28°- CAPÍTULO ✝

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Desço apressadamente os degraus de madeira, indo para sala onde vovó e Sebastian se preparavam para a viagem.

— CRIANÇAS, ESTOU INDO! — Vovó grita, enquanto ajeita sua bolsa de pano nos ombros.

— Vovó, achei essa chave na loja ontem. Acabei esquecendo de mostrar para senhora. — Apareço na entrada da sala, balançando a chave no ar.

Vovó a encara por alguns segundos e depois suspira.

— Essa chave é da loja do Caleb. — Ela responde exatamente como imaginei.

Vovó coloca as mãos na cintura, enquanto Sebastian acena para mim, antes de sair da sala.

— Aconteceram tantas coisas nos últimos dias que acabei me esquecendo de devolver para mãe do garoto. — Vovó explica.

— Eu posso devolver se a senhora não se importar. Eu já estava querendo conhecer a mãe do Caleb mesmo. Nós nos tornamos amigos antes dele desaparecer. — Digo e vovó assente.

— Tudo bem, pode levar se quiser. Eu agradeço, é menos um trabalho para mim.

Sorrio para vovó, que depois de escrever em um papel o endereço da casa da mãe do Caleb, se despede de mim e de Wendy, partindo com Sebastian em mais uma viagem.

Após explicar para Wendy que preciso devolver a chave da loja do Caleb, peço que ela fique em casa, não aparecendo nem mesmo na janela. E antes de ir, faço um chá de Erva-Amarela para ela, pois, de agora em diante, serei mais cuidadosa.

Após me arrumar, pegar todas as chaves da casa e deixar Wendy trancada, as guardo no bolso traseiro das calças, pego o papel com o endereço que preciso e saio.

Do lado de fora, o dia ainda era cinzento, apesar de não garoar como ontem, mas a quantidade de pessoas nas ruas era maior que no dia anterior.

Penso que, essa foi minha segunda noite sem dormir, já que também fiquei acordada pela madrugada, pensando sobre o sábado, a festa de aniversário do Taehyung que, com certeza, me levaria até a verdade.

Festas costumam ter um número significativo de pessoas presentes e, se tratando daqueles irmãos, preciso estar preparada para encontrar mais que alguns poucos vampiros. Por isso, planejei tudo que devo fazer antes dessa festa.

Enquanto arrumava a loja, tive a sorte de encontrar a chave da loja de Caleb, que surgiu em ótimo momento, sendo a responsável por me fazer planejar minha ida até a mansão.

Se não fosse a brisa gelada tocando meu rosto como um aviso, eu mal perceberia que já havia chegado na loja. Fiquei tão presa dentro dos meus pensamentos que minhas pernas me guiaram de forma automática.

Encaro a fachada escura da loja e depois olho para os lados, checando a movimentação em volta, que era fraca nessa região do vilarejo. Em seguida, caminho até à porta, colocando a chave na fechadura, girando-a logo depois. Empurro a maçaneta para baixo e abro a porta, entrando na loja escura. Procuro pelo interruptor de luz que, ao iluminar o ambiente, me faz perceber que tudo estava exatamente igual à última vez em que estive aqui.

Encosto a porta para que ninguém entre e logo vou atrás do grande livro de capa vermelha com escrita dourada, o Drácus Dementer. Tive a oportunidade de lê-lo algumas vezes e tudo ainda é bem vivido na minha mente e mesmo que muitas páginas estejam faltando, lembro de ter visto algo muito interessante nas velhas folhas amareladas restantes. Folheio com cuidado cada uma delas, lendo informação por informação até encontrar o desenho marrom que eu procurava. Era disso que eu precisava, exatamente isso. E me recordo muito bem de ter lido algo similar nas descrições de alguns dos colares que Caleb vendia aqui.

DRÁCUS DEMENTER || KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora