondeu. - Frank? - Mikey chamou o menor.

- Mikey. - O mais baixo virou o olhar para mim. - Gerard!

- Parem, começa a falar Mikey, agora. - Antes que aquele ciclo continuasse eu disse.

- Ah, ok. - Meu irmão começou. - Bom, antes de tudo, eu queria perguntar como foi esses longos dois dias, foi bom? Divertido?

- Ah eu gostei, particularmente, Gerard foi um doce. - Frank interrompeu Mikes para responder e antes que começasse a tagarelar como sempre, o cortei.

- Torturante... - Resmunguei completando a xícara com mais café, Frank me deu um leve chute por baixo da mesa, me fazendo rir, assim o mesmo empurrou a xícara dele para que eu colocasse também e fiz.

- Ok, então não foi tão ruim. Eu tenho algumas notícias, bem importantes. - Mikey me encarou como se pedisse autorização para continuar e eu ergui as sobrancelhas como resposta, bebendo do líquido quente. - Bom, querido irmão, eu vou me mudar.

- O QUE? - Frank gritou. E eu me engasguei com o café. - Como assim vai se mudar? E pra onde? O que? Como assim? - Ainda tossindo, interrompi o garoto e chamei a atenção de Mikey.

- Se você for, ele vai. Minha casa não é hotel. - Foi a hora que Frank ergueu o olhar desesperado, e voltou a questionar meu irmão.

- Gerard? Posso falar com você? - O magrelo me chamou, já levantando, ignorando totalmente o baixinho que estava ali, com o mesmo olhar, as sobrancelhas levantadas e as mãos espalmando a mesa.

NOVEMBER RAIN - FRERARDOnde histórias criam vida. Descubra agora