DRÁCUS DEMENTER || KTH

22°- CAPÍTULO ✝

Espero pacientemente até que Wendy feche a loja para finalizarmos mais um dia de trabalho, e agora eu não poderia estar mais ansiosa para a essa noite.

— Wendy, você pode ir na frente. — Falo assim que minha irmã se afasta da porta trancada e se aproxima de mim.

— E eu posso saber por que eu tenho que ir na frente? — Wendy franze o cenho, enquanto guarda a chave da loja dentro da sua bolsa de pano.

— Eu preciso comprar algumas coisas que estão faltando para o jantar.

— Eu posso ajudar, não tem problema. — Com a bolsa sobre um dos ombros, ela segura na alça, sorrindo para mim.

— É melhor você ir na frente para adiantar as coisas, temos muito o que fazer. — Tento soar natural.

Wendy acaba dando de ombros e assim nos separamos, ela indo na frente para casa e eu indo atrás do nosso convidado especial.

Durante todo o caminho até a loja com fachada de madeira com emblemas e letras enigmáticas, tento me convencer de que é uma boa ideia.

Quem eu quero enganar com isso?

Eu nem sei o que estou fazendo, mas algo é certo, eu não posso simplesmente deixar que as coisas fiquem dessa maneira, eu preciso entender o que, de fato, está acontecendo nesse lugar e, por isso, eu tentarei todas as alternativas.

Parada em frente a porta, coloco minha mão sobre o vidro mesclado com a madeira e empurro a porta até que eu tenha passagem para o lado de dentro da loja. Habituada ao preto das paredes, procuro pelo dono na loja que estava no canto, foleando um dos inúmeros livros velhos.

Caleb não demora ao notar minha presença e seu olhar é completamente desinteressado, provavelmente, cansado de toda a minha ladainha, mas eu serei persistente.

— Não descobri nada novo. — Caleb fala antes mesmo que eu diga qual o motivo da minha visita.

Ele não me encara por muito tempo, seu livro parecia mais interessante.

— Está afim de conhecer um vampiro de verdade? — Pergunto, sem rodeios e ele volta a me encarar, mas, agora, como se eu fosse louca.

— Você está falando dos seus amigos? — Ele fecha o livro, o deixando de lado.

— Os convidei para um jantar hoje à noite e gostaria que você participasse.

— Por quê? — Caleb cruza os braços e arqueia as sobrancelhas.

Me aproximo ele e sorrio abertamente.

— Porque se você me ajudar a descobrir a verdade sobre eles, eu prometo que paro de te encher o saco. E se for só coisa da minha cabeça, então você poderá seguir sua vida e me achar uma maluca que acredita em vampiros.

Ele arrega os olhos um pouco, ponderando.

— Eu nunca vi um vampiro, não sei se posso te ajudar. — Ele suspira.

— Você pode nunca ter visto um, mas conhece mais sobre eles do que eu. — Insisto.

Caleb aperta os olhos.

— Você acha que só por que que tenho essa loja, automaticamente, eu sou um detector de vampiros?

— Então, qual o propósito de manter essa loja? — Pergunto e ele estreita os olhos, ficando em silêncio. — Quando entrei aqui pela primeira vez você me vendeu a história de Upiór, falou sobre vampiros e coisas sobrenaturais. — Espero por mais alguns segundos, mas Caleb continua em silêncio. — Você vai?