2°- CAPÍTULO ✝

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— Levantem! Está um dia lindo lá fora! Levantem!

Me remexo sobre a cama, contorcendo o rosto em uma careta de desgosto.

— Já está tarde, vocês precisam levantar!

Solto um suspiro ao escutar a insistente voz de minha avó.

Wendy resmunga algo indecifrável do meu lado.

— Aconteceu alguma coisa? — Abro apenas um olho, espiando a figura de vovó parada na beira da cama, com as mãos na cintura. Ela estava arrumada.

— Eu preciso ir para a loja e vocês virão comigo. — Ela responde, sorridente.

— Não podemos ir depois? — Wendy pergunta, atrás de mim.

— Não. Eu conheço muito bem você duas, se não forem agora, não irão depois.

— Que horas são? — Pergunto, estendendo a mão até à cabeceira do lado da cama para alcançar o meu celular.

Com a visão um pouco embaçada, encaro o visor luminoso vendo que marcavam oito horas da manhã.

— Ainda é muito cedo. — Resmungo com a voz rouca de sono.

Vovó suspira alto e agarra o edredom branco que nos cobria, puxando-o para fora da cama.

— Levantem e se vistam, estou esperando lá embaixo. — E dando sua ordem, ela sai do quarto.

Sem alternativas, me sento na cama e fico encarando um ponto do quarto, enquanto espero meu corpo despertar de vez.

— Vai, Wendy, não enrola. — Levo minha mão esquerda até as costas de minha irmã, que estava escolhida na cama, e a chacoalho levemente.

Após o árduo trabalho de acordar, Wendy e eu tentamos nos arrumar com pressa para que vovó não nos gritasse pela milésima vez. E como ela mesma havia dito antes, o dia realmente estava lindo, com o sol brilhando bem forte do lado de fora, por isso, revirei minhas coisas a procura de alguma roupa que fosse agradável nessa manhã ensolarada.

— Use essa saia com a blusa branca de mangas caídas. — Wendy joga duas peças de roupas em minha direção.

Encaro as roupas em minhas mãos, pensando se deveria ou não usá-las.

— Confie na sua irmã mais velha, eu tenho mais experiência.

— Só temos dois anos de diferença, Wendy.

— Mas ainda são dois anos. — Ela me lança uma piscadela, e eu reviro os olhos em resposta.

Com mais grito de vovó vindo do andar de baixo, acabo colocando as roupas que Wendy sugeriu: uma saia azul floral, uma blusa branca de mangas caídas e tênis brancos.

Ao descermos para o segundo andar e escutarmos alguns resmungos de nossa avó, nós três partimos para a loja. E, durante todo o caminho, vovó cumprimentou praticamente todos que passaram por nós, e alguns até nos reconheceram, mesmo tendo se passado muito tempo desde que estivemos em Upiór.

Provavelmente, depois de uns quinze minutos, nós finalmente chegamos na loja de vovó, encontrando, agora, a fachada pintada de rosa-claro e com uma grande placa de madeira entalhada com flores e folhas que representavam as ervas que ela vendia. O sobrenome "Van Helsing" era o único no meio dos desenhos, indicando o nome da loja.

— Você pintou... eu gostei. — Comento, me aproximando da porta com detalhes dourados.

— Era a cor favorita do seu avô. — Vovó explica, me fazendo sorrir.

DRÁCUS DEMENTER || KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora