8°- CAPÍTULO ✝

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Como vovó teria que se preparar hoje para sua viagem com Sebastian, ela não iria para a loja, portanto, essa responsabilidade seria minha e de Wendy. Para minha felicidade, não precisei trocar as ataduras essa manhã, pois, a pasta de Erva-Laranja que vovó havia feito, curou cada um dos arranhões e, por sorte, não fiquei com quaisquer cicatrizes. Essa pasta agiu como mágica.

Wendy e eu fomos direto para a loja, debaixo de um sol fraco, mas, ainda sim, quente o suficiente para ser agradável. Os dias estavam ficando cada vez mais estranhos, o calor e belos dias ensolarados de quando chegamos, estavam se despedindo aos poucos, deixando a atmosfera mais nebulenta.

Wendy me informou sobre as vendas do dia anterior e disse que hoje não teríamos nenhuma encomenda, pois, as ervas estavam quase acabando e as pessoas não costumam comprar flores todos os dias.

— Você não acha estranha que a vovó sempre esteja com o Sebastian? — Wendy pergunta, atrás do balcão, enquanto limpa a superfície amarela com um pano.

Paro de espanar os pequenos potes de vidros que estavam colocados nas prateleiras e olho para minha irmã.

— Não acho, Wendy. Nós ficamos um bom tempo sem voltar para Upiór depois que o vovô morreu, então é normal que a vovó tenha ficado mais próxima do amigo dela. Agora deixe de inventar coisas.

Wendy para de limpar o balcão.

— Sabe qual o seu problema? — Segurando o pano, ela aponta para mim. — Você é muito inocente, Elena.

— Inocente? — Estreito meus olhos.

Ela assente e dá de ombros.

— Não vou pegar no seu pé, porque você só tem dezoito anos. Mas deveria aproveitar melhor a vida. — Descontraída, Wendy volta a limpar o balcão.

— Acho que nossos conceitos de "aproveitar melhor a vida", são bem diferentes. — Nego com a cabeça, enquanto rio.

Não sei porque ainda me impressiono, Wendy sempre foi assim, ela é o meu oposto, não nos parecemos em nada.

— Toc-Toc!

Duas leves batidas na porta acompanham uma voz grave e calma. Olho para a entrada da loja, tendo uma espécie de déjà-vu ao avistar dois visitantes inesperados, dessa vez, Namjoon e Jungkook. O primeiro, mais velho e mais alto, vinha na frente com um grande sorriso bonito, ao mesmo tempo, que observava os detalhes da loja. Enquanto o segundo garoto, tinha uma expressão menos animadora, mas acho que Jungkook parecia ser desse tipo.

— Hm... Bem-vindos. O que fazem aqui? — Me viro para o lado, fitando-os.

— Viemos te buscar. — Jungkook responde, sorrindo provocador. Ele passa na frente de Namjoon, se aproximando.

Seguro o espanador em frente ao meu corpo, pronta para usá-lo se fosse necessário. Com as mãos dentro dos bolsos, ele para na minha frente e eu tentava me mexer o mínimo possível.

— Me buscar para quê? — Olho rapidamente por cima de meus ombros procurando por Wendy. Ela estava com os cotovelos apoiados no balcão e o rosto apoiado na mão direita.

— Jimin está preparando algo especial e pediu que viéssemos te buscar. — Namjoon responde.

Algo especial? Por que ele faria isso? Jimin tem levado as coisas muito a sério e as vezes me sinto mal por apenas ir na mansão, nunca retribuindo essa amizade que ele tem por mim.

— Se vão continuarem aparecendo aqui atrás da minha irmã, é melhor começarem a comprar. — Wendy interrompe. E mesmo sem vê-la, sei que sua expressão deve ser de petulância, como suas palavras.

DRÁCUS DEMENTER || KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora